Capítulo 30: Mesma coisa.

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-Para onde estamos indo? -questiono.

-Quando eu estudava aqui, tinha um lugar que era... bem... -ela olha para a diretora e então volta a me encarar. -Secreto. Eu não sabia se já tinha dono ou se era um lugar da escola que parou de funcionar.

Caminhamos entre alguns árvores e flores, por uma trilha pouca usada, já que a grama está bem grande.

-Por que está nos levando para lá? -o detetive pergunta.

-Se Fernanda estava fazendo algo secreto. Ela precisava de um lugar secreto e aquele lugar na minha época, aparentemente só eu o conhecia. -responde quebrando um galho em sua frente.

-Não acredito que estou andando no meio dessa mata infinita com dois desconhecidos e uma ex-aluna duvidosa.

-Ei! Não fui uma aluna duvidosa!

-Apenas tive reclamações de que o seu dormitório era bem barulhento na madrugada e além disso você explodiu literalmente um laboratório.

-Eu mudei, okay? Não sou mais assim. -expressa certa indignação.

Confesso que toda essa cena é bem cômica. Imaginar que essa carinha inocente, jeitinho delicado e voz doce já foi de uma universitária com o fogo bem alto, é algo complicado de se imaginar.

Mas isso responde muitas perguntas do que porque as vezes parece que ela está me provocando. Pois aparentemente. Ela estava sim e muito consciente disso.

-Falta muito? -o homem questiona com as mãos nos joelhos recuperando o fôlego.

-É sério? Cansa tão rápido? É por isso que sua esposa quer um trisal então. -provoco. Com certeza ele deve estar bufando e puxando o fôlego que não tem para me provar o contrário.

-Ainda vou te prender um dia. -esbraveja.

-Por que? Por magoar seu coração? Não seja bobo. -rio da cara dele de irritado. -Vamos amigo, mais alguns minutinhos. - zoo ele.

-Acredito que a esposa dele precisa na verdade é tomar um chá de consciência. -Melina responde um tanto... irritada?

-Que ela precisa de chá eu não duvido- a diretora responde causando um leve espanto em todos- O quê? Convivo com jovens cheios de hormônios e comentários ousados. Aprendi algumas coisas.

-Por que de consciência? -tento ignorar.

-Não é adequado que uma mulher casada de em cima de alguém. -ouço um galho se partir com uma força totalmente desnecessária.

O que eu devo fazer? Um. Continuar provocando, pois afinal, não temos nada, nem sei realmente o que ela sente. Ou dois. Assegurar que eu nunca me interessei pela mulher e sou lésbica demais para aceitar um trisal com um homem. Além do mais, sou uma entusiasta da monogamia.

Com certeza a primeira alternativa.

-Mas ela me chama para um trisal, o marido, ela e eu. Isso deve valer de algo. -caminho ao lado do homem que se pudesse cavava uma cova para me enterrar viva.

-Ou talvez ela só esteva procurando uma forma de sair de um casamento chato.

-Ei! Eu ainda estou aqui e caso não perceberam estão falando da minha esposa!

-Desculpe, verdade. E aparentemente ela vai desistir de ter um caso comigo. Deveria agradecer a Melina.

-Eu? Por quê? -questiona franzindo o cenho.

-Ela achou que temos algo. E eu nem mesmo sei o porquê, não fizemos nada nem falamos nada.

-Ela é médium.

Mrs. VênusOnde histórias criam vida. Descubra agora