Capítulo 6: Um jogo.

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Visto o traje para ir para a empresa. Depois da primeira vez que o usei para ir atrás de Melina, percebi que as pessoas ficaram mais inclinadas a me deixar acessar os lugares. Provavelmente por me associarem a mulher de cabelo preto e olhos azuis que salvou os alunos dentro de uma escola. Então agora só uso ele quando preciso descer até o porão. Mas a pergunta é...

Como não me reconheceram? Eu cumpri direitinho o manual de Supergirl que aprendi vendo a série, usando apenas os óculos para transitar entre as personas. E não acredito que isso funcionou mesmo.

Vou até uma padaria e compro alguns— muitos— donuts para que eu e a cientista possamos começar o dia com energia.

Logo chego à empresa e como de costume vou direto para o elevador privado— muito estranho que até agora ninguém me barrou, é como se não eu fosse uma estranha entrando e saindo do lugar, já que eles não sabem que eu trabalho aqui.

Aperto no botão "-1" e em segundos vejo a porta abrir para o andar desejado.

—Você chegou mesmo! — a mulher está encostada na estante, diferente dos outros dias ela não está trabalhando, apenas encostada olhando para a porta do elevador.

—Eu cumpro com a minha palavra— arqueio a sobrancelha e sorrio de canto. — E trouxe donuts para comermos antes de começar os testes.

—Doce logo de manhã! A melhor forma de começar o dia! — comemora vindo até mim, lhe estendo o pacote, ela o segura e abre— Nossa, isso são muitos donuts.

—Para manter esse corpinho preciso de bastante calorias. — digo pegando um e indo em direção ao sofá.

—Isso é realmente incrível! Quanto em média de calorias você precisa consumir? — questiona empolgada me acompanhando.

—Cerca de 12.000 kcal por dia em média.

—Caramba! Isso é bastante! Confesso que me deixa com um pouco de inveja, imagina poder se atolar em doces e o resultado é um corpo totalmente saudável e escultural!

—Saudável é bem questionável, já que para o quesito saúde ainda preciso ingerir coisas ricas em vitaminas. Mas normalmente como alimentos com muito ferro, cálcio e vitamina. Os açucares, como pela manhã para ter um pico de energia e também como sobremesa. — respondo me sentando.

—Você continua sendo extraordinária! — se empolga e se senta na poltrona próxima. — Você é tipo uma alien? — questiona direta.

—Sou humana mesmo, essas habilidades especiais é minha recompensa por passar anos transitando entre camas de cirurgia e quartos sombrios— respondo fingindo animação.

—Nossa...— sua felicidade se esvai com minha resposta— Sinto muito...— lamenta deixando a sacola na pequena mesa entre nós.

—Pelo menos posso comer muito doce— respondo pegando outro donut.

Ficamos em um silêncio desconfortável, aparentemente ela não esperava saber que o motivo de eu ter poderes, é resultado de experimentos humanos. Ela achou mesmo que eu sou uma alienígena? Que tipo de alien gostaria de viver na Terra?!

—Bem, sobre seu traje preciso fazer umas alterações, além de ajustar as medidas posso adicionar algumas coisas que te ajudará. — ela se levanta e vai até sua fiel mesa.

—Como o quê?

—Um sistema que enviará para mim todas informações de sua saúde, como batimentos cardíacos, pressão, temperatura e essas coisas técnicas, também posso adicionar um microfone para que eu te ouça mesmo de longe e um fone para não ter que usar seus poderes.— ela pega uma fita métrica e caminha até mim novamente.—Levanta.— vou obedecendo as instruções dela— Erga os braços— ela passa o material em volta do meu busto e analisa o número obtido e logo anota na caderneta próxima, em seguida faz o mesmo com a medida da minha cintura e quadril— Abaixe-os— ela tira medida do meu ombro e pescoço. Depois pega medida do meu braço. — Afasta as pernas— ela se agacha e passa a fita ao redor da minha coxa, o que faz um vento gélido percorrer pelo meu corpo com o toque. — Vou precisar dele fora do seu corpo, mas eu tenho algo para que você possa usar enquanto ajusto seu traje. Então tirei-o por favor.

Mrs. VênusOnde histórias criam vida. Descubra agora