Mrs. Vênus

Capítulo 31: Prosseco.

Um quadro completo com todas as informações e perfis completos dos seis e em cima da mesa no cômodo há alguns papéis espalhados e eles estão numa lista com o nome "Mandantes" em cima.

Eles são um grupo, que Chloe lidera e, além disso, ela é a única viva. Entretanto, há uma informação em específico que chama a atenção.

Afonso Ceccini, morto em 2019. Provavelmente decidiram matar ele para a sociedade, para que ascendesse como o primeiro Calígrafo. Tudo está aqui, eles todos estudam juntos. Até mesmo a morte de Melissa está registrada.

Noto também que eu estava correta parcialmente sobre Rodolfo, ele estava sim envolvido, mas não era nem o único e nem o assassino direto. Mas estava envolvido.

Seres inescrupulosos, individualistas e cruéis.

Entretanto uma peça não se encaixa.

Onde Dayane se encaixa em todo esse cenário?

Por que ela parece tão envolvida, mas mesmo assim não há um perfil dela aqui. É muito boa para ser pega? Ou existe algo a mais?

Perguntas, perguntas e mais perguntas.

Fernanda é a única que pode responder. E sinceramente não sei como ela está agora. Assim como o jovem que vi que estava naquela cena. Tantos deveres para serem cumpridos. Tantas coisas. Tantos problemas.

Sinto o vulto de Melina passar por mim. Em passos apressados fugindo como se a própria vida dependesse disso. Como se apenas o ato de sair daqui fosse capaz de salvá-la de toda verdade que nos foi exposta. Claramente a polícia irá averiguar para confirmar. Mas para mim está tudo bem claro sobre tudo. A verdade nunca esteve tão exposta e iluminada.

Deixo os mais velhos no cômodo secreto e vou atrás da mulher. Não sei o que fazer, muito menos o que falar. Mas não posso deixá-la só.

Descobrir que Dayane estava envolvida foi um baque para mim e eu já sabia que ela não é uma boa pessoa. Mas para alguém como Melina que tem tantos sentimentos e busca o melhor nas pessoas, é completamente avassalador. Não é como se qualquer pessoa estivesse envolvida. É a própria mãe que ela ama.

Saio do bunker e a vejo correr entre a mata, o ecoar do choque entre o tecido de seu tênis contra folhas secas e galhos quebradiços e é o que me orienta sobre onde ela está e para onde está indo.

A deixo ir na frente e a vendo ir para próximo de uma porta metálica. Como se o local fosse um galpão enorme, mas com uma porta média.

Ela abre sem dificuldade me deixando só na noite fria.

Isso me faz pensar em quando foi que a noite chegou? Era de manhã quando estramos naquele lugar. Perdemos total noção de tempo.

Caminho lentamente até a porta e empurro o suficiente para que meu corpo passe pela pequena abertura.

O som da música italiana ecoa em meu ouvido, ela é agitada e bem animada. Se eu não entendia quando o idioma era falado, agora que é cantado muito menos.

Passo por um corredor escuro com apenas uma luz vermelha no centro iluminando todo local vazio. Os ruídos extravasam através da porta no final desse percurso gélido.

Giro a maçaneta e sou bombardeada com música alta, pessoas dançando, andando, beijando, pulando, gritando, cantando, bebendo e tudo que uma humanidade é capaz de fazer. O som que antes parecia ameno agora está nas alturas. Diversas pessoas se remexendo ao som da música que não conheço.

Mas entre todos, meu objetivo é só uma pessoa. Usando minha super audição me concentro em apenas uma batida de coração.

Apenas uma.