Capítulo 5: O caso.

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—Senhorita Amaral, o detetive Scott Jones está aqui e deseja falar com a senhorita.

—Deixe-o entrar— respondo segurando o telefone.

Em alguns segundos vejo o homem de 1,74 metros, apenas um centímetro maior que eu, entrar. Ele tem os fios castanhos e curtos, e olhos no mesmo tom.

—O que faz aqui? — questiono voltando minha atenção os gráficos na tela do computador.

—Tenho novas informações sobre o caso— levanto meu olhar para o senhor. — Sei que faz anos, mas... acho que vale a pena você escutar.

—Tem minha atenção— respondo séria cruzando as mãos sob a mesa— Sente-se— logo ele se senta na cadeira à minha frente. — Prossiga.

—Fernanda Culler, adolescente de 17 anos levada ontem à noite, mesmo padrão que no caso de Sara Hildorf. Testemunhas relatam que ela estava voltando para casa, última conversa foi com o namorado, em que ela relata que estava em casa. O garoto então foi vê-la, mas não achou nada além de um bilhete. — sinto meu coração gelar ao ouvir isso.

—Já se passaram quatro anos. Pode ser um imitador— tento me manter firme.

—Não sabemos, mas acredito que isso seja uma brecha para irmos atrás Rodolfo Sanchez.

—Tentamos na época e não funcionou— sentencio.

—Mas agora temos mais provas, a caligrafia é bem semelhante com a dele. Sabemos que psicopatas gostam de coisa espalhafatosa.

—Ele não seria tão descuidado, e na época não batia a semelhança, por que agora?

—Não tenho essas respostas, mas com essa migalha temos autorização para ver os registros e acessar onde ele esteve nas últimas 24 horas.

—Não sei se quero passar por isso de novo...— desabafo encostando meu rosto em minhas mãos, enquanto meus cotovelos chocam com a mesa.

Já se passou mais de 4 anos, 1555 dias exatamente, contando do dia 24 de maio de 2019 até hoje que é 26 de agosto de 2023. Na época investigamos tudo que podíamos, e extraímos tudo que podíamos, mas a única coisa que não fizemos foi investigar a fundo o Sanchez, já que não havia provas o suficiente.

Mas agora tem uma chance de solucionar o caso, mas não sei se eu quero... se eu posso.

—Se isso não der em nada...— digo exausta.

—Entendo sua relutância, mas existe uma chance palpável de pegarmos o assassino. Por favor, não posso acessar o caso sem sua ajuda.

O que devo dizer? Não? Não para alguém que só quer ajudar?

—A Fernanda merece essa chance, ela quer ser veterinária, e merece seguir uma vida plena, ela merece nossos esforços— insiste manso.

Balanço negativamente minha cabeça enquanto sinto uma lágrima ameaçar escorrer.

—O que preciso fazer? — questiono olhando para baixo.

—Primeiro assina esse documento informando que você autoriza a abertura do caso de Maya Almeida-Amaral.

Faz tempo que não ouço o nome dela... talvez porque eu proibi todos de citá-la.

Ele empurra os papéis em minha direção, respiro fundo e pego a caneta preta. Dou minha assinatura e devolvo para ele.

—Não irá se arrepender, vou solucionar de uma vez por todas esse caso— ele diz sério se levantando.

—Se não der... — levanto meu olhar para ele— Você fechará completamente isso, e renunciará a posição de detetive— sou fria em minhas palavras.

Mrs. VênusOnde histórias criam vida. Descubra agora