💨 Capítulo 05: " A decisão é sua " 🪽

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Tinha consciência do quão impulsivo Can poderia ser por ter passado apenas algumas horas com ele, mas nunca imaginaria que ele teria coragem de avançar em alguém daquela forma

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Tinha consciência do quão impulsivo Can poderia ser por ter passado apenas algumas horas com ele, mas nunca imaginaria que ele teria coragem de avançar em alguém daquela forma.

O homem mereceu, mas isso não justifica a sua atitude.

Ele sabe de onde eu vim, por tanto não adianta se fazer de rogado.

⎯ Can, para de bater no homem ou você vai matá-lo. ⎯ Tento tirá-lo de cima do homem que ele está esmurrando durante vários minutos desde que ele falou besteira.

Por isso que ser sem noção é um problema.

⎯ Eu vou matá-lo! ⎯ Ao escutar isso um calafrio horrendo percorre o meu corpo.

Quando eu já estou a ponto de entrar no meio dele alguns seguranças chegam e separam os dois.

As pessoas que estavam nos encarando param assim que Can sai de cima do homem, e encara todos ali com um olhar mortal.

Tentando controlar a sua raiva ele respira fundo, mas logo percebo que ele não consegue.

⎯ Can, o que aconteceu aqui? ⎯ Um homem pergunta ao se aproximar de Can e colocar uma mão em seu ombro.

⎯ Nada tio, preciso ir embora. ⎯ Can tenta sair ileso sem nenhuma explicação, mas seu tio aperta mais seu ombro e o encara mais sério do que antes.

⎯ Nem pensar, você não vai sair assim. Vamos lá pra cima, respirar com mais calma. ⎯ Seu tio o orienta. ⎯ Tirem ele daqui! ⎯ Ordena aos seguranças que estão com o homem que Can bateu, em seus braços.

Acatando as ordens do tio de Can os seguranças se retiram com o homem em seus braços.

A mulher que estava com ele deve ter saído correndo quando ele começou a apanhar.

Tentando não focar no que aconteceu agora a pouco desvio minha atenção da porta dos seguranças, olhando para baixo e isso faz com que eu encare as mãos ensanguentadas e muito provavelmente doloridas de Can.

⎯ Você precisa limpar elas. ⎯ Sussurro.

Por extinto acabo pegando em sua mão, automaticamente ganhando a sua atenção.

⎯ Eu levo vocês lá pra cima. ⎯ Percebendo que eu estou com Can o tio dele fala.

Ele não deve nem imaginar que eu sou esposa de seu sobrinho já que nos casamos hoje.

Deve achar que eu sou apenas mais uma.

O que deveria ser, se ele não fosse louco e não tivesse decidido me comprar.

⎯ Podem ficar a vontade. ⎯ Me assusto quando ele abre a porta de um cômodo que parece ser bem confortável. ⎯ Hoje não vou dormir nesse quarto extra, tenho assuntos para resolver em outro lugar.

Esclarece e é perceptível que Can fica muito grato pela atitude do tio.

⎯ Cuide-se, sobrinho. ⎯ Abraçando Can ele aconselha. ⎯ Até mais.

Assim que seu tio sai Can senta em um dos sofás disponíveis no aposento e fica pensativo encarando um ponto fixo sem muita emoção.

⎯ Vou procurar uma caixa de prontos socorros.

⎯ Não precisa! ⎯ Impõe sua vontade fazendo com que eu respire fundo.

⎯ Vai infeccionar. ⎯ Não ligando para as suas imposições vou em direção ao armário que tem no cômodo.

Em questão de segundos encontro uma caixa com um sinal de cruz vermelha e logo deduzo ser a de prontos socorros.

⎯ Acho que tem coisas suficientes para tratar a sua mão. ⎯ Digo caminhando em sua direção.

⎯ No prostíbulo tem curso de enfermagem.

⎯ Não, mas é bem melhor do que conviver com um brutamontes.

⎯ Aquele cara mereceu. ⎯ Se defende com um argumento bobo.

⎯ Ele pode ter merecido mas nós sabemos que você só bateu nele porque não aceitou escutar a verdade.

⎯ Qual? A que você já trepou com ele? ⎯ Aproveito que estou limpando sua mão com álcool e algodão, para apertar seu machucado. ⎯ Ai.

⎯ Se não queria se casar com uma puta, era só ter pago uma noite. ⎯ Respondo sem encará-lo.

⎯ Você nunca vai entender.

⎯ Na verdade é você que nunca vai enteder caramba! ⎯ Deixando de lado o algodão que estava limpando a sua mão eu o encaro. ⎯ Você não pensou duas vezes antes de se casar comigo, agora não se lamente.

⎯ Em tão pouco tempo, você se deu conta de que é tão ruim estar casada comigo? ⎯ Sussurra, piscando um olho.

⎯ Nunca quis me casar, então já começamos errado, pelo menos na minha concepção. ⎯ Digo dando de ombros.

⎯ Queria ter um coração para sentir pelo menos remorso, mas nem isso eu consigo.

Já vi muitas pessoas quebradas, tristes e sem esperança, mas como Can é a primeira vez.

O mais surpreso é que mesmo tendo tudo, ainda sim ele é quebrado e demonstra estar em um fundo sem poço.

⎯ Sou um homem que além de quebrado nunca soube o que é ter o amor de um pai. Acho que isso faz com que eu seja doente.

⎯ Tenho consciência de como é morrer por dentro, a cada dia porque o passado bate na porta de forma insistente.

⎯ Dilara eu tenho uma proposta para você. ⎯ Mudando de assunto drasticamente Can inicia e eu o encaro com o cenho franzido.

⎯ Como assim?

⎯ Eu omiti certas coisas de você. ⎯ Se aproximando de mim ele diz, aproveitando para pegar em minha mão e acariciar a palma da mesma. ⎯ Antes de procurar saber sobre você com a madame Karina eu te vi dançando no pole dance da boate dela, me interessei e percebi que você é exatamente a mulher que eu preciso para firmar um acordo.

⎯ Que acordo? ⎯ Querendo saber onde ele quer chegar eu pergunto.

Não aguento rodeios, e não gosto dos mesmos.

⎯ Um acordo que contém BDSM.

⎯ Que seria no caso? ⎯ Can me encara surpreso depois do meu questionamento.

Talvez seja algo muito óbvio e eu não saiba, mas o fato de eu ter sido garota de programa não significa que eu vá saber de tudo desse mundo.

⎯ Essa sigla significa bondage, disciplina, dominação, submissão, sadismo e masoquismo.

Meus olhos crescem em suas órbitas ao escutar isso.

Não reconheci a sigla, mas sei o que significa as palavras e posso afirmar com certeza que senti um frio na barriga ao entender a sua proposta.

⎯ E então, o que me diz?

Agora sim eu estou ferrada.

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𝘼𝙥𝙚𝙣𝙖𝙨 𝙪𝙢𝙖 𝙣𝙤𝙞𝙩𝙚 🌙Onde histórias criam vida. Descubra agora