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Capítulo Vinte e três


Era uma quinta feira, caia uma forte chuva em Shibuya. Já tinham anunciado na TV vários acidentes na auto estrada, era muito perigoso sair de casa naquele temporal.



Baji estava na cara de Chifuyu e não pretendia sair dali até o dia seguinte ou mais provavelmente até a chuva passar. O moreno tinha um pequeno trauma com duas de chuva e por isso ele não pensou duas vezes em correr pro local onde se sentia mais seguro.



_Aqui Baji-san.. _ Chifuyu lhe estender uma xícara com café bem quente _ está melhor? _ se senta ao seu lado com uma xícara também servida com café



Baji respira fundo olhando novamente pela janela e vendo a chuva cair pelo vidro, o ar melancólico que a chuva trazia com seu céu negro e clima frio arrepiava Baji.



_Sim.. acho que pode-se dizer que sim _ sorriu sem mostrar os dentes bebendo um pouco do café



Chifuyu o olhou compreensivo e resolveu não tocar mais no assunto, tudo que Baji precisava agora era de paz e sossego.



Eles ficaram ali juntos no sofá debaixo da coberta bebendo suas xícaras de café, num silêncio confortável e acolhedor. Era tão bom a intimidade que eles tinham para curtir a companhia um do outro sem que palavras fossem ditas, apenas a presença bastava.



Com as xícaras terminadas os dois se aproximam mais no sofá com o propósito de se manterem aquecidos naquele dia tão frio. Ambos se sustentavam na companhia um do outro tentando esquecer seus temores em comum.



O dia tinha amanhecido sem energia elétrica na casa por causa da tempestade, por causa disso os celulares de Baji e Chifuyu estavam com pouca carga. E como se não fosse o suficiente, Kazutora já tinha saído quando eles acordaram e até agora não tinha voltado, e sem área eles não podiam contatá-lo.



Chifuyu tentava ser confiante para Baji por justamente saber que o maior tinha um medo preocupante de dias chuvosos e tempestades, não queria preocupa-lo com seus medos.



Mais a verdade era que Chifuyu queria se encolher e chorar, sabia que aquela tempestade era muito perigosa e saber que Kazutora estava fora de casa correndo perigo, estava acabando com ele. E se Chifuyu estava a ponto de chorar, Baji estava a ponto de entrar em surto de causar um ataque fulminante.



Ele desde que acordou não saia do sofá perto da janela, sempre de olho lá fora esperando que Kazutora chegasse a qualquer momento, sã e salvo.



_Acho melhor subirmos pro quarto Baji.. _ Chifuyu chama a atenção do moreno que continuava a olhar para fora



Baji pode perceber que a temperatura tinha caído bruscamente na sala, fazendo um arrepio percorrer todos os seus ossos. A sala do Matsuno era o lugar mais gelado da casa e sem a energia para ligar o aquecedor, ficava praticamente impossível permanecer ali.



Chifuyu batia o queixo levemente de frio, se encolhia abaixo do cobertor buscando se aquecer, e nem com o corpo de Baji junto ao seu era suficiente pra acabar com o frio que sentia.



Baji suspirou, ele sabia que o loiro estava preocupado com Kazutora e queria a mesma coisa que si, mas o clima gélido estava sendo cruel demais com o pobre Matsuno.



_Tudo bem Fuyu, vamos pra cama.. _ sorriu pegando o loiro no colo com cobertor e tudo e indo em direção do quarto



Assim que adentraram os dois se ajeitaram na cama com mais uma coberta três vezes maior e mais quente para pôr por cima do cobertor que já estavam usando.



Chifuyu abraça a cintura de Baji pondo rosto no peitoral do moreno em busca de conforto. Keisuke passa os dedos pelos cabelos macios de Chifuyu num leve carinho, queria acalmar o menor do mesmo jeito que ele se esforçava pra fazer o mesmo consigo.



_Eu tô tão preocupado com ele.. _ Chifuyu diz tão baixo que se o quarto não estivesse um absoluto silêncio Baji não escutaria


O moreno aperta o menor em seus braços passando o máximo de segurança e conforto possíveis, queria que Chifuyu soubesse que estava seguro ali.



_ Eu tenho certeza que ele está bem.. não encha sua mente com essas coisas Fuyu _ deu um beijo nos cabelos loiros _ não vai te fazer bem pequeno..



Chifuyu se remexe levantando seu rosto até que estivesse cara a cara com Baji, o olhando nos olhos. Keisuke sentiu todos os seus pelos se arrepiarem com a intensidade que aqueles olhos verdes o encaravam.



_Baji-san.. _ se aproximou _ Me beija



Baji engoliu em seco, sentindo seu coração bater duas vezes mais rápido que o normal. O gosto da expectativa enchia sua boca e ele já se via ansioso por aquilo.



Ainda assim tinham uma voz na sua mente que dizia não. Que não era certo beijar o loiro que claramente estava num estado de vulnerabilidade, estava sensível por conta da preocupação com Kazutora e tentava distrair sua mente de outras formas.



Mais ao mesmo tempo sua mente se voltou ao dia que foram numa festa/balada e no discurso do loiro de como ele e Kazutora amavam Baji e o queriam como namorado a bastante tempo. Se era assim, então porque Baji só não fazia acontecer logo? Ele também queria isso, mais ao mesmo tempo sentia que tudo mudaria e tinha medo do que essas mudanças trariam a relação deles.


Baji percebeu que na altura desse campeonato, ele não podia perceber os dois da sua vida. Simplesmente não aguentaria.


E foi por isso que ele acabou com o espaço entre eles e tomou os lábios macios de Chifuyu num beijo com gosto de desejo e expectativas. Puxando os fios loiros ele sentia Chifuyu amolecer nos seus braços, e isso fez um sorriso aparecer no meio do beijo.


O loiro mesmo sensível e totalmente entregue aquele momento, impulsiona seu corpo para frente, até que ele estivesse em cima de Baji. O moreno se senta agarrando o corpo o trazendo mais perto de si, o tanto que fosse possível sem quebrar o oráculo.


Nenhum dos dois pensou que teriam tanto fôlego assim, e se não fosse pelo toque de celular ecoar atrapalhando o beijo, quem sabe até quando o beijo duraria.


Eles viram que o celular que apitava com uma chamada perdida era o de Baji. Ainda ofegantes os dois se afastaram para se aproximar do aparelho, afinal podia ser Kazutora tentando entrar em contato.



_Achei que estivéssemos fora de área.. _ Chifuyu comentou vendo que um pontinho tinha aparecido _ foi o Kazu que ligou? _ perguntou esperançoso



_Não, foi a melhor amiga da Ayna..

Nosso recomeço - reescritaOnde histórias criam vida. Descubra agora