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CAPÍTULO 12

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— Por que está com essa cara de cachorro que caiu da mudança? Huan  parou ao meu lado, segurando uma taça de champanhe.

— Provavelmente por ter deixado que você organizasse essa festa. Ergui meu copo com uísque, indicando o salão cheio de médicos e seus convidados, esbanjando dinheiro, risos falsos e muita pretensão ao redor das mesas de jogos.

— Um maldito cassino no auditório do hospital?

— Papai não liga e você e os seus amigos cafajestes nunca tiveram qualquer problema em quebrar bancas em Las Vegas.

— Vegas, Huan, não no St. Helen — rebati.

— Está acontecendo alguma coisa que não sei? Desde o momento que chegou, está mais rabugento do que o habitual.

Sentia a raiva borbulhando e não era pela excentricidade da festa, ou por ter uma leve desconfiança de que as crupiês nas mesas de jogos eram, na verdade, ômegas fáceis contratados com o intuito de fazerem os velhos milionários abrirem suas carteiras.

— Não tem nada acontecendo — menti uma segunda vez e tudo porque nosso pai não se dignou a visitar o segundo filho.

Pelo contrário, ao sair da sala de exercícios soube por Greta que meu motorista tinha levado o doutor Lan I para o aeroporto, aonde voaria em um jato particular para Chicago.

— Então não seja estraga-prazeres, vá até uma mesa, jogue e perca, assim teremos muito lucro ao final da noite. Hoje deveria estar comemorando em dose dupla — ele salientou.

— Deveria — concordo.

— Que seja, junte-se aos putos que tem como amigos e divirta-se com os jogos, beba e foda como um homem solteiro, um maldito médico arrogante que é muito bom no que faz.  Sorrindo, Huan se ergueu na ponta dos pés e depositou um beijo do lado direito do meu rosto. — Feliz aniversário!

— Feliz aniversário? — a pergunta veio cheia do assombro e só então me dei conta de que dia era.

— Wangji, você é inacreditável! — Huan gargalhou alto.

Imagino que ele estaria em lágrimas se soubesse que, era a primeira vez que via nosso pai no dia do meu aniversário, no entanto, ele sequer mencionou a data.

— Está certo, tenho muito o que celebrar.
Ergui meu copo para um outro gole e me afastei, ao menos naquela noite eu poderia esquecer dos meus problemas e pensar no mais novo que arrumei com minha mentirinha.

Que inferno! Estava livre, mas não me sentia vitorioso, mas isso pode mudar com uma boa foda.

Segui em direção à banca de cartas, aonde meus amigos estavam se divertindo.

— Hey, doutor Lan, estávamos esperando para tirar toda sua grana. — Jason bateu a mão contra as minhas costas.
A música ambiente lembrava realmente a de uma casa noturna de Vegas, além das luzes, os risos e a fumaça de charuto nada convencional para um local lotado de médicos.

— Nem fodendo, hoje sou o único aqui com sorte! — Woo devolveu as cartas que o crupiê tinha lançado em sua direção com um sorriso galante.

— Não quero desmotivá-los, mas sou o único com sorte aqui. — Coloquei o copo na base de madeira com um baque.

— Tem um ditado sobre isso, certo? — Woo gargalhou.

— Sim — respondo com ironia, jogando minhas fichas na mesa. — Sorte no jogo e azar no amor?

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