Dr.Gelo

18

CAPÍTULO 18

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A ligação foi atendida no segundo toque e o som de música, vozes alteradas e risadas, explodiu em meus ouvidos antes mesmo da voz rouca da minha amiga.
— Ella, preciso de ajuda.

“Wuxian, o que aconteceu?”

— Eu me meti em uma loucura e não sei o que fazer agora. — Meus olhos foram direto para o envelope sobre a mesa de cabeceira e depois para a porta aberta.

“Yanli, está bem? Aquele filho da puta apareceu?”

Tomando fôlego, despejei tudo o que tinha acontecido na festa, desde o momento que cheguei, até me aproveitar da carona do motorista do doutor Lan para fugir de Chao, que por sorte não me viu.

“Espera, aquela pergunta sobre um cara rico fazendo uma proposta, era de verdade?”

— Sim, e agora estou aqui na casa dele, cheio de tesão, com vontade de fugir, mas querendo muito descobrir como seria estar com ele — confessar aquilo em um sussurro tinha o mesmo efeito de gritar em um megafone.

Ella ficou em silêncio por alguns minutos, enquanto se afastava do barulho, até que estivesse em algum lugar sozinha, ao menos era o que imaginava já que sua voz soou clara em meus ouvidos.
“Não vou perguntar se está fazendo isso para proteger sua filha e poder fugir com ela, essa é a sua maior motivação.” Ela pausou. “É a primeira vez que sente desejo por um homem, depois do que aconteceu com aquele desgraçado?”

— Sim — respondi com sinceridade, sentindo um arrepio percorrer meu corpo ao sentar-me na cama dele.

“Você gosta dele?” Ela perguntou. “Quer dizer, é um médico brilhante e carrasco, mesmo assim existe uma fila de médicos residentes querendo trabalhar com ele e outros que dariam pra ele de graça. Fora que aquele monumento deve ser um 5G de verdade.”

— Ella! — Passei a mão pelo meu rosto, aquele era um detalhe que não contaria. — Não sei se gosto, mas por algum motivo, confio.

“Então, por uma noite seja livre das convenções, esqueça a parte do dinheiro, das cobranças e do seu alto julgamento. Seja apenas o ômega maravilhoso que despertou o interesse de um alfa disposto a tudo para tê-lo. Você é livre amigo, para ser e sentir-se desejado.”

Encerrei a ligação agradecendo a Ella por suas palavras e, até mesmo, pelas dicas atrevidas que me deu.
Com uma risada nervosa, me coloquei sobre meus pés, retirei minha camiseta, ficando só de Boxer .
. Peguei a babá-eletrônica e, sem me importar de estar descalço, caminhei em direção ao berçário para ver minha filha.
Ela estava dormindo tão tranquila e segura naquele quarto que, por um segundo, desejei que aquela fosse nossa realidade e que ali fosse seu lar, não apenas por uma noite.
— Perdoa o mamã, amor, prometo que em breve estaremos seguros definitivamente — murmurei antes de sair do quarto e seguir para as escadas.

Não tive tempo de ver nada da casa quando entrei, mas Greta tinha apontado algumas das portas ao passarmos e sabia aonde deveria ser a sala de estar, de qualquer forma, era só seguir a luz que vinha de amplas portas abertas.
Sem perder o ritmo, continuei a descer os últimos degraus e segui naquela direção, sendo invadido por uma sensação empolgante, sentindo a excitação retornar com mais força, ao ponto de ofegar a cada passo dos meus pés descalços sobre o piso frio.

Parei diante das portas, dando de cara com a paisagem mais selvagem e bela que já vi em toda minha vida.
Ofeguei diante da enorme parede de vidro, mostrando as montanhas nevadas, iluminadas pelo reflexo das luzes da varanda acessa, o vento frio corria pelo ambiente, sacudindo levemente os cabelos do homem parado diante das portas, com sua cabeça jogada para trás.
A visão dele deveria ser intimidante, mas ao contrário, me senti atraído ao ponto de caminhar em sua direção até estar a poucos passos, me sentindo inebriado pelo perfume que exalava do seu corpo e por sua presença.