-Seu pai é tão terrível para você estar assim? – Nicolas estava aparentemente preocupado comigo.
-Não é do Heitor que eu estou falando. – contei. – O Heitor não é meu pai. – declarei.
-Como assim? – ele pareceu confuso. – Se ele não é seu pai é o que seu?
-Eu não posso contar. – me deitei em minha cama em uma posição fetal.
Nicolas veio ao meu lado me dando um abraço.
-Quando você estiver quiser contar saiba que estarei aqui. – ele me deu um beijo.
-Só me abraça. – pedi me agarrando ainda mais a Nicolas.
Eu estava com medo de descer e enfrentar meus medos, estava com medo de reviver o meu pesadelo novamente e com medo de deixar de tudo voltar a se repetir.
-Meu amor! Por favor, me conte o que está acontecendo. – Nicolas enxugou minhas lágrimas suplicando para que eu contasse.
Mas ele não poderia saber do meu passado.
Ele era horrível!
-Está tudo bem! – tentei dar um sorriso.
-Não está não, para de mentir.
-Por favor Nicolas, vai embora. – pedi.
Ele pareceu um pouco hesitante, mas se levantou.
-Se precisar da minha ajuda é só me ligar, qualquer coisa me ligue entendeu? – pediu.
-Eu ligo. – tentei secar minhas lágrimas.
Me levantei da minha cama e fui jogar uma água no rosto, mas minhas lágrimas simplesmente se misturaram a elas. Eu não conseguia evitar de chorar.
[...]
-Você já esperou por tempo demais, está na hora de ir. – Heitor disse com a voz firme para Frederico que aguardava pacientemente sentado no sofá.
-Eu vim aqui para ver ela, não irei sair daqui até ela aparecer. – resistiu.
-Já a chamamos, se ela não apareceu é porque ela não quer te ver.
-Mas eu quero ver ela.
-Melhor sair daqui antes que eu chame a polícia. – Heitor apontou para a porta enfurecido. –Ou eu mesmo te tiro daqui a força.
-Pai! – chamei a Heitor que rapidamente me olhou. – Deixa eu falar com ele. – pedi terminando de descer as escadas.
-Estarei esperando na cozinha. – ele me deu um abraço saindo do cômodo.
E deixando apenas o monstro e eu.
Frederico se levantou do sofá me olhando de cima a baixo parecendo não acreditar no que estava vendo.
-Como você mudou...
-O que está fazendo aqui? – perguntei seria, querendo cortar qualquer tipo de cerimonia.
-Senti sua falta! – ele deu um sorriso.
-Pena que não posso dizer o mesmo. – respondi amargamente.
Ele riu.
-O temperamento é igualzinho com o da sua avó, mas a aparência é totalmente da mãe.
-Agradeço a Deus todos os dias por não me parecer com você.
Mais um sorriso dele eu poderia o matar.
-Como você tem coragem de voltar aqui depois de tudo que fez? – indaguei tentando não derramar minhas lágrimas.
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Gata Indomável
Teen FictionCom uma impulsividade incontrolável e o jeito irônico de ser Andréia Ferreira é uma jovem de 17 anos que não aceita levar desaforos para casa. Em mais uma de suas confusões na escola, ela acaba sendo expulsa da mesma. Mas nem por isso as confusões t...