8-Brigas

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   Hoje Sofia começou a me acompanhar até a escola já que ela trabalha na minha casa e estuda na mesma escola que eu. Isso era bom, pois eu não ficava sozinha para ir até a escola.

-Por que você trabalha Sofi? – perguntei tentando puxar um assunto. – E nem vem com aquele papo de "É para ganhar dinheiro". – fiz uma voz estupida e Sofia riu.

-Porque eu moro sozinha então para pagar as contas eu tenho que trabalhar.

-E seus pais? Por que não mora com eles? – perguntei.

-Eles estão morando em outra cidade, as vezes eles me ajudam com o aluguel e os estudos.

-Deve ser legal morar sozinha.

-Até que é!

-O que aconteceu para você repetir?

-Eu entrei atrasada na escola.

-Então você não repetiu por burrice?! – ela deu risada.

-E como foi seu encontro ontem?

-Como você sabe? – estranhei a pergunta dela, pois eu achava que ela não sabia.

-Sua mãe. – ela disse como se fosse obvio. Tinha que ser fofoca da dona Daniela.

-Foi muito legal, talvez numa próxima podemos ir nos duas. – sugeri.

-Legal!

Me despedi da Sofia assim que cheguei na sala de aula. Apenas a Lia estava na sala de aula, estranhei por ela não estar junto com a Cláudia já que são inseparáveis.

-Oi! – a cumprimentei e Lia deu um sorriso.

-Tudo bem?

-Tudo e com você?

-Estou bem. Você não vai ficar sozinha na festa da Samanta, eu vou também.

-Sério? Ainda bem, pelo menos eu não vou ficar me sentindo uma estranha lá.

Nicolas havia adentrado na sala de aula, ele olhou para mim e eu para ele, sorrimos.

-Que fofo vocês dois! – Lia de um sorriso também. – Apoio esse casal! – ela colocou os cotovelos na mesa e apoiou seu rosto sobre as mãos.

-A Cláudia anda enfiando minhocas na sua cabeça? – apontei para a mesma. – Em falar nela, onde está?

-Ela disse que está com dor de barriga, mas para mim parece que foi cabular com alguém, em especifico um garoto.- Lia falou já conhecendo as artimanhas de sua amiga.

-Um garoto?

-É, ela anda de papinho com um garoto do outro terceiro ano.

-Ai tem coisa!

[...]

O intervalo não tardou a chegar. Logo já estávamos no refeitório preparando nosso lanche e nos deliciando com eles.

-Esse dia foi muito louco. Ficamos perdidas, mas foi legal no final das contas. – Lia terminava de contar mais uma das aventuras que teve com a sua mãe.

-Ei, você é a Andréia? – uma garota do primeiro ano me perguntou.

-Sou sim, por que?

-Posso falar com você?

-O que é? – a garota pareceu se assustar com minha grosseria, mas não era a minha intenção.

-É que meu amigo queria te conhecer.

-E quem é esse infeliz?

-Ele disse para você encontrar com ele na saída. O nome dele é Eduardo.

-Mas quem é... ele. – antes que eu terminasse de falar a garota saiu me deixando conversar sozinha.

Gata IndomávelOnde histórias criam vida. Descubra agora