32-Susto

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-Você por acaso tem problema? - berrei para Nicolas enfurecida com o susto que ele me deu.

-Calma, não queria te assustar. - ele abriu um sorriso divertido com a situação.

-Puxando o celular da minha mão e com esse capuz de marginal e ainda não tinha a intenção de me assustar?! - comecei a andar. - Tinha que ser a hiena retardada.

-Eu achava que você iria me agredir pensando que fosse um bandido. - o mesmo retirou o capuz de sua cabeça voltando a mesma aparência de mauricinho dele.

-Não sou louca!

-Parece. - sentiu a vontade de rir, mas logo ficou serio vendo minha cara de brava.

-Pena que matar ainda é crime. - falei para mim mesma na intenção de que ele escutasse.

Nicolas continuou me acompanhando, eu não estranharia, pois metade do caminho levava até a casa dele, mas estranhei assim que estávamos bem próximos a minha casa e nada dele ir embora.

-Por que está me seguindo? - perguntei.

-Preciso falar com sua mãe. - disse vagamente.

-Assuntos de trabalho? Já vou te dizendo que ela odeia que os funcionários vão atrás dela fora da empresa. - dei aviso prévio.

-Não é sobre o trabalho. É sobre a filha dela. - parei de andar e olhei para Nicolas com cara de interrogação.

-Descobriu algum podre meu e quer contar a ela? - cruzei os braços dando um sorriso irônico.

-Não, era sobre outra coisa. - continuou a andar, porém eu o segurei.

-Sobre o que?

-Quer ouviu uma pergunta daora? - passou a me encarar com um sorriso no rosto.

-Quero.

-Quer namorar comigo?

Que?

Era isso mesmo que eu havia ouvido?

Ou era paranoia da minha cabeça.

A única reação que eu tive foi rir.

-Sério isso? - ele balançou a cabeça positivamente. - Não tem outra coisa para fazer além de tentar me matar do coração se passando por um assaltante? - ele riu.

-Eu tinha outra coisa para tentar roubar além do seu celular.

-O que?

-Seu coração. - minha risada forçada terminou instantaneamente.

Aquela pergunta ainda estava parecendo surreal para mim.

-Você já deixou bem claro que me odeia- tentei andar um pouco mais rápido querendo chegar em casa um pouco antes.

-Não te odeio nunca te odiei e até disse isso, muito pelo contrário eu...

-Preciso entrar. - coloquei a mão na maçaneta interrompendo ele falar.

-Não vai me dizer sua resposta? - eu não queria encarar Nicolas.

Eu não poderia olhar em seu olhos.

Não queria me entregar tão fácil.

Eu não queria me machucar.

-Até logo! - entrei em casa fechando a porta atrás de mim e batendo minha cabeça contra a porta propositalmente. - Que merda eu fiz? - sussurrei para mim mesma percebendo a cagada que eu fiz.

Por que eu tinha que ser tão burra? Tão estupida? Por que eu recusei? Eu tinha motivos suficientes para ter dito não?

Ainda estava parecendo mentira quando Nicolas me pediu em namoro. E mesmo que fosse porque eu recusaria?

Gata IndomávelOnde histórias criam vida. Descubra agora