40-Pedido de namoro

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Nicolas

Eu não poderia dizer apenas um "eu sinto muito". Seria muito hipócrita da minha parte dizer isso depois de tudo que Andréia havia me contado.

Ela sofreu tanto quando era criança, mas mesmo assim não deixava de esboçar um sorriso no rosto e fazer com que as pessoas a sua volta estivesse bem.

Eu estava admirado pela namorada que eu tinha ao meu lado e tudo que eu queria fazer agora era levar os problemas para longe dela para ela nunca mais sofrer, porém era impossível eu fazer isso acontecer, mesmo que fosse a coisa que eu mais queria fazer nesse momento.

-Eu me sinto tão mais leve. – ela disse desfazendo o abraço que estávamos desde que chegamos ao pátio. – Eu nunca havia contado isso a ninguém.

Eu me senti lisongiado por ser o primeiro a saber de seu passado.

Mas eu ainda queria fazer parte das primeiras vezes de sua vida.

-Você é uma guerreira! – toquei em seu rosto secando as lágrimas de seu rosto.

-Estou com fome. – ela abriu um sorriso demonstrando que tudo estava bem.

-Pode deixar que eu pago. – automaticamente sorri ao ver que ela estava bem.

-Vai se arrepender. – se levantou do banco me puxando pelo braço.

-Nunca irei me arrepender de fazer nada por você. – beijei sua testa antes que ela saísse me arrastando pela escola em busca de comida.

Cláudia

Eu não sabia o que estava acontecendo de fato com a Andréia, mas eu não iria insistir em querer saber para depois ela ficar brava comigo, então pedi para que Nicolas conversasse com ela.

Eu também sabia que eu não poderia passar muito tempo com ela, pois minha vontade de vomitar ainda voltaria.

Tive que correr imediatamente para o banheiro bem na hora de subir, dito e certo.

Como já não era novidade para mim eu sempre carregava uma escova e pasta de dente comigo para esse caso.

-Ainda vomitando? – Amanda se sentou na pia e eu me assustei com sua presença.

-Ai loira do banheiro, quer me matar do coração?!- cuspi a pasta fora, pelo menos o resto que eu não havia engolido.

-É pra isso que eu sirvo, assustar as pessoas. – deu de ombros.

-Se meu bebê nascer com cara de creme dental a culpa é sua!

-Eu achava que o bebê só nascia com cara de alguma coisa quando a gravida não comia o que tinha desejo. – me relembrou da superstição. – Afinal, quem é o pai dele?

Me senti tentada a falar.

-O David. – as palavras pareceram doer quando foram ditas em voz alta.

-E ele sabe? – hesitei um pouco em contar.

-Não. – respondi por fim.

-Você precisa contar, não vai poder carregar o peso sobre as costas sozinha.

-Ele não vai saber, e nem você vai contar. – me antecipei antes que ela ousasse em abrir o bico.

-Quem era a fofoqueira entre nós era a Cassandra, não eu. – ela tentou se defender.

-Por que o nome de vocês são tão parecidos na sonoridade? Samanta, Amanda, Cassandra, Pamela... Pamela não. – corrigi e ela riu.

-Não foi combinado, eu juro.

Gata IndomávelOnde histórias criam vida. Descubra agora