9-Mais um?

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Andréia

O que eu mais desejava nesse momento era que a Amanda e o Nicolas desaparecessem da minha vida de vez. Estou tão irritada pela Amanda por ser tão cínica e pelo Nicolas ser tão estúpido e ter acreditado naquela patricinha. Ele teve coragem de me machucar apenas para defender a sua irmã sendo que ele não sabia de nada. Mas deixa isso para lá, um dia eles ainda me pagam.

-Andréia! – ouvi alguém me chamando e não parecia ser a primeira vez.

Me virei para trás encontrando Natan, aposto que ele também veio defender a irmãzinha indefesa.

-O que é? Veio brigar comigo também. – ralhei irritada.

-Calma, eu não vim brigar com você. – ele mantéu uma certa distância de mim com medo de que eu o atacasse. – Muito pelo contrário, eu vim te agradecer.

-Pelo que? – fiquei confusa com sua reação.

-Por ter dado uma surra na Amanda.

-As notícias correm... – falei para mim mesma. – Eu achava que você iria defender a sua irmãzinha.

-Primeiramente ela não é minha irmã, e segundo ela é muito chata e insuportável. Ela bem que mereceu. Valeu! – Natan se aproximou de mim me dando um abraço.

-Você não bate muito bem das ideias. – dei uma leve risada. – E que papo é esse de que você não é irmão da Amanda? – novamente fiquei confusa.

-Os pais da Amanda me adotaram assim como o Nicolas. Somos irmãos, mas não legítimos.

-O que aconteceu com seus pais? – quis saber.

-Minha mãe foi assassinada e pouco tempo depois meu pai se suicidou. – explicou vagamente.

Eu fiquei chocada com o que Natan havia me dito, e o pior era a maneira com que ele falava, ele me disse como se tivesse dito que comeu pão no café da manhã.

Mas o pior era eu não ter nada o que falar e Natan agir indiferente ao que havia acabado de me contar. Será que ele não se importava tanto assim com os pais? Senti um desconforto por aquela situação.

-Andreinha! – Cláudia surgiu do outro lado da calçada acenando para mim. A mesma atravessou a rua e veio até nós. - Já saíram da escola?

-Não, ainda estamos lá não está vendo? – Natan respondeu a pergunta de Cláudia.

-Delicado como um coice. – ela deu um sorriso sem mostrar os dentes.

-Por que não foi à escola hoje? – indaguei.

-Eu fui ao oftalmologista trocar a lente dos óculos. – ela levantou a armação de seus óculos mostrando seu modelo novo.

-Lia me contou que você andou cabulando...

-Que menina mentirosa, amanhã eu cato ela. – brincou.

-Mas e a história do garoto do terceiro ano? E verdade? – eu não perderia uma oportunidade de encher a Cláudia por causa dos garotos.

-Não. – sua voz ficou esganiçada. – Quer dizer, eu conheci sim, a gente está se conhecendo. – Cláudia começou a mexer nas suas pulseiras. Natan pigarreou.

-Acho que já estou indo. – avisou.

-Só porque estamos falando de meninos? – Cláudia colocou a mão na cintura.

-Também, esse papo de macho não cola para mim não. O meu negócio aqui é só mulheres. – ele piscou para mim. – Tchau para vocês! - Natan deu um beijo na bochecha de cada uma de nós e se foi.

Gata IndomávelOnde histórias criam vida. Descubra agora