15-Confusão em Massa

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Andréia

Na vida eu apenas levei dois namorados para apresentar aos meus pais. O primeiro foi quando eu tinha 12 anos de idade. Eu conhecia o Jorge desde o primário e desde lá dizíamos que éramos namorados, isso tudo de brincadeira, mas na sexta serie resolvemos "oficializar" nosso namoro e eu o levei para a minha casa- não havia necessidade já que Jorge morava no mesmo prédio que eu, já conhecendo meus pais e vice versa. - Enfim, eu o levei até lá e contei que estávamos namorando.

Mamãe achou bonitinho já que nos conhecíamos desde a infância, já papai disse que éramos muito novos para namorar.

Até ai tudo bem.

Depois ele disse ao Jorge que se ele me fizesse chorar era para ele se lembrar de que meu pai era policial e tinha uma arma que poderia usar a qualquer hora.

Ele ameaçou o moleque!

Ele ameaçou um menino de 12 anos!

E isso porque ele estava brincando, mas do jeito que ele falou assustou o menino, e Jorge deixou de falar comigo até hoje.

Não é à toa que meu pai é nomeado Coronel. Ele consegue ameaçar crianças indefesas sem nenhuma culpa na consciência, imagine só o que ele deve fazer com o criminosos que já prendeu?!

Não quero nem imaginar.

O outro namorado que eu cheguei a apresentar foi o Renan, que no final não teve uma visão tão amigável de meus pais, mas que prefiro poupar detalhes no momento.

E agora outro que eu teria que apresentar oficialmente a família era Eduardo.

Não que ele fosse meu namorado, mas ele estava dando a entender que fosse. Vou contar o que aconteceu desde o início.

Algumas horas antes...

Já era hora do intervalo e esse era o momento que eu deveria procurar o Eduardo e esclarecer sobre o que havia acontecido ontem na confeitaria da minha mãe. - dessa vez não irei contar detalhes, pois eu mesma queria me esquecer daquela cena.

Acabei encontrando a besta estupida juntamente ao Natan que assim que me viu tratou de me cumprimentar.

-Olá gatinha! - Natan me deu um abraço bem apertado como se tivéssemos passado muito tempo sem se ver. E isso porque ele quase sempre me acompanha na minha ida para casa, imagine se passar alguns dias sem me ver.

-Oi! - respondi ríspida porque eu não queria papo com ninguém agora, somente com Eduardo.

-Aconteceu alguma coisa? - perguntou preocupado.

-Sim, e preciso falar com seu colega ai do lado. - um outro garoto que estava junto a eles apontou para si. - O outro. - segurei minha vontade de revirar os olhos, pois Eduardo sabia muito bem que era com ele.

-Eu preciso resolver uma coisa na diretoria.- inventou uma desculpa para sair, mas agarrei ele pelo capuz fazendo-o voltar para onde estava.

-E eu preciso resolver uma coisinha com você. - dei um olhar ameaçador que eu fazia todas as vezes que eu estava prestes a matar alguém. - Vamos. - o arrastei pelo corredor para conversar a sós com ele.

-Boa sorte! - Natan gritou do final do corredor com um sorriso no rosto, esse garoto ama uma encrenca.

Assim que chegamos ao pátio - onde normalmente os casais ficavam para se pegar - exigi uma explicação clara do que havia acontecido ontem.

Eduardo enrolou para me contar a verdade, até que eu disse a ele que sua mãe havia aparecido lá na confeitaria da minha mãe e ter a audácia de conversar com a mesma achando que ela era sogra de seu filho.

Gata IndomávelOnde histórias criam vida. Descubra agora