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Aurora Rodriguez
8 de outubro de 2020 em Barcelona

Hoje faz exatamente 5 anos que a minha mãe morreu. Eu pensava que com o tempo a dor da perda iria diminuir mas não, ela nunca diminui e ver a pessoa que me deu vida perder a sua é a pior coisa que poderia acontecer.
Ainda lembro dos últimos momentos com mamãe, ela nem sempre estava em casa já que trabalhava muito e com isso viaja bastante, mas sempre vinha me ver nos meus anos, mas este aniversário foi diferente. Mamãe nunca chegou a casa, perdeu a vida enquanto chegava a casa depois de sair do aeroporto com o motorista.

*No cemitério de montjuïc:

-Oi mamãe, Andressa Rodriguez, senti sua falta -digo enquanto olho a sua lápide
-Trouxe as suas flores favoritas, rosas vermelhas,  quase que não consegui comprar estavam já no fim, mas isso não importa. - riu sem sentir vontade de rir
-Mamãe sinto tanto a sua falta, as coisas não são as mesma desde que você partiu - digo ao sentir a garganta fechar e os olhos embaçados
-Papai não liga mais para mim, agora que tem a sua nova mulher e o seu novo filho. Tudo o que eu faço é errado, papai só quer saber deles. Eu estou tão cansada disso. - deixo o choro sair
-Mas eu te prometo que não vou desistir, eu vou achar quem te matou mamãe, e-eu só precisava de mais informações antes de morreres. Tinhas que acabar o que começaste a dizer antes de dares o último suspiro. - gaguejo enquanto falo
-Eu te prometo mamãe eu vou te vingar a sua morte, eu promet - paro de falar quando escuto um barulho

-Quem está aí? - pergunto
-Ah Aurora larga de ser burra né garota, deve ser só um animal qualquer ou até mesmo uma pessoa que veio deixar flores ao seu familiar - penso.

Enquanto isso, deixo de pensar no barulho e volto-me para a lápide de mamãe, mas de repente uma pessoa toca-me no braço

-Porra que susto, quem és tu?- pergunto enquanto me afasto do estranho

-Oi! Desculpa eu não queria te assustar, só queria avisar que o cemitério vai fechar em 10 minutos - o homem, que deve ser quem cuida do cemitério avisa.

-Porra que horas são? -olho para o meu relógio
-Aí meu Deus, já são 19 horas, nem vi o tempo passar. Me desculpe já vou embora e desculpe pela forma que falei - dou um risinho sem graça

-Não faz mal nenhum, eu entendo, eu assustei você - o homem diz com um sorriso no rosto

-Obrigada e desculpe mais uma vez. Boa noite. - saio de lá a passos rápidos

-Boa noite- o homem diz

Não olho mais para trás, só sei que estava a andar tão rápido que saí do cemitério em menos de 5 minutos. Entro no meu carro, último presente da mamãe, uma Ferrari 812 na cor vermelha, meu xodó. Coloco a música no máximo, Slow Down de Chase Atlantic, começo a acelerar e de repente noto que já vou a 160 km/h, eu amo adrenalina, amo conduzir em alta velocidade. Isso me faz sentir tão viva, mesmo que possa morrer por isso.

*Passado 30 minutos chego a casa.

-Cheguei - digo para saber se está alguém em casa, mesmo que eles não se importem

-Oi filha. Estavas onde? - papai pergunta confuso com a demora a chegar a casa

-Estava no cemitério, caso não te lembres hoje faz 5 anos que a mamãe morreu- digo com uma leve raiva da pergunta idiota

-Ah tabom. Daqui a pouco já vão servir o jantar, vá tomar banho e desça para comer- diz indiferente

-Ok- digo antes de subir as escadas para ir para o meu quarto

Entro no meu quarto e vou direto para o banheiro tomar banho. Enquanto esfrego o corpo, lembro da ligação com a mamãe antes de morrer.

*ligação de Andressa para Aurora:

Fogo, Paixão e Destruição Onde histórias criam vida. Descubra agora