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Aurora Rodriguez:
9 de janeiro, São Francisco

E mais uma vez eles voltaram mas desta vez algo não está certo, eles parecem mais nervosos do que o normal, talvez porque eu até agora não falei nada mas porque eu realmente não sei do que eles falam...
E de novo eu sou colocada na cadeira elétrica, eu já não aguento mais ser eletrocutada, meu corpo parece queimado por dentro...

-Voltamos.- o Evan diz e vejo o seu sorriso

-Será que vai ser hoje que vais decidir abrir a boca e falar algo que nos ajude?- o Carson pergunta de forma retórica

-Eu não sei, eu juro.- eu digo e logo vejo o botão ser carregado e o meu grito ecoar por toda a parte

Eu não aguento mais isso... todos os dias a mesma coisa, meu cérebro dói como todo o meu corpo... eu estou a ser queimada de dentro para fora ainda viva...

Alguns segundos passam, mas mais parecem horas e mais horas, e o botão é desligado mas mesmo assim o meu corpo continua a dar leves espasmos...

-Vamos de novo Aurora, onde está a merda do anel?- o Lorenzo me pergunta

-Vai te fuder.- eu grito e de novo eles apertam o botão

Só que o que eu não esperava era que enquanto meu corpo era queimado vivo eu iria gritar por ele... minha âncora, eu precisava da minha âncora para me manter viva...

-Theo? Quem é esse?- o Carson pergunta

-Theo... esse não era o homem que estava contigo na tua missão? O mesmo que te incentivou a matar.- Lorenzo fala

Não respondo, sempre é inútil porque eu nunca falo o que eles querem ouvir...

-Pelos vistos temos um ponto fraco...- o Evan fala e sorri
-Parece que ela não gosta dos nossos rapazes...-ele volta a falar em um tom de voz sarcástico

Quem iria gostar deles? Quem gostaria de uma pessoa que a tortura...

-Agora que já sabemos do teu ponto fraco vamos voltar ao mesmo de sempre... onde está o anel, pequena?- o Carson volta a perguntar a mesma merda de sempre

Pequena... esse apelido já carrega tantas lembranças horríveis... uma pessoa importante me chamava assim mas como sempre dizem, as memórias ruins são sempre as que prevalecem em nossa mente... e as boas são esmagadas pelas ruins...

-E-eu n-não sei do qu-que vocês f-alam.- eu gaguejo

E como todas as outras vezes, a minha palavra não conta, é mais uma vez eles carregam no botão e de novo o meu grito é ouvido por todos que estão naquela minúscula sala.

Grito
Grito
E grito...
Totalmente sem esperanças de que eu saia daqui viva... mas ainda a espera que ele me venha buscar e me leve para bem longe daqui...

Os segundos parece que não passam, até que eles param de carregar o botão e voltam a perguntar a mesma coisa de sempre...

-Anda Aurora, colabora connosco... onde está o anel.- o Lorenzo é quem fala

Tento olhar para eles e assim que levanto a minha cabeça vejo o Theo ali perto de mim, meus olhos tentam focar em si talvez na esperança de saber se realmente é ele ou se é só mais uma imagem da minha cabeça... mas logo eu tenho a certeza que não é só mais um alucinação ele realmente está aqui para me salvar... ele faz um sinal de silêncio e logo eu entendo e os meus olhos vão para os três homens à minha frente.

-Eu já disso-disse que não...- eu digo mas antes de terminar eles me interrompem e eu volto a ser eletrocutada.

Todo o meu corpo treme e grita de dor e desespero, e como sempre tão perto de desistir de viver e lutar o som para mas mesmo assim o meu corpo ainda dá leves espasmos... eu não queira que ele visse isto... daria de tudo para que o Theo não me visse assim...

Fogo, Paixão e Destruição Onde histórias criam vida. Descubra agora