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Theo Clark:
23 de novembro, França.

Fiz merda... eu não devia ter feito aquilo... perdi o controle e ela quase se foi... quase morreu. A única pessoa que me trazia paz, a minha luz... agora tudo é escuro e solitário...

Eles me tiraram de cima dela, porque senão ela não estaria mas viva...

"-Eu te odeio.-ela grita para mim"
"-Igualmente Aurora.- grito de volta"

As lembranças voltam com tudo, sem dó nem piedade... ela me odeia...

"-Me... a-arrependo de t-ter ficado c-contigo...-ela diz pausadamente "
"-Eu também.- digo"

Ela se arrepende de ter ficado comigo... e eu ainda respondi que também sentia isso... óbvio que é mentira. Ela foi a única pessoa que me fez sentir viva depois de 7 anos... depois da morte deles... Minha luz tinha voltado, bastava estar perto dela... mas agora? Voltei a estaca zero...

"-Vocês estão doidos?-Elisa fala"

"-O que vocês fizeram.- Michael diz aflito"

Foram eles que me tiram de cima da Aurora, eles que em impediram de a matar... Eu a vi perder a consciência... e só depois é que senti o peso do que acabei de fazer... eu estraguei tudo, só por não estar habituado a que me desobedeçam...

Ando de um lado para o outro, tentando retirar aqueles pensamentos da minha cabeça, só que é impossível... decido então tomar um banho

Aurora não voltou para o quarto, e provavelmente não vai mais voltar... eu pelo menos não voltaria...
A carregaram para fora do quarto, a algumas horas, e nenhum veio dar notícias dela... o que também é óbvio, ninguém vem dizer que a pessoa que tu quase mataste está viva

Saio do banho, já vestido, e assim que abro a porta do banheiro encontro-a, ela veio... mas ela não está bem... sua respiração acelera assim que me vê...

Ela da um passo para trás, mas com esse ato acaba de espetar um caco de vidro em seu pé...

Tento ir até ela, mas ela volta a se afastar... medo

Ela tem medo de mim...

-Me deixa ajudar...- falo com uma voz calma

-P-para...- ela gagueja e eu paro no lugar

-Eu não te vou magoar, me deixa te ajudar, por favor...- peço e a olho

Ela sente medo de mim... a minha luz agora se tornou mais obscura... o meu ponto de paz, agora se tornou um ponto de inquietação... e tudo isso por minha culpa

-Eu prometo...- falo

-Eu... - ela para de falar. - Não confio em ti, não mais...-diz baixo

Ela confiava em mim... e eu parti isso...

-Eu entendo... mas pelo menos deixa me ajudar te a retirar esse caco de vidro do teu pé...- volto a pedir

-Tabom...- ela diz e eu vou na sua direção .- Não chega perto...-ela pede

-Como é que eu vou te ajudar se não queres que eu chegue perto?- pergunto confuso

-Deixa que eu me sento na cama, depois podes me ajudar.- ela diz e anda até a cama

Eu faço o que ela manda, não me tento aproximar porque sei que ela não quer isso, só fico então a observa-la... até que ela me permita aproximar

-Não parece tão profundo...- eu digo observando o seu pé

Fogo, Paixão e Destruição Onde histórias criam vida. Descubra agora