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Aurora Rodriguez
17 de fevereiro, las Vegas

Abro os olhos e tento me recordar de onde eu estou mas nada me vem à mente. Tento em mexer mas todo o meu corpo dói, como se eu tivesse sido atropelada. Levo o meu olhar para baixo e vejo que as minhas roupas, que antes eram de trabalho, agora não passam de uma camisola azul de hospital.

Olho para o lado e vejo vários acessos em meu braço, sigo, com os olhos, onde os tubos vão parar, e vejo duas bolsas, uma na cor vermelha, provavelmente é sangue, e outra transparente, que pelo que eu consigo focar a minha visão é soro e mais algo mas meus olhos não me permitem ver.

Volto a focar os meus olhos no meu braço e rapidamente puxo de uma só vez os tubos. Uma dor me atinge mas logo se vai. Levanto o meu tronco, ficando sentada, e minha cabeça parece pesar. Retiro as minhas pernas da maca e me forço a ficar em pé, de primeira eu fico sonza, o que faz com que eu quase cai para trás, mas depois a minha visão volta ao normal e eu olho em volta e vejo as minhas roupas.

Me aproximo de onde estão as minhas roupas e logo as carrego e me troco. Assim que já estou sem aquela camisola horrível de hospital eu saio da área de cuidados médicos e começo a andar pela agência.
Alguns flash Backs me atingem com tudo, me fazendo relembrar a situação em que eu me encontrava.

Ando mais um pouco e logo a minha perna começa a doer mas assim que chego a área principal todos me olha e eu finjo que estou bem.
Olho em frente e vejo o Theo vir na minha direção.

-Oii amor...- ele fala com uma voz suave
-Tudo bem?

-Oii, sim...- eu digo

-Parece que não.- ele fala e eu o abraço

-Eu não consegui... eu falhei. - eu falo abraçada ao seu corpo e nem me importo com as pessoas a olharem para nós

-Tudo bem amor...- ele diz e da algumas carícias em minha cabeça

-Eu fui fraca e não consegui, se eu tivesse...- eu começo a falar mas logo o Theo me interrompe

-Fraca? Desde quando amor? Tu chegaste até a agência, a andar a pé, machucada e quase a cair para os lados, mas mesmo assim tu não desististe amor.- ele fala e segura o meu rosto
-Para mim isso significa que tu foste forte pra caralho, metade dos agentes que aqui estão não fariam nem metade do que tu fizeste.- o Theo fala enquanto me olha nos olhos

-Tu conseguiste, eu não.- eu digo

-Não podes comparar... tu acabaste de voltar a treinar e a entrar em missões, e eu, quando fiz a minha missão, não tinha ficado um mês sem poder treinar. Eu não sofri tortura física e nem psicológica, por isso não dá para comparar.- o Theo fala e eu fico em silêncio

Falar sobre o que eu passei ainda dói, mesmo que todo o meu corpo já tenha cicatrizado, a minha mente ainda me faz lembrar de tudo o que eu passei, das noites que eu não podia dormir porque senão era acordada com água e sal, dos dias em que eu passei fome e sede e de todas as horas que eu fui torturada e machucada.

Tudo vinha no mesmo instante, bastava alguém falar algum gatilho e o tiro era disparado pro toda a minha mente.

A dor que eu senti e a dor que eu vi os meus amigos passarem quando me viram naquele bunker sempre vinha na minha mente. O desespero dos meus amigos enquanto eu não estava em mim de madrugada. As várias e várias noites mal dormidas por pesadelos, mesmo ninguém sabendo disso. Tudo me fazia relembrar daqueles merdas. E talvez eu só ficarei em paz quando eu os matar.

-Aurora?- oiço a voz do Theo e logo percebo o quão inerte eu estava em meus pensamentos

-Oi?- eu falo

Fogo, Paixão e Destruição Onde histórias criam vida. Descubra agora