Somente sua.

Dezoito.

Chego a casa e me jogo no sofá, ligo a TV.
- Estou sentindo falta das minhas loucuras – resmungo.
E fico pensando, meus pensamentos voam e minha imaginação cria asas. Vou para meu quarto e ligo meu computador. E procuro, até achar um lugar confiável, pego o telefone e marco um horário.
- Eles vão me matar – resmungo – mas é o que eu quero.
Pego uma blusa e vou para o ponto de ônibus. Chego ao estúdio em dez minutos.
- Oi, tudo bem? – falo para a recepcionista – tenho um horário marcado.
Ela fica em silêncio e procura no seu computador.
Ela sorri – É só aguardar.
Ela aponta para um sofá que tinham ali. Meus nervos estão á flor da pele.
- Marjorie – um rapaz me chama – vamos?
Eu assento e o sigo. Entramos em uma sala. E só dever agulhas, eu entro em pânico.
- Sente-se.
- Obrigada.
- Me conta o que você vai querer – ele pede.
- Um coração – eu explico tudo para ele.
Ele faz um desenho, que ficou muito lindo.
- Aonde? – pergunta.
Eu aponto para meu braço. Ele passa o desenho para lá.
- Sente-se ali – aponta – já vamos começar.
Obedeço. E observo ele arrumar as coisas. E logo ele começa. No começo doeu um pouco, mas depois foi tranquilo, ele termina.
Ele me passa algumas instruções – Entendi.
- Claro.
Eu pago, e saio dali.
- Marjorie – me viro.
- Oi – falo.
- Ainda se lembra de mim? – pergunta sorridente.
Sorrio – Claro Victor.
- O que estava fazendo aí? – pergunta intrometido.
- O que você acha que eu estava fazendo? – retruco.
Ele suspira – Uma tatuagem.
- Errou – faço cara triste. – Vim ver o preço para uma amiga.
- Essa amiga seria você? – pergunta.
Arqueio minha sobrancelha – Não.
Victor me prende em uma conversa. E eu estou entediada. Invento uma desculpa e vou embora.
- Aí está você – Antonella fala – Onde estava?
- Por aí – falo.
Ela faz uma careta – Sério?
- Sim – respondo – Tenho uma novidade – afirmo.
Ela me olha desconfiada – Foi presa?
Sorrio – Não – entro em casa. Jogo minha blusa no sofá – Fiz uma tatuagem – afirmo.
Ela sorri – Mentirosa – afirma – Você nunca teria coragem.
- Pois é – eu lhe mostro, ela fica boquiaberta.
- Louca – ela brinca. E me abraça – Angie quer você na festa.
- Eu sei disso. – fico pensativa.
Ele me solta e se senta no sofá. E me faz passar o resto da tarde fazendo coisas de menininhas.