Vinte e dois.

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Marjorie.
Quinta.
- Marjorie – Enrico me chama – estou indo para faculdade – avisa – você já sabe o que tem que fazer.
Eu resmungo.
- Seu resmungo não me garante nada – afirma, fico em silêncio – Quero ouvir – pede.
- Tenho que tomar um remédio e – dou uma pausa – caso eu não me sentir bem é para ligar para você.
Ele sorri e beija minha testa.
- Não quero beijo na testa – eu resmungo.
Ele sorri – Quer aonde? – pergunta.
Faço um bico, ele sela nos lábios.
- Agora sim – falo.
- Até mais tarde.
Ele sai me deixando sozinha em casa. Pego meu celular e olho a hora, está na hora de tomar remédio. Levanto da cama, puxo a coberta, me enrolando. Vou andando até a cozinha e tomo o remédio.
- Dormir ou ficar acordada? – pergunto para eu mesma.
Pego umas frutas e as pico, e subo as escadas de novo. Vou para meu quarto e ligo a TV, mas fico entediada.
Ligo para Enrico.
- Eu já to indo – afirma – O que você tem?
Dou risada – Calma – peço – eu estou bem – ele suspira aliviado – e não precisa vir.
- Quer me matar do coração?
- Não – respondo – Só quero um favor.
- O que? – ele pergunta.
- O telefone da Angie.
Ele bufa – Para que?
Mordo meu lábio – Estou entediada e quero companhia – resmungo.
Ele me passa seu telefone – E já sabe – avisou – não quero nada de bagunça ou a senhorita aprontando.
- Pode deixar papai – brinco.
- Vou te mostrar o papai – ele resmunga.
Eu desligo.
Ligo para Angie e peço que ela venha aqui para casa. Ela chega uns dez minutos depois.
Ela me abraça apertado – Eu estava morrendo de saudades.
- Eu também. – fala – Eu quero te chamar para fazer uma coisinha.
- O que? – ela pergunta curiosa.
- Ir dar uma volta – falo – Sumir.
Ela me olha pensativa – Quem vai? – pergunta.
- Antonella e só – falo.
- Mas eles vão nos matar – resmunga.
- Por favor – junto minhas mãos, ela suspira.
- Tá legal – resmunga – Cadê a Antonella?
- Tá vindo da faculdade – falo.
Nós conversamos, ela me contou um monte de coisas inclusive sobre sua festa de dezoito anos. Antonella chega.
- Estou preparada – resmunga – para mais uma loucura.
- Só um aviso – Angie me olha – Enrico vai nos matar.
- Eu sei.
Antonella pega a mala de roupas e eu pego meus remédios, e a chave do carro.
- Você tem carteira de motorista? – Angie pergunta
- Eu sei dirigir – afirmo – mas não tenho.
Ela resmunga um palavrão.
- Se acostume – Antonella fala.
Ando normalmente pelas ruas, sem loucuras.
- Desliga o celular – Antonella pede.
- Mas... – Angie protesta.
- Sem mais – Antonella fala – Desliga – pede.
Angie a obedece. E assim fizemos desligamos todos os celulares, ninguém pode nos encontrar.

Andávamos-nos pelas ruas, sem destino.
- Aonde vamos? – Angie perguntou.
Mordi meu lábio, isso esta virando mania.
- Que tal praia – sugiro.
- Isso é uma ótima ideia – Antonella afirma.
- Está pegando o espírito da coisa – brinco.
Ela revira os olhos – Angie?
- Seus pais não se importam de você fazer isso? – pergunta.
- No começo se importavam – dou uma pausa – mas depois viram que não ia adiantar nada e pararam de ligar.
- Ela já ficou uma semana sem dar noticia – ela olha para Angie – e os papais não fizeram nada.
- E você estava junto – resmungo.
- E o Gabriel e os seus pais?
- Sabiam que eu estava com ela – deu de ombros – e acabaram de que nem ligaram.
- Mudando de assunto – elas me olham – vamos para praia?
Elas se olham – Pensei que já estávamos no caminho.
Pego o caminho até a praia. Conversamos animadamente.
- Quantos dias? – Antonella me olha.
- Só dois – respondo – Hoje e amanhã.
- Tá boazinha? – perguntou.
- É para a Angie se acostumar – brinco – Mas agora nos vamos comer – aviso – estou com fome.
Eu estaciono o carro, e vamos caminhando até um quiosque. E pedimos algumas coisinhas para comer. Confesso! Eu estava melhor, mas não queria ficar ruim de novo. Então praticamente não comi nada.
- Vem vamos sentar na areia – Antonella pediu.
Peguei minha água e fomos caminhando, quando Angie para com tudo.
- Temos que tirar um foto – avisou – desse momento.
Dei risada – Temos não.
- Temos sim – Antonella se junta a Angie.
As duas me abraçam e nos tiramos á foto. Sentaram-se na areia e ficamos observando o mar.
- Vamos entrar – pediu.
- Lembre-se – pedi – não temos lugar para tomar banho.
Angie ficou cabisbaixa - É verdade.
Ficamos na praia o resto do dia e era uma paz já que não tinha celular, nada.

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