Trinta e um.

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Marjorie.
Ouvir aquilo do Enrico doeu. Mas eu sei uma coisa, eu nunca sofri e nem vou sofrer por homem nenhum. Chorar, eu chorava. Porque a sensação de perder me machucava, não importa o que fosse. Fechei meus olhos e terminei de pentear meus cabelos e me levantei. Caminhei para a cozinha, e aproveitei para trancar a porta. Peguei um pacote de salgadinho e coca-cola, e fui para sala e liguei a TV, em canal qualquer.
Passei a madrugada inteira acordada. Não consegui pegar no sono. E já estava dando a hora de ir para a faculdade, decidi tomar um banho rápido. Sai enrolada na toalha, e peguei uma roupa, me troquei e passei uma maquiagem, minha cara estava horrível. Peguei meu material e desci para a cozinha.
- Bom dia – minha mãe disse entrando na cozinha – que saudades eu estava de você – me abraçou.
Eu estava assustada – De onde você saiu? – perguntei.
Ela sorriu – Pela porta – apontou – E você parece estar viajando – me encarou – porque eu já te chamei três vezes.
- Desculpa – sorri fraco – só estou cansada.
- Tudo bem – falou – Vem aqui – pediu – quero te mostrar uma surpresa.
- Surpresa? – perguntei um pouco animada.
Ela caminhou para fora de casa, e eu vi meu pai abaixado no chão com duas bolinhas na mão. Ele assoviou e dois cachorrinhos apareceram correndo.
- Como eles se chamam? – perguntei som um sorriso bobo nos lábios.
- São seus – eu a encarei – então sou eu que te faço a pergunta – olho para as cachorrinhas – Como elas se chamam?
- Elas?! – minha mãe assente. Fico em silêncio pensando – Dara e Flor.
Eu descia as escadas, e chamei a atenção das cachorrinhas, que vieram correndo em minha direção.
- Dara – apontei para uma que tinha uma pintinha na testa em formato de coração – e Flor – mostrei a outra, que tinha uma pintinha na patinha. E as agarrei. Eu sou completamente apaixonada em cachorros.
- Obrigada – falei.
Meu pai deu risada – Moçinha você esta atrasada para a sua aula – falou, olhando em seu relógio – e você pode ter certeza de que elas vão estar aqui te esperando.
Fiz cara de tédio para meu pai, e me levantei. Dei um beijo na bochecha dos dois e caminhei em direção á porta. E vou direto para a faculdade.

Antonella me esperava na porta, junto com Gabriel e Enrico.
Dei um longo suspiro, e me juntei com eles – Oi – falei, e acenei.
- Bom dia – Antonella falou – Você esta risonha – ela me analisou – o que aconteceu? – perguntou curiosa.
Dei um largo sorriso – Eu ganhei duas cachorrinhas – disse animada.
Ela suspirou – E eu pensando que era algum motivo interessante – resmungou – E me contem – ela olhou para mim e depois para Enrico – vocês sumiram ontem, por quê?
Ficamos em silêncio. Eu o encarei e ele fez o mesmo.
- Nos não temos nada – me pronunciei – somos diferentes demais – eu o olhei – e ele não aguenta minhas "infantilidades" – fiz aspas com as mãos – então não temos nenhuma ligação mais.
- Vocês são idiotas – Gabriel afirmou, e tapou a boca depois que percebeu o que disse.
- Pelo menos isso tem em comum – resmunguei, e o encarei.
Ele suspirou – Vamos Gabriel – o cutucou – antes que a gente se atrase.
Gabriel revirou os olhos – Infantis – disse alto, e acompanhou Enrico.
Antonella ficou me encarando, em silêncio.
- Ele falou isso e você ficou assim – me olhou – normal, sem reação? – perguntou – Essa não é a Marjorie que eu conheço.
- Pois é – sorri de lado – essa Marjorie, tá apaixonada.
Ela riu. Vimos Márcia caminhando em nossa direção, ela sorriu.
- Bom dia meninas – falou – Vai para aula – pediu, nós a encaramos confusa – A professora faltou e eu de bom grado vou substituí-la.
Dei risada – Voltei para a pré- escola – brinquei.
Elas riram. Caminhamos para a sala de aula e se sentamos em nossos lugares. Márcia começou a sua aula e a mesma passou rápido, logo fomos liberados.
- A aula da sua sogrinha são as melhores – Antonella disse sorrindo.
- Ela não é minha sogra – resmunguei.
- Calma – pedi – Só estou brincando.
- Quero ir para casa – resmunguei – e ficar por lá.
- Fazendo? – arqueou sua sobrancelha.
- Brincando com os meus cachorros – resmunguei, parecendo uma criança;
Ela revirou os olhos – Pena, que temos um TCC para fazer – apertou meu ombro de leve.

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