- Flor – chamei minha cachorra assim que cheguei a casa – Dara.
Elas vieram iguais a duas furações. Dei risada e me abaixei passando as mãos nas duas.
- Calma – pedi – Vou pegar as coleiras e nos vamos dar uma volta.
Caminhei até o fundo da casa com as duas pulando em mim, peguei as coleiras e coloquei nelas.
- Dara – ela continuava se esfregando em mim – você vai me derrubar – abaixei a cabeça, tentando fechar a coleira de Flor e ganhei um beijo.
Dei risada.
- Aí esta você – minha mãe falou vindo em minha direção – olha o que você faz com elas.
- Elas estão animadas – afirmei – porque vamos dar uma voltinha.
Ela sorri – Chegou uma coisa para você – afirmou – acabei de colar em seu quarto.
- Espero que não seja uma bomba – resmungo baixinho.
- Não seja idiota – pede, e me da um tapa de leve na cabeça.
- Mãe – resmungou.
Deixo as cachorras lá em baixo e subo para meu quarto. Abro a porta e me deparo com um lindo buquê de rosas amarelas. Eu os pegos e o cheiro. Não tinha nada indicando quem mandou. Dou um sorriso de lado, e as coloco em cima da cama novamente. E desço.
- São lindas – minha mãe fala sorrindo – Quem mandou?
- Não sei – respondo, e a encaro – Não tinha nome, nem um bilhete – faço bico.
- Uma pena – fala – Mas pensa você deve ter um admirador secreto.
- Não gosto dessas coisas – resmungo.
Abaixo e pego Dara e Flor, e caminho em direção a porta.
- To indo – aviso.
Sai de casa, e vou dar uma caminhada pelas ruas do meu bairro. E me perco em pensamentos. E fico com saudades de fazer minhas loucuras. Desde que eu e Enrico demos um tempo, dois meses para ser exata, eu não tinha feito mais nenhuma loucura. Vezes ou outra Angie fazia alguma e bom eu a acompanhava, mas nada era comparado ao que eu fazia. Depois de uns dez minutos caminhando, com meus amores descido voltar para casa.- Cheguei – grito – Mãe.
- Não grita – pede – Ainda não estou surda.
Dei risada – Mas ta ficando velha - a provoco.
Ela me fuzila com o olhar – Menina me respeita.
- Ui – balanço as mãos – ficou ofendida – brinco.
Ela sorri – E você louca.
Eu passo por ela, e a mesma me da um tapa na bunda. Eu resmungo e subo correndo para o quarto, me trancando. Tiro a minha roupa, estou suada e cansada, entro no chuveiro e tomo um banho relaxante. Coloco meu pijama, e deito na minha cama. Meu telefone toca.
- Alô – falo.
- Oi meu amor – Márcia fala – preciso da sua ajuda.
- Se eu me puder ajudo – afirmo.
Ela sorri – Preciso que você cuide das crianças – pede.
- Por quê?
- Vou viajar com Angie e Gabriel, para arrumas os detalhes da faculdade e da vida deles lá fora – explica – e não quero levar Hugo.
- Tudo bem – afirmo.
- Tem mais uma coisa – afirma, fico em silêncio para que ela continuasse – ele vai ficar no apartamento de Enrico.
- Tudo bem – minto não esta tudo bem.
- Serio mesmo? – ela pergunta – Eu sei o que aconteceu com vocês e se for ruim não precisa.
Sorrio – Tudo bem – repito, a minha mentira – Somos adultos.
- Obrigada.
- De nada.
Ela continua a conversa e me fala quando vão viajar e quando vão voltar e conversamos sobre outros assuntos. Márcia era a minha segunda mãe.
- Mãe – eu a chamo – vou ficar longe de casa uma semana.
- Por quê? – ela pergunta – O que você aprontou.
- Nada – respondo – Sou vou cuidar do Hugo, na casa do Enrico.
- Quantos dias? – pergunte, e se seta na cama.
- Quinze.
Ela suspira – Tudo bem – fala – Mas eu só quero uma coisa – faço um sinal para que ela continue – Juízo.
Dou risada. Ela pede logo o que eu não tenho: juízo.
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Somente sua.
RomanceO valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas amar tudo que você t...