Trinta e três.

2K 154 1
                                    

Abri a porta do quarto e caminhei para cozinha, de onde vinha um cheiro maravilhoso. Ele estava de costas cozinhando.
- Bom dia – falei, e me sentei um uma cadeira.
- Oi.
Ele colocou uma xícara na mesa, junto com um copo de água e um comprimido, eu tomei – Obrigada.
- Está melhor? – perguntou.
Eu sorri – Assim que o remédio fizer efeito vou ficar – mordi meu lábio – E serio o que você me disse ontem?
- Você lembrou – falou – E sim é verdade.
Ele ainda estava de costas para mim.
- Você ainda gosta de mim? – perguntei, ele suspirou.
Virou-se para mim – Sim – respondeu – E parece que você não – resmungou.
Suspirei – É a vida – menti.
Eu me levantei e fui caminhando para o quarto me trocar, e voltei para a cozinha.
- Eu to indo – falei – Obrigada.
- Espera – pediu – Quero te pediu uma coisa.
- Pode pedir – falei.
Ele se aproximou de mim – Me diz olhando nos meus olhos que você não me ama.
Eu gelei, eu o amava. Mas, que droga!
- E-eu... – gaguejei.
- Diz – ele insistiu.
- E-eu não... – eu não conseguia, falar olhando em seus olhos.
- Olha para mim – pediu, e colou sua mão em meu queixo, o levantando. – Fala.
Respirei fundo – E-eu n-não... – eu gaguejei.
Ele me puxou pela cintura, e selou nossos lábios. E iniciou um beijo calmo. Eu estava morrendo de saudades do seu toque, do seu gosto, dos seus carinhos. Ele mordeu meu lábio inferior, e deu um selinho demorado.
- Eu já entendi sua resposta – disse sorrindo.
Fechei meus olhos – Não vai ser tão fácil – eu o olhei.
- Isso foi só um beijo – Enrico falou sorrindo.
- Não significou nada.
Ele deu uma risada alta, e eu me virei abrindo a porta do seu apartamento. Porque mentir estava sendo tão difícil.

Assim que sai de seu apartamento caminhei para a casa de Antonella.
¬- Você apareceu – disse, enquanto abria o portão – pensei que tinha sumido.
- Você sabe bem com quem eu estava – entrei em sua casa - então acha mesmo que ia acontecer alguma coisa comigo – afirmei ironicamente.
Ela suspirou – Como esta indo no trabalho? – perguntou.
- Fui demitida.
Ela ficou em silêncio – Você acha outro.
- Ele me deu o estagio inteiro – ela me encarou surpresa. – Pelo menos por isso eu estou feliz.
Ela caminhou até seu quarto e se jogou na cama.
- Vou ir morar com o Guilherme – falou – Estou tão feliz.
- Todo mundo vai me deixar – resmunguei.
- Você e o Enrico são amigos – ela me encarou – ele não vai deixar.
- Ele me beijou – falei, e cobri meu rosto – E me contou porque me pediu um tempo.
- E? – ela fez um sinal com a mão, para que eu continuasse.
- Eu estou confusa, não sei o que fazer – admiti.
Ela sorriu – Mais confusa do que você já é? – eu assenti – mas calma – pediu – você tem que tomar uma decisão.
- Eu sei disso – resmunguei.
- Vamos mudar de assunto – pediu – e me ajuda a arrumar minhas coisas.
Eu sorri – Quando vocês vão? – perguntei.
- Depois da formatura. – respondeu – estou tão animada.
Ela se levantou e começamos a separar as suas coisas, o que virou uma grande brincadeira. Começamos a vestir as roupas e fingirmos ser personagens aleatórios. Mas conseguimos dar conta de tudo.
Cai na cama exausta – Isso cansa – resmunguei.
- Foi divertido – ela fala se sentando.
- Isso eu tenho que admitir – falei – E agora o que vamos fazer?
Ela pegou seu celular – Tirar uma foto, para lembramos desse momento.
Dei risada, e peguei uma anteninha de gatinha. Ela me abraçou e tiramos a nossa foto.
- Vou colocar em um mural – afirmou – E eu preciso de mais fotos tenho tão poucas.
Revirei os olhos – Poucas? – ela assentiu – Você tira foto de tudo e de todos.
Ela sorriu – Vou pedir para o Gui tirar uma foto, para você ver
- Prefiro surpresa – avisei – para quando eu for te visitar.
Ela sorriu – Chata.
Dei de ombros. Continuamos a conversar e á arrumar suas coisas, que não eram poucas.

Somente sua.Onde histórias criam vida. Descubra agora