Trinta e cinco.

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Começo arrumar minhas malas, eu não ia ficar indo e vindo para casa todos os dias. Arrumo tudo o que vou precisar e a deixo de lado. Hoje, domingo, começaria meus dias com o Hugo. Termino de arrumar e vou tomar banho. Hoje, está um dia frio, colo uma roupa quentinha. E vou para a cozinha.

- Nossa tudo isso é pressa? - Pergunto, olhando para Gabriel.

Ele sorri - Você conhece a Angie - disse, e da de ombros - ela estava ansiosa na casa de Enrico para te ver.

- Ainda bem que eu já me arrumei - aviso - Só vou tomar café.

- Não precisa de pressa - avisa.

Pego um pouco de suco na geladeira, e um pedaço de bolo. Como e subo para meu quarto, vou ao banheiro escovo os dentes e faço um coque em meu cabelo. Pego minha mala e minha bolsa, junto com o material da faculdade.

- Vamos - falo.

Gabriel me ajuda com as coisas e as coloca no carro. Ele liga o radio.

- Preparado para sua nova vida? - pergunto.

- Nunca estive tão pronto - afirma - Só estou com medo.

- Do avião? - pergunto - É tranqüilo.

- Cala a boca - pede, sorrindo.

- É serio - continuei - E só segurar firme a mão dela - zombei.

- Cara - me olhou de lado - você está insuportável.

Dei risada, e continuamos a brincar, até chegar ao apartamento. Ele desceu com as malas, e eu o seguia. Quando ele tocou a campainha, eu travei, fiquei tensa. Mas que droga!

A porta de abriu, e Angie me abraçou.

- Vou sentir tanto a sua falta - me apertou.

- Eu também - afirmei - Você está me sufocando.

Ela sorriu - Desculpa - pediu - E ai? Ansiosa?

Eu entendi sua pergunta perfeitamente, e eu dei de ombros entrando no apartamento - Vou cuidar do Hugo, então sim estou ansiosa.

Ela da um sorriso travesso - Sei.

- Oi - falo e aceno.

- Vem vou te levar para o quarto - Enrico, disse se levantando do sofá.

Eu o sigo.

- Quero deixar Hugo sozinho em um quarto - avisou - se importa de ter que dormir comigo? - perguntou me encarando.

- Tanto faz - respondo.

Ele abre a porta de seu quarto, e coloca minhas malas no chão.

- Fique a vontade - pediu.

Sorri - Obrigada.

Enrico aproveita para me mostrar o seu apartamento. E logo, voltamos para a sala.

- Pensei que nunca iam voltar - Angie resmungou.

Dei de ombros.

- Bom, o táxi chegou - Márcia disse se levantando - Então vamos rápido.

Márcia me entrega Hugo - Cuida dele - pediu - E, por favor - olhou para Enrico - não se matem.

- Seu desejo é uma ordem - Enrico falou.

Gabriel, Angie e Márcia se despediram da gente. Enrico desce com ele e eu fiquei apenas observando eles irem.

- Droga - resmunguei, caminhando pelo corredor até o quarto de Enrico - Tenho lição para fazer.

Colo Hugo deitado na cama, e pego meu material, e faço os exercícios. Hugo chora e me atrapalha. O pego no colo.

- O que foi? - pergunto. Seus olhinhos me encaram atentos - Você ta com fome? - olho em meu celular - não, ainda ta cedo.

Deixo-o brincar com meus dedos, mas ele não para de chorar. Levantei-me e fiquei caminhando com ele pelo corredor, indo e voltando. Ele se acalma.

- Tá tudo bem? - Enrico pergunta, entrando em casa.

- Ele só ta agitado - respondo - e não para de chorar.

Ele sorri - Ele ta manhoso - ele explica - esses dias todos foi assim.

Dou um sorriso, de alivio.

- Eu fico com ele - Enrico pega ele do meu colo - vai arrumar suas coisas - pediu.

Eu assenti, e caminhei de volta para o quarto. E voltei a fazer meus exercícios. E assim que acabei arrumei minhas roupas no guarda roupa de Enrico, as horas passaram rápido.

- Vem o almoço tá pronto - Enrico falou, aparecendo no quarto.

- To indo - me levantei e fui caminhando até sua cozinha.

Hugo dormia tranquilamente na sala, sorri. Enrico colou a comida na mesa, e se serviu.

- Não sei se é igual ao seu - me encarou - mas da para o gosto.

Sorri, e provei um pouco da sua macarronada - Está gostoso.

Ele sorriu - Obrigado.

O resto do almoço, comemos em silêncio. Para na acordar, Hugo.

- O que vamos fazer? - perguntei de repente.

- Fazer com o que? -Enrico perguntou confuso.

- Amanhã - dei uma pausa - eu e você temos aula - afirmei - e temos que cuidar do Hugo.

Ele me olhou - Calma - pediu - Acho que minha mãe conversou sobre isso com os professores - ele fez cara de pensativo - e eles disseram que não teria problema.

- Tão fácil? - perguntei arqueando uma sobrancelha.

- Desde que ele ficasse quieto.

- Impossível - resmunguei - crianças não param.

- Elas dormem.

- Mas não o dia inteiro - retruquei.

Ele sorriu - Para de complicar as coisas - ele pediu.

Respirei fundo, eu vou pirar. Ele terminou de lavar a louça e me encarou.

- Acredita em mim - pediu - vai dar tudo certo.

Mordi meu lábio - Tudo bem.

Ele apertou meu ombro de leve, e foi para o corredor, sumindo da minha vista.

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