Dois meses.
Fazer o TCC estava me levando á loucura, fora que eu estava trabalhando. E eu não tinha tempo para nada.
- Estou morta – resmunguei, para Antonella.
- Tá acabando – afirmou – E logo estaremos livres.
- Quero ficar livre desse grupo – olhei para trás – pessoal brigão.
Ela deu uma risada irônica.
- Angie, tá chamando você para uma balada – me encarou – vamos?
Dei um suspiro – Pode ser.
- Ótimo – deu risada – vamos embora.
Caminhamos para fora da faculdade, e cada uma foi para seu caminho. Eu fui para o meu emprego, em um jornal da minha cidade.
- Bom dia – falei. E caminhei até a minha sala e comecei a arrumar minhas coisas, e a preparar/ revisar algumas matérias que seriam publicadas.
- Marjorie – minha chefa me chamou, eu a olhei – posso conversar com você um minutinho – pediu.
- Claro.
Levantei-me e a acompanhei para sua sala. Ele entrou e eu entrei em seguida, fechando a porta.
- Sente-se – pediu, eu obedeci.
Ela começou a falar algumas coisas e me entregou uma carta, mas preciso minha carta de demissão. Ele me explicou os motivos e eu tive que aceitar. Sai de sua sala e fui para a minha arrumar minhas coisas.
- Mãe – a chamei, assim que cheguei a casa – Fui demitida.
- Isso é normal, meu amor – se sentou ao meu lado e passou as mãos em meus cabelos.
- Pelos menos eu completei o estagio – falei.
- Animo – minha mãe pediu – Suba, tome um banho e vai se divertir com as suas amigas – falou – que por sinal estão no seu quarto te esperando – piscou.
Subi para meu quarto e realmente as meninas estavam ali, se divertindo mexendo nas minhas coisas.
- Bonito – elas se assustaram – mexendo nas minhas coisas.
- Era tentador de mais – Angie falou, se defendendo.
Neguei com a cabeça – Vou tomar banho e a gente vai.
- Quer conquistar alguém? – Antonella perguntou, dando um sorriso malicioso.
- Pelo amor de Deus – Angie resmungou – ainda espero que ela e o meu irmão volte – zombou.
Respirei fundo e dei as costas para as duas. Despi-me, e entrei no meu banho. Sai enrolada em uma toalha e segui até o guarda roupa.
- Sua roupa – Antonella falou – é essa aqui – apontou para uma camiseta regata e um short curtinho e uma blusa. Peguei tudo e corri para o banheiro me trocar. As meninas cismaram de fazer minha maquiagem e meu cabelo.
- Agora podemos ir – Angie falou animada.
Fomos para uma balada que era movimenta que ficava no centro de São Paulo. Assim que entramos as meninas foram para o balcão pedir bebidas.- Toma – Angie me entregou um copo, com liquido colorido.
- O que é isso? – perguntei, ela bufou.
- Só toma – pediu – Você vai gostar.
Eu tomei e realmente era gostoso, e não aparentava ter tanto álcool. Eu fui para pista, eu dançava todos as musicas que tocavam. As meninas me puxaram para um canto para tirar foto. E logo depois elas voltaram. E bebia, muito. Quando começou a tocar uma musica mais lenta, eu estava alegre, mas quase ficando bêbada. Começou tocar Henrique e Diogo.
- Briga, separa, quebra a cara e volta a ver, que sem o outro a vida é tão sem graça, me liga agora, to te esperando, vou te contar o que eu to imaginando – cantarolei baixinho.
- Amiga – Antonella segurou meu braço – vem vamos em borá.
- Não – choraminguei – eu quero ficar.
- Mas nos vamos embora – explicou – não podemos deixar você aqui e assim – me encarou – sozinha.
- Eu fico com ela – uma voz disse atrás de mim – e a levo para casa.
Virei-me para ver quem era – Enrico – sussurrei baixinho.
- Mas... – Ele interrompeu Antonella.
- Somos amigos – me encarou – e não sou um desconhecido – ele sorriu – não vou fazer nada com ela e você sabe disso – ele a encarou.
Ela suspirou, derrotada – Tudo bem – falou – Se cuida, Mar.
Eu olhei para Enrico – Não somos amigos – resmunguei, e caminhei para o balcão e pedi mais uma bebida, ele me acompanhava.
Fui para a pista com o copo de bebidas na mão, e voltei a dançar. Senti duas mãos em minha cintura, juntando nossos corpos. Não olhei para trás continuei a dançar. Ele deu um beijo em meu pescoço, que me fez me arrepiar inteira. Eu conhecia aquele toque, e se fosse outra pessoa eu tinha certeza que não teria as mãos em mim, me virei. E como esperado, Enrico.
- Se você ficar grudado em mim desse jeito – dei uma pausa, tomando um gole da minha pedida – eu não vou poder arrumar uma pessoas para mim – resmunguei, e tentei me soltar de seus braços.
Ele sorriu – E quem disse que eu vou deixar você arrumar alguém? – perguntou.
- Você não quer nada comigo – afirmei – E porque não posso tentar com outra pessoa.
Ele suspirou – Realmente você esta bêbada.
- Eu sei o que eu estou falando – protestei – e você sabe bem disso – eu o olhei – você que pediu "um tempo" – fiz aspas com as mãos.
- Porque você não entende que era necessário? – perguntou, me encarando.
- Se você me explicasse, eu entenderia.
- Você quer ter essa conversa agora? – eu assenti – então você vai ter – me puxou para fora da festa.
Ele me levou até seu carro e deu partida no mesmo.Ele não me levou para a sua casa, nem para a minha e sim para um apartamento. Ele estacionou o carro, e me ajudou a descer do carro. Entramos em seu apartamento, em silêncio.
- Sente – ele pediu autoritário.
- Você não manta em mim – resmunguei.
Ele sorriu e se sentou no sofá – Ótimo fique em pé – ele sorri sinicamente.
- To muito bem assim – retruquei.
- Você quer uma explicação certa? – eu assenti – então vou te explicar.
- Você esta me enrolando – resmunguei e me sentei no chão.
- Espero que você se lembre disso amanha – pediu baixinho – Lembro que quando, eu fui atrás de você no ônibus, você me disse que se sentia confusa – eu o encarei – e depois disse que me amava.
- Eu não menti – afirmei – Eu disse a verdade – suspirei – Eu te amava.
Ele não ligou, e continuou a falar – e eu senti que eu tinha te pressionado a falar, a admitir e que eu deveria ter esperado seu tempo – ele suspirou – e desde o começo foi assim eu fazia as coisas e você acabava cedendo. Eu me senti culpado de ti pressionar, por isso eu pedi um tempo. Eu me arrependo disso, mas o que eu posso fazer. Eu fiz, e arco com as minhas conseqüências.
Eu suspirei e fiquei o encarando.
- Você me amava? – perguntei.
Ele assentiu – Eu ainda te amo.
- Eu posso ir embora – pedi, e me levantei.
Minha cabeça estava um turbilhão de pensamentos. Ele se sentiu culpa, por tem me pressionado. Mas eu não falei por isso. Eu falei por livre espontânea vontade. E a vontade de ir até aquele sofá e beijá-lo e dizer que eu o amo, e aquilo tudo o que ele pensava era mentira, era grande demais.
Ele se levantou e caminhou em minha direção – Tem um quarto aqui – falou – e você vai dormir nele.
- Melhor eu ir para casa – falei.
- Melhor você dormir aqui – ele pegou a minha mão e em levou para esse tal quarto, ele pegou uma de suas camisas e uma cueca e me entregou. Resolvi ir tomar um banho e coloquei a roupa que ele havia me emprestado. Sai do banheiro, ele estava arrumando a cama para mim.
- Obrigada – falei, ele sorriu. Deitei-me na cama e me cobri, ele apagou a luz e fechou a porta. Eu fiquei perdida em pensamentos decidindo o que fazer, e acabei adormecendo.
Acordei com uma bela dor de cabeça, e era ótimo estava de ressaca, em pleno sábado. Abri os olhos lentamente e olhei em volta e me senti perdida, não reconheci onde eu estava. Fechei meus olhos e forcei minha cabeça a lembrar.
- Ela ainda ta dormindo – ouvi a voz de Enrico, e dei um suspiro de alivio.
Levantei da cama e fui para o banheiro, e joguei uma água no rosto. E perambulei pelo quarto. A conversa com ele veio na minha cabeça, e eu fechei lentamente meus olhos. Dei um suspiro, preciso enfrentá-lo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Somente sua.
RomanceO valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas amar tudo que você t...