Epílogo- Paz em Yorkville

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—Certo, eu estou chegando— Falo no celular com o Henri, e logo depois desligo sorrindo com os dentes.

Estou andando pelas ruas de Yorkville, depois de dois anos longe desse lugar, confesso que nada mudou tirando as partes importantes. A escola por exemplo, ela fechou depois que nós quatro nos formamos, ela faliu depois que a antiga diretora resolveu se demitir. O salão onde tudo terminou? Está isolado até hoje como abandonado, algumas pessoas ainda vão lá pregar peças e no Halloween é bastante visitado, as vezes até falam que vê o Riven andando com a cabeça sangrando pelo salão. Eu não sei de nada, nunca fui lá.

Bem… Eu iria se eu tivesse feito a minha faculdade aqui, mas minha mãe resolveu voltar para a França e fiz perícia criminal lá, é a primeira vez que eu volto depois de dois longos anos.

O único que permaneceu aqui entre nós três foi o Henrique, ele não quis voltar para o Brasil. E ele não foi o único, Cassy e Liz também não saíram daqui. Yorkville agora é famoso, o caso mais famoso do local do Canadá "O assassinato de líderes de torcidas" e eu nem esperava ser tão falado em vários países graças a esse caso. Me sinto até famoso.

Cheguei no nosso ponto de encontro, a nossa famosa praça de investigação, onde tudo começou, e lá estavam eles, rindo e conversando. Há muito tempo que eu não via meus amigos.

—O mais lindão chegou— Chego falando e me sento no mesmo lugar de dois anos atrás.

—Adrien, achei que não fosse chegar nunca— Henrique passa o braço em volta do meu pescoço.

—O encontro não seria o mesmo sem eu aqui.

—E Aí perita, como estão os casos? Estão tão assustadores quanto o nosso?— Jae me pergunta e eu sorrio.

—Não, nada é mais assustador que Yorkville. Mas e então cantor? Muitas músicas?

—Ah… nem tanto— Ele sorri.

Jae se tornou cantor indie, e a música mais popular dele era sobre o caso e tudo que passamos, as pessoas se comoveram e adoraram a música. Mas ele também fez faculdade de fotografia, e fotógrafa vários cantores famosos, ele tem diversas habilidades com toda a certeza. Henrique fez história, é claro, era o sonho dele.

Todos amadureceram, mas Henrique mudou bastante, ele continua brincalhão mas na medida do possível, digamos que a situação fez ele ser mais responsável e desconfiado.

—E você Cassy, como estão as coisas?— Pergunto e a ruiva sorri sem mostrar os dentes, tímida.

Catherine mudou o visual, continuava com o ruivo mas ele estava curto, na altura dos ombros, o que dava um ar mais sério nela. E as roupas ela optou por um estilo novo: estilo casual, ela usava tons terrosos e muito elegante.

—Estou entrando no segundo semestre da faculdade de engenharia de computação.

—Não podia ser outra coisa né? Sempre muito inteligente— Elizabeth diz e a ruiva fica vermelha de timidez.

—E você Liz? Como está a faculdade e os seus pais?— Ela pergunta e todos prestam a atenção.

—Está me matando, mas a moda é o meu maior sonho e eu estou amando cada segundo. E meus pais estão bem, juntos e felizes como deveria ser, me sinto mais completa por mais que… os sonhos ainda continuam me atormentando.

—Ah… os sonhos, eu te entendo completamente, estou em uma terapia pesada em questão disso— Melissa diz mexendo nos próprios dedos se pronunciando pela primeira vez.

—E você está melhor? Sua psiquiatra te liberou dos remédios de dormir?— Jae pergunta e ela confirma devagar com a cabeça.

—Estou começando a dormir por vontade própria, mas ainda vou frequentemente para a psicóloga. Mal consigo andar sozinha para ir a faculdade, é um tormento.

—E você faz criminologia, né?— Pergunto e ela sorri um pouco animada.

—Sim. Em Oxford, no Reino Unido.

—Podemos trabalhar juntos, quem sabe a gente não faz um trabalho melhor que esses policiais de Yorkville— Pisco para animar ela um pouco, que ri baixo.

—Não estamos tão mal assim, apesar dos traumas…—Jae olha para baixo e fica um silêncio confortável, refletindo sobre tudo que passamos.

—Que tal um abraço coletivo?— Henrique abre os braços e ninguém vai de primeira. —Qual é… vão me deixar no vácuo?

—Ai ai brasileiros, sempre querendo afeto dos outros— Jae revira os olhos e se junta no abraço.

—Isso é racismo!!! Só porque sou preto.

Começo a rir alto e me junto no abraço, por fim, todos nós nos juntamos.

E no final de tudo, apesar das responsabilidades e maioridade, continuamos os mesmos adolescentes de sempre, que resolvemos o maior caso criminal do Canadá e melhores amigos por quase três anos, e com certeza para Sempre.

Fim.

Until The Next Death [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora