Seja Bem-vinda

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A noite havia chegado e com isso as horas para que o maior jornal transmitido nas TVs brasileiras fosse começar.

Renata, estava parada em frente a um enorme espelho que existia em seu camarim, completamente sozinha e olhando fixamente seu próprio reflexo. A jornalista respirou fundo, arrumou a postura e com a cabeça erguida, arrumou seu paletó preto, seu cabelo e respirando mais uma vez, disse:

- Vamos lá, Renata!

A mulher deixou seu reflexo e seu medo dentro do camarim, tentando de várias formas esquecer todas essas sensações para que começasse com o pé direito seu primeiro dia oficial na bancada do Jornal Nacional. Caminhou até a porta e ao tocar a maçaneta para girá-la, sentiu que a mesma estava sendo aberta por fora e imediatamente parou o que estava fazendo e esperou ela ser aberta. Em sua frente, surgiu Ali Kemel, com um sorriso no rosto e uma das mãos esticadas em sua direção.

- Vamos? - sorriu o homem e recebeu um sorriso tímido de Renata - Vim para lhe levar em seu primeiro dia.

- Obrigada, Ali - sorriu enquanto pegava sua mão e ambos começavam a caminhar pelo imenso corredor da Redação de Jornalismo. As pessoas que passavam entre eles, desejavam boa sorte à nova chegada na emissora e sorriam, Renata, agradecia as mensagens de apoio e força, enquanto continuava de mãos dadas com Ali, que sentia a pele da mulher suar e a temperatura ficar cada vez mais fria, mas não iria falar nada, pois imaginava que ela estava nervosa.

Ao chegar próximo ao fim do corredor, Renata, viu ao longe uma silhueta masculina lhe esperando, e ao se aproximar, viu Bonner, parado em frente a porta que dava acesso ao cenário do Jornal Nacional, lhe esperando. O homem estava de terno preto, camisa social branca e gravata azul listrada, além de estar com um sorriso de Boas-Vindas a Renata.

- Agora é com ele! - disse Ali, enquanto soltava as mãos de Renata e recebia um sorriso como agradecimento - Você é a melhor dessa nova geração, Renata. E é por isso que você está aqui, hoje!

- Obrigada, Ali!

O homem se afastou, sumindo pelo enorme corredor em frente a Renata, que respirando fundo, olhou para Bonner e o esperou abrir a porta para que entrasse, e assim que o fez, a mulher se deparou com o mesmo cenário encontrado horas atrás, uma espécie de área privada, onde bem ao centro existia uma bancada em cor clara e sobre ela, dois monitores com teclado e mouse, ao fundo, um enorme painel azul com formato de globo terrestre, e nas paredes laterais, enormes letras JN em efeito 3d. Renata respirou mais uma vez, pisou com o pé direito e caminhou até sua cadeira. Agora era pra valer, não eram testes de câmera ou vídeo, Renata, estava prestes a entrar dentro da casa de milhões de brasileiros ao redor do país, e precisava saber disso para que conseguisse prosseguir.

Bonner, sentou-se ao seu lado na mesma bancada e enquanto os responsáveis pela microfonia faziam seu trabalho, uma moça surgiu, pedindo para que ambos se posicionassem para que uma foto fosse batida em registro daquele dia. Renata, sorriu em imaginar que essa seria a maior quantidade de fotos que ela já havia batido em apenas um dia, e com isso, abraçou os próprios braços e encostou os cotovelos sobre a bancada e com os lábios meio abertos, escutou o som do disparo da câmera e ao olhar para o lado, viu Bonner, com uma postura impecável e com um sorriso meigo nos lábios e as mãos apoiadas sobre a bancada.

- Obrigada - sorriu a moça que logo em seguida, sussurrou para Renata - Boa Sorte!

- Obrigada! - sussurrou a jornalista.

As luzes do espaço ficaram mais fortes, e esse era o sinal que eles estavam prestes a entrar no ar.

- 1, 2 e já!

A vinheta mais conhecida do país, estava tocando e o coração de Renata, acelerado a cada batida e faltando segundos, para entrar ao ar, a mulher sentiu uma mão pousar sobre a dela e ao olhar para o lado, viu a mão macia de Bonner, sobre a dela e lhe olhando nos olhos, escutou ele dizer:

Eram Apenas Selfies IOnde histórias criam vida. Descubra agora