Eram Apenas Selfies I

Natureza

- Quer plantar uma árvore?

Renata, estava sentada em um tronco recém caído em meio a vegetação. Um raio de luz tocou em seu rosto e lhe incomodou, devido a queimação e quando olhou para o relógio de Bonner, percebeu que era quase 12h, o que explicaria o aumento de calor, mesmo estando com a sombra da vegetação ao redor. Bonner, estava encostado em uma árvore em frente a mulher, apenas lhe admirando e sentindo o vento diminuir um pouco o calor.

- Claro! O que precisamos? - sorriu

- Poderíamos voltar em casa para pegar algumas ferramentas, mas você disse que quer colocar a mão na areia, então faremos do jeito manual.

- Literalmente?

- Literalmente!

Renata, levantou-se e pegando sua bolsa, caminhou para longe de Bonner, que apenas observava a mulher se ajoelhar diante de uma pequena muda de árvore e começar a cavar ao redor da raiz, a erguendo com cuidado para não deixar cair. Olhando para William, ela pediu para se aproximar e ajudá-la e prontamente o homem o fez. Se ajoelhando em frente de uma muda ainda menor, ele começou a cavar ao redor da raiz, exatamente como Renata, havia feito e foi uma sensação incrível sentir a areia úmida em suas mãos enquanto aprofundada ainda mais e a erguendo com cuidado, sentiu como se estivesse carregando uma vida e a sintonia de ambos era tão grande, que Renata, falou:

- Essa simples muda é seu ar respirável - sorriu ao perceber que o homem estava visivelmente emocionado em apenas segurar a muda em mãos - O que foi?

- É tão incrível e tão simples - olhou para ela que viu os olhos do homem lacrimejarem - Que me faz pensar que poderíamos ter mais disso.

- Podemos! Só precisamos querer - olhou para ele

O homem recebeu um beijo de Renata, e com os olhos fechados sentiu o toque da mulher ao seu lado.

- Vamos plantar em outro lugar?

- Vamos!

William e Renata, caminharam por uma trilha que levava a uma área descampada e assim que chegaram, procuraram o local que iria receber as novas chegadas, sendo um canto isolado das outras mudas ja plantadas que havia ali.

O homem começou a cavar os buracos com as próprias mãos e em um momento, sentiu algo espetar em uma delas, afastando rapidamente e quando olhou, viu uma formiga Saúva preta, presa em sua pele.

- Meu presente - levantou a mão, sentindo a dor e viu Renata, se aproximar rapidamente.

- Um baita presente - riu, mas estava preocupada, pois sabia que a mordida daquele inseto doia bastante - Pera!

A mulher se ajoelhou, ficando ao lado do homem e com uma folhar caída no chão, segurou o bicho e delicadamente o desprendeu da pele de Bonner, que sentiu o inseto arrancar um pedaço de sua pele ao ser tira. Rapidamente Renata, pegou um pouco da água que havia levado e jogou sobre o ferimento que estava ficando cada vez maior e vermelho, assim como a expressão de dor de William, era evidente.

- Vamos cuidar disso! - disse a mulher enquanto colocava a muda no chão.

- De jeito nenhum! Eu já vim preparado psicologicamente para isso, afinal de contas, estamos em uma área de mata - riu, mas sentiu a fisgada da ferrada.

- Você tem certeza?

- Claro! - falou enquanto voltava a cavar de onde havia parado.

Renata, voltou a segurar a muda em espera do local onde ela iria ser colocada ficar pronto e assim que ficou, Bonner, se afastou, dando espaço a mulher para continuar e sem pensar duas vezes, fotografou o momento, deixando Renata, incrédula ao perceber minutos depois que ele havia feito isso.

- Sério?

- Preciso registrar cada momento aqui!

- Então fotografa essa mão! - riu, mas foi pega de surpresa ao olhar e ver que o homem posicionou a própria mão em frente a câmera do próprio celular - Não acredito - riu

- Se foto registrasse dor, essa seria a foto perfeita - fez uma cara de dor

- Você não quer cuidar disso? - perguntou preocupada.

- Não, estou bem, depois vai passar - falou enquanto guardava o celular no bolso e se ajoelhava para abrir outro buraco.

Ao finalizarem o que estavam ali para fazerem, Bonner, olhou para suas mãos e viu que a que havia sido mordida estava bem inchada e mostrou a Renata.

- Um sinal de que eu fiz algo - riu

A mulher pegou a mão machucada do jornalista e lhe olhou sério.

- Vamos embora!

Sem chance de dizer não, pois Renata, já estava caminhando em sua frente, o homem apenas a seguiu rumo a casa da jornalista.

Quando chegaram, a mulher caminhou direto para seu quarto, voltando minutos depois com uma caixa de primeiros socorros e se ajoelhando em frente a Bonner, que estava sentado no sofá, pegou sua mão e começou e esterilizar, tirando toda a areia e sujo para que não infeccionasse, enquanto o homem apenas a olhava. Assim que terminou, o homem estava com um esparadrapo envolvido em uma das mãos.

- Seu presente está embrulhado - riu ao ver a expressão de sério de Bonner.

Quando se levantou, Renata, sentiu o homem a puxar para ele e com um grito, se viu deitada sobre seu peito e com ele a beijando, saindo minutos depois, pois precisava preparar o almoço

- Se continuar, não almoçamos - riu e começou a andar até a cozinha.