Mente doentia

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Antônio, havia acabado de chegar no Glass Studio e não estranhou a falta de Renata, enquanto o restante da equipe  buscava uma solução para o problema que havia surgido com a ausência da jornalista no local.

Caminhando direto para a sala onde a mulher costumava ficar, o homem chegou e se sentou em sua cadeira, como se fosse dele em visível alegria por algo.

Seu celular tocou e ao olhar, viu o nome de William Bonner, e toda a alegria se transformou em raiva com apenas um nome. 

- Alô?

- Boa Tarde, William - tentou normalidade. 

- Avise a todos que a Renata, não irá hoje e que outra jornalista está sendo designada a substituí-la.

- Aconteceu alguma coisa?

- Sim, mas ela está bem agora.

O homem arregá-lou os olhos em preocupação ou chateação, não foi possível identificar a expressão dele, que apenas concordou e quando desligou, pegou um pequeno pote de caneta que havia sobre a mesa, o lançando contra a porta, em visível sinal de raiva. O som, foi escutado por quem passava pelo corredor, mas ninguém se atreveu a entrar na sala da jornalista, imaginando que algo poderia ter acontecido com o homem, continuando seu caminho.

Horas depois, a substituta de Vasconcellos, havia chegado e a transmissão ocorreu normalmente, com a diferença de que não era Bonner, a apresentar o Jonal Nacional, naquela noite, deixando Antônio, ainda mais irritado com algo.

- Boa Noite! - se despediu a jornalista e a transmissão foi encerrada e todos no estúdio aplaudiam a substituição perfeita que Renata, teve em seu lugar.

Antônio, caminhou até a jornalista e parabenizou, jogando um pouco de charme e fazendo a mulher ficar balançada por ele, que se ofereceu para levá-la em casa, usando toda sua educação e carisma, sendo aceitado pela mesma.

Chegando em casa sozinho, o homem, ligou as luzes e caminhou até seu quarto e abrindo seu guarda roupa, tirou uma pequena caixa de madeira e de dentro dela, haviam inúmeras fotos dele com Renata, no tempo da faculdade, onde sorrisos eram o ponto principal.

Em uma delas, Renata, estava mostrando a língua para a câmera em uma careta, enquanto o homem também fazia a mesma expressão. Em outra, a jornalista estava com o cabelo longo e um chapéu de couro, fazendo um olhar sedutor para a câmera e em outra, ela estava arrumando sua maquiagem em frente a um espelho para entrar em uma sessão de fotografia. Eram inúmeras fotos do casal feliz que na mente de Antônio, ainda existia.

- Você é tão linda - acaricia o rosto da mulher em uma das fotos - Por que você tá com esse idiota? Sou eu quem pode lhe fazer feliz!

O dia havia nascido e Antônio, estava acordado, apenas observando as inúmeras fotos espalhadas sobre a cama e vidrado em todas, sabia que para ter a jornalista, precisava se esforçar mais do que encomendar um sequestro, ele precisava de muito mais que isso. Ele precisava, ganhar a confiança de Renata, e principalmente a de William, para que conseguisse seu propósito, nem que isso o fissese ter que esperar por mais tempo.

Levantando de sua cama e tomando um banho para voltar ao trabalho, o homem guardou as fotos com todo cuidado na mesma caixa e a levou até o guarda roupa, indo em seguida ao banho. 

Chegando no Glass Studio, o homem teve uma surpresa ao ver William Bonner, parado no cenário principal com o uniforme designado para os Jogos Olímpicos. O homem estava conversando com algumas pessoas e recebendo informações, além de usar sua experiência na TV, para ver o aue poderia melhor.

Uma voz doce e meiga, surgiu de trás de Antônio, e ao virar para olhar, viu Renata, uniformizada sorrindo em sua direção e dizendo

- Parece que viu um fantasma!

A voz da mulher ecoou pelo espaço, o que chamou a atenção de Bonner, que percebeu Antônio, proximo a ela, e sem tirar os olhos, esperou ele falar ou fazer alguma coisa, mas não o fez.

- Bom dia, Renata - disse Antônio, forçando um sorriso.

- Bom dia. Me mantenha atualizada do que houve ontem - ficou parada em sua frente com os braços cruzados em espera. 

O homem começou a falar, enquanto Bonner, não tirava os olhos dele em espera de uma simples palavra fora do contexto.

- Certo! Tirando isso, mas nada? - perguntou Renata, ao receber alguns papéis do homem.

- Não - sorriu

- Entao vamos - se afastou e começou a caminhar em direção a Bonner, e se aproximando, entregou uma parte dos papéis recebido, a ele - Vamos transmitir o JN, daqui hoje, como vocês podem imaginar ao ver William Bonner, aqui - riu.

- Estamos sientes.

- Apenas hoje? - indagou Antônio, e rapidamente Bonner, que estava olhando os papéis, lhe lançou um olhar de desconfiança - Pergunto, porque acho melhor serem daqui as transmissões. Pois fica mais próximo ao estádio e trás mais a emoção dos Jogos - tentou disfarçar. 

- Ele tem razão! - disse um dos funcionários. 

- Vai ser aqui agora! - apenas disse William, mas sabia que era apenas naquele dia. Mas depois de ouvir de Antônio um - Apenas hoje? - Não iria sair mais dali, até que sua parceira de bancada voltasse ao cenário do Jornal Nacional.

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