Vinho

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Renata, estava com a cabeça encostada no banco do carro e olhando para o outro lado da janela, imaginando o que havia feito para estar passando por todas aquelas agitações em sua vida. Seu olhar distante, voltava ao mundo real em imaginar que sua irmã iria se arriscar para tentar descobrir o máximo de informações possíveis para levar Antônio, preso. Mas o que mais estava lhe fazendo ficar triste e enjoada, era sentir que ele a havia tocado da forma que apenas Bonner, tinha permissão, e não poder fazer nada, pois ele estranharia e tudo estaria perdido. Ela se auto obrigou a aceitar tudo em prol de algo maior, vê-lo preso. Quando fechava os olhos, ela sentia as mãos dele em seu corpo e um enjoou teimava em surgir.

- Vai dar tudo certo - disse Bonner, sem saber o que perturbava a mente da mulher, e apenas recebeu um sorriso fraco e notou que havia algo amais do que Lanza - O que está acontecendo?

- Estou pensando no Antônio - continuou olhando para fora.

- Por quê?

- Porque eu não quero que nada aconteça com a minha irmã - olhou em seus olhos.

- Ela sabe o que está fazendo, Renata. E me pareceu bem confiante no que falava.

- Eu seu, mas é a minha irmã que vai.... - parou de falar assim que estou o som de seu celular e ao olhar, viu uma mensagem de sua irmã e percebeu que ela havia mandado uma imagem e ao abrir, a viu com um de seus óculos de grau, um de seus vestidos, cabelo solto e volumosos e além de tudo, a marca registrada de Renata, para qualquer pessoa, sua maquiagem simples e seu delineado gatinho e batom o mais nude possível, parecendo assustadoramente com ela, que a própria Renata, pensou que era ela na foto.

O casal de jornalista havia chegado ao prédio de Renata, e imediatamente subiram e quando abriu a porta, Bonner, se deparou com Lanza, em sua frente e ficou impressionado em como ela estava parecida com sua namorada, o obrigando a si próprio a olhar para trás e ter certeza se Renata estava atrás dele.

- O que... - gaguejou.

- Olá, Bonner - falou Lanza. Além de estarem bem parecidas, Lanza, ainda tinha a mesma tonalidade vocal de Renata, o que assustava ainda mais a cena - Estou parecida com sua namorada?

- Assustadoramente! - confirmou.

- Bom saber - riu, enquanto olhava para Renata, que estava de braços cruzados.

- Por que essa roupa?

- Porque estou indo para arrancar informações de um maluco que tem obsessão por você, e ir com uma de suas roupas largas, não vai me ajudar - riu.

- Lanza...

- Eu já disse, Tatá. Eu não tenho medo dele e tenho certeza absoluta de que, assim que ele perceber que sou eu, vai falar.

- Por que tanta certeza?

Lanza, se manteve em silêncio por alguns segundos e ficou se perguntando se contava para sua irmã e seu cunhado, sobre o acontecimento com a tesoura, mas havia algo muito mais importante em questão, do que rir ao descrever a expressão de pavor que o homem havia ficado ao ser amedrontado por Lanza, depois de imaginar a estar convencendo de uma mentira.

- Porque eu sei - riu sozinha com seus pensamentos - Vou indo.

Lanza, começou a caminhar e foi parada por Renata, que não queria deixar sua irmã sair com medo do que poderia acontecer, mas a mulher conseguiu convencê-la a deixar, afirmando que não correria perigo com o homem, saindo assim, pôr fim ao encontro com Antônio.

Sozinha em seu carro e rumo ao prédio onde Antônio, estava hospedado, Lanza, apenas ria com as inúmeras possibilidades que tinha em como arrancar o que precisava do homem e nunca se sentiu tão confiante em "usar" sua irmã para isso.

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