Notícia

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Pessoas estavam agitadas entre os corredores do hospital, enquanto Bonner entrava as presas com Renata, nos braços e sangrando bastante. Sua blusa branca deixava à tona o contraste vermelho do sangue escorrendo, enquanto Bonner, gritava pedindo ajuda.

Todos que estavam ali em busca de alguma espécie de atendimento, os reconheceram e começaram a pegar o máximo de pano possível para estancar a perda de sangue da mulher, enquanto ninguém aparecia para prestar socorro.

- Alguém ai? - gritou Bonner, mais uma vez.

Uma senhora sentou-se no chão e pediu para Bonner, deitar a jornalista em seu colo para ir atrás de alguém.

Renata, estava fraca, mas consciente e sentindo uma enorme dor, mas percebeu quando Bonner, se afastou e ao olhar para cima, viu uma senhora morena, cabelos longos e brancos, sorrindo para ela e acariciando seu rosto, e sorriu.

- Você não vai morrer, menina! - sorriu.

A jornalista olhava ao redor e via um círculo de pessoas se formando e sua visão estava ficando embasada, sinal de que estava prestes a desmaiar, e a senhora percebeu e rapidamente ergueu a cabeça da mulher para encará-la.

- Renata, não dorme!

Um som alto veio em direção a todos que notou Bonner, correndo com 4 enfermeiros e uma maca.

Renata, sentiu seu corpo ser erguido e o colchão da maca, e olhando para Bonner, sentiu medo, mas estava sem forças para chorar e acabou fechando os olhos para desespero de todos.

- Corre com ela, agora! - gritou um dos enfermeiros e rapidamente a maca foi levada pelos corredores e sumiu da vista de todos.

William Bonner, estava em desespero, batendo nas paredes e sendo aparado por pessoas que nem conhecia, mas que conseguiam sentir o medo dele com cada lagrima que caia de seus olhos. A mesma senhora que cuidou de Renata, o abraçou e sentiu o coração do homem acelerado e seus soluços mais altos.

- Calma, ela vai ficar bem - abraçou mais ainda.

As horas foram passando, e não existiam notícias de sua namorada o que aumentava ainda mais o desespero do homem, que não tirava os olhos da porta que havia no fim de um extenso corredor, e todos os enfermeiros que entrava, não saiam e isso continuou por mais algumas horas. Uma tortura em perceber que o tempo não passava e ela estava ali dentro, sendo ocorrida por médicos depois de salvar sua vida das mãos de um doente.

Não havia mais ninguém ao lado do homem, ele estava só, e sentindo o medo crescer enquanto as horas passavam sem notícias de Renata, até que viu o médico sair de dentro da ala reservada com uma roupa azul e caminhando em sua direção, o fez levantar rapidamente.

- Doutor...

- Ela está bem. Ela teve uma hemorragia interna, mas conseguimos salvar a vida dela e a do filho de vocês - sorriu - Eles estão bem agora e foi apenas um baita susto.

- Filho? - Bonner, não estava conseguindo acreditar que Renata, estava gravida, mas ao mesmo tempo, transformou todo o medo de perdê-la em alegria e começou a chorar, mas não de tristeza, e sim de uma imensa felicidade que ele não conseguia explicar em palavras, apenas sentir - Filho!!

O médico percebeu que ele não sabia que iria ser pai, e deduziu que a mulher dentro da sala não sabia que seria mãe, e feliz, começou a parabenizá-lo em um abraço e sentia o homem chorando muito e rindo ao mesmo tempo.

- Parabéns, William. Você será pai.

- Eu vou ser pai! - falou entre as lagrimas e o riso - Eu posso vê-la? - perguntou quando percebeu que estava mais calmo.

- Claro, mas ela está dormindo agora. Tudo bem?

- Tudo. Eu só preciso ver ela, Doutor - sorriu ainda feliz com a notícia.

- Me acompanhe.

William, começou a caminhar na companhia do médico e ambos passaram por um enorme corredor com cadeiras e macas, onde a cada porta que passavam, saia uma enfermeira que lhe olhava e parabenizava pelo presente descoberto da forma mais incomum que existe.

Entrando em uma outra ala com paredes de vidros, Bonner, conseguiu ver a mulher que tanto amava, adormecida com leveza e paz no rosto, e da forma mais bela que existia. Ela estava com um lençol cobrindo até a parte de baixo de seus seios e alguns fios ligados a aparelhos que estavam presos em seus dedos, além de estar com uma enfermeira ao lado checando cada anormalidade que aparecia.

Bonner, sabia que Renata, não sabia que estava gravida e que teria essa missão mais do que especial em sua vida naquele momento, e olhando para ela dormindo como uma rainha, começou a sorrir e sentia as lagrimas escorrerem de seus olhos e tudo que mas tinha raiva, havia sumido, esquecendo o que havia acontecido e focando ali, naquele espaço, naquela sabe e em Renata.

- Quantos meses, Doutor? - continuou olhando para ela.

- 3 meses. Ela não sabe, não é?

- Não. Nem imaginávamos - sorriu.

- Sua missão será contar para ela, assim que ela acordar.

Bonner, virou e olhou para ele com um imenso sorriso nos lábios, ainda tentando controlar a alegria que brotava de seu coração em saber que teria um filho com a mulher que aprendeu a amar de uma forma tão rápida e sem explicação, apenas soube que sua vida precisava ter ela por perto. O jornalista, viu um filme passar em sua mente, desde o primeiro dia em que a viu entrar na Centra de Redação da Globo, com medo de subir no cenário e segurou sua mão, lhe levando até lá, até os dias atuais, onde não conseguia mais viver sem seu sorriso e sua presença, sem seus olhares e beijos.

O médico saiu, e deixou Bonner, alí, feliz e olhando Renata Vasconcellos, pelo enorme espelho e pensando em como será a reação da mulher em saber que ambos, construirão uma família.

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