From Wiltshire, With Love | Tradução - Dramione

Capítulo 17

Draco sentou-se no sofá da sala dos Nott, girando seu Firewhisky. 

Ele observava o fogo crepitar na lareira. Pedaços de madeira apareciam nas chamas de vez em quando. Uma lareira devia inspirar uma sensação de calor, família e segurança. Mas aqui não parecia um lar.

A Mansão Nott era fria. Vazia. Sem coração.

Enquanto crescia, Theo sempre fez o possível para sair de casa, e, Draco fez o possível para ajudá-lo.

Pelo menos Nott Senior não estava em casa agora.

— Como vai meu réptil favorito de todos? — Theo brincou, com os olhos azuis semicerrados de diversão.

Draco lhe lançou um olhar de advertência.

— É melhor você ter cuidado com o que fala, Theo.

Ele teria seu traseiro ossudo e sarcástico morto um dia se continuasse assim. E certamente não era por falta de tentativa do seu pai idiota. Nott Sênior queria que Theo se juntasse ao exército do Lorde das Trevas. Theo recusou e ocasionalmente pagou o preço por isso.

— Zero — Theo disse enfaticamente. — Fodas.

— O que? — Draco mudou de postura no sofá.

— Isso é o quanto eu dou — respondeu Theo, coçando a nuca e depois passando a mão pelos cabelos castanhos curtos.

Beberam em silêncio e Theo recostou a cabeça no sofá, olhando para o teto. Draco sabia que seu amigo se sentia preso. Como Theo se recusou a se juntar ao exército do Lorde das Trevas, seu pai ameaçou cortá-lo de sua herança e não o deixou conseguir um emprego ou fazer qualquer outra coisa além disso. Theo queria sair de casa e seguir em frente sozinho. Mas ele não conseguiria sem um emprego, e seu pai estava sabotando todas as tentativas dele de conseguir um.

Theo estava preso e com raiva. Semelhante a Draco.

Mas ele também estava entediado. Um Theo entediado era um Theo perigoso. Isso o tornava sujeito a fazer algo estúpido.

— Pansy está vindo? — Theo perguntou, ainda olhando para o teto.

— Não — Draco balançou a cabeça. — Somos só você e eu esta noite. Daphne e Blaise também estão ocupados.

— Ocupados — repetiu Theo, fazendo aspas no ar. — É assim que as crianças estão chamando hoje em dia?

— Ciúmes?

— Absolutamente — ele respondeu, desinibido. — Não me lembro da última vez que meu monstro roxo de um olho só viu uma mulher respirando.

— Já viu uma mulher que não respira?

— Vou direto para aquela — Theo bufou.

Draco convocou uma tigela de amendoins e colocou alguns na boca. Ele deveria pegar o tabuleiro de xadrez, já que ninguém mais pôde vir esta noite.

— Se isso faz você se sentir melhor, não vejo mais ninguém que não esteja envolvido com o exército do Lorde das Trevas. Até Pansy. Não desde Azkaban.

Theo estremeceu visivelmente.

— Dementadores?

— Momentos divertidos.

— Você sabe... — Theo levantou a cabeça. — Você veria o resto do grupo se não fosse o chicote favorito do homem lagarto.

Draco olhou para ele.

— Não sou mais. Ele está chateado com todo mundo agora.

Theo lançou um olhar de falsa preocupação.