Capítulo 39

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Abril de 1998

Hermione agarrou a borda da mesa enquanto desviava do ataque mental e mostrava memórias de uma briga de bolas de neve com Harry e Ron. Tudo relacionado a Draco e as Horcruxes estava trancado em segurança, assim como a localização de seus pais, alguns planos da Ordem e o envolvimento de Kingsley. Para todos os efeitos, não havia como saber se essas memórias estavam escondidas em sua biblioteca mental, muito menos se elas existiam. Sua mentora passou por suas memórias e ela habilmente expôs outras para leitura, deslocando as pilhas de livros e expondo-se. Aparentemente exposto, mas bem guardado. Não havia sequer um indício de que ela estava escondendo alguma coisa.

Depois de um tempo a busca parou, e sua mentora recostou-se com um sorriso satisfeito nos lábios vermelhos e Hermione exalou um suspiro de alívio. Essas lições sempre a deixavam exausta.

— Bom trabalho. Você dominou Oclumência — a bruxa mais velha bateu no queixo com uma unha pintada de vermelho e olhou para Hermione pensativa. Depois de todas essas sessões, essa mulher desconhecida conhecia Hermione melhor do que ela mesma. Ela testemunhou seus medos, suas tristezas, suas preocupações e os momentos mais felizes de sua vida. No começo, Hermione frequentemente deixava suas aulas tremendo de lágrimas. Mas agora que ela havia adquirido a capacidade de mascarar e até reprimir suas emoções, a fadiga era o único efeito posterior. — Você está completamente exausta — ela observou, girando um anel de ouro no dedo.

— Eu estou — Hermione concordou.

— Perfeito — ela levantou uma sobrancelha.

Sem avisar, sua mentora extraiu a memória de Hermione vendo-se desaparecer das fotos de sua casa. Ela sabia que era uma das lembranças mais tristes de Hermione, se não a mais triste, e foi direto para onde sabia a localização de seus pais e suas novas identidades estavam escondidas. Hermione manteve uma aparência fisicamente impassível, embora persistisse dentro dela uma tristeza desesperada que ela não tinha dúvidas de que sua mentora poderia sentir. Depois de alguns momentos de resistência, sua professora avançou e alcançou os novos nomes e localização de seus pais.

O rosto de Hermione caiu. Ela falhou quando se tratou de mascarar e controlar suas emoções.

De novo.

— Para ser justa — disse a mulher mais velha. — Eu sabia exatamente onde procurar e o que procurar porque já encontrei essas memórias no passado. Não acho que outra pessoa teria sido capaz.

— Sério? — esperança era palpável na voz de Hermione.

— Sério — sua mentora lhe assegurou. — Mas a guerra não é justa. Tentaremos novamente na próxima vez, mas com pressões externas. Você está pronta para isso agora.

Os olhos de Hermione se arregalaram de medo, lembrando como Draco havia testado sua habilidade de mentir e mascarar suas emoções.

— Que tipo de pressões externas?

— Dor — ela respondeu casualmente. — Mas acho que você pode lidar com isso. Talvez mais duas ou três aulas e estaremos prontas.

Hermione engasgou, lembrando do comentário de Draco sobre como um interrogatório realmente aconteceria.

Tortura.

— Você vai me cruciar? — ela perguntou horrorizada.

A mulher pareceu ofendida e colocou uma mecha de cabelo preto e brilhante atrás dos ombros.

— Claro que não. Passei tanto tempo na sua cabeça que seria quase como tentar fazer um Crucio com minha própria carne e sangue. Eu não seria capaz.

From Wiltshire, With Love | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora