Capítulo 5

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Ao ser pego de surpresa pela súbita confusão, Draco caiu no chão em uma mistura de guardanapos e sorvete e praguejou em voz alta. Antes que tivesse a chance de se recompor, ele se viu amarrado a uma cadeira do outro lado de uma sala que não reconhecia.

— Sua idiota, — ele disse rispidamente, olhando para a garota sorridente que parecia extremamente satisfeita consigo mesma. — Me deixe sair. Agora. — Ele lutou sem sucesso com as cordas e fez uma careta para o sorvete em sua camisa de Quadribol. — Caralho! Você precisava mesmo pegar dez bolas de sorvete?

Granger agitou com a varinha, removendo o sorvete da camisa e das mãos dele.

— Eu gosto de cereja — ela se sentou na cama em frente a ele, cruzando as pernas na frente dela e piscando os olhos para ele. Ele poderia dizer que ela gostava de pregar peças quando era criança.

— Para com isso. Isso é estranho.

Ele lutou contra as cordas novamente. Caramba, elas eram apertadas. Granger não economizava em suas azarações. 

Ela sorriu com aquele sorriso cheio de dentes novamente e ele examinou a sala, tentando ter uma noção do que estava ao seu redor. Era um quarto de menina com tons suaves e terrosos. Imagens imóveis adornavam as paredes, decorando-as.

Draco curvou os lábios em desgosto.

Um quarto trouxa.

Algumas coisas estavam empilhadas na cama ao lado dela. Os livros estavam por toda parte.

Muitos livros.

Vários livros.

Ele bufou.

— Onde diabos estamos? Este é o seu quarto?

Maldita idiota.

— Sim — ela disse com a voz da menina. — E não estou sozinha nesta casa. Vou azarar você se me sentir ameaçada de alguma forma.

Ele lhe lançou um olhar de desgosto.

— Mesmo se eu quisesse, certamente eu não conseguiria... — ele olhou para ela. — Quantos anos você deveria ter, afinal?

Granger mordeu o lábio. Agora ele podia ver a inteligência e a maturidade na expressão dela. Era extremamente perturbador para uma criança.

— Sete. Eu acho. — Ela olhou para o tapete. — Isso vai manchar.

Draco olhou para ela enquanto ela limpava com a varinha.

— Encontre alguém que se importe, — seus olhos viajaram para a mesa à sua esquerda, examinando uma variedade de objetos trouxas que ele não conseguia identificar. Ele zombou novamente: — Caso você esteja tendo problemas para se lembrar, foi você que me pediu para te encontrar. Larga disso, Granger. E me solte. Você já está com minha varinha.

Ela acenou com a varinha e as cordas desapareceram. Ele esticou os braços e girou os pulsos, grato pela liberação da pressão. A garotinha olhou para ele.

Veritaserum. Por que não podemos usar? Sei que não é uma poção.

Draco sorriu maldosamente para ela. Uma coisa sobre... seja lá o que fosse... era que ele estava no controle do fluxo das informações. No final das contas, ela precisava dele.

— Quem mais sabe disso? — ele rebateu sem responder. — Você disse que não está sozinha.

Ela olhou para ele, obviamente com raiva por ele não ter respondido sua pergunta imediatamente.

— Não estou sozinha, mas apenas uma pessoa sabe quem está me dando informações. A Ordem não quer você comprometido. Não somos estúpidos, Malfoy.

From Wiltshire, With Love | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora