From Wiltshire, With Love | Tradução - Dramione

Capítulo 25

Janeiro, 1998

Um floco de neve caindo e pousando em um lago congelado. Outro floco de neve caindo, juntando-se ao primeiro floco de neve, derretendo-se nele. Um terceiro floco de neve-

— O que você está fazendo?

Hermione pulou e quase caiu da cadeira da varanda, provocando uma grande risada de Harry. Ele saiu pela porta da frente, abraçando-se com um casaco frouxamente fechado sobre o pijama e tomando café quente. Seu cabelo preto estava espetado por toda parte. Estava ainda mais desgrenhado pela manhã do que de costume.

— Praticando — Hermione resmungou, endireitando-se e voltando para a cadeira.

Ela estava sentada calmamente, tentando clarear a mente do jeito que sua mentora de Legilimência lhe ensinou. Sendo sua colega de quarto, Lavender estava acostumada a meditar todas as manhãs e noites, mas Hermione queria um pouco de ar fresco para variar, apesar do frio do inverno. Ela pensou que seria muito cedo para alguém pegá-la em flagrante, mas esqueceu que Harry ocasionalmente acordava ao amanhecer.

Harry se virou para ela com um gole alto de café, extremamente divertido.

— Praticando o quê, exatamente?

Hermione olhou para ele. Ela não seria capaz de clarear seus pensamentos esta manhã, isso era certo agora.

— Oclumência.

Ele bufou.

— Não foi assim que Snape me ensinou.

Ela levantou uma sobrancelha.

— E ele te ensinou tão bem.

— Touché.

Agora ela estava curiosa para saber como Harry foi ensinado. Hermione sabia que estava progredindo e que Harry tinha sido absolutamente péssimo em Oclumência. Ela sempre presumiu que era porque ele não tinha a disciplina necessária. E também porque foi Snape quem o ensinou, a quem ele odiava e com quem não tinha vontade de aprender. Talvez Snape tivesse um estilo de instrução diferente da mentora dela.

Ela se perguntou quem ensinou Malfoy. Se tinha sido Snape ou outra pessoa.

— Como o Snape te ensinou?

Ele tomou um gole de café, olhando para longe enquanto se lembrava do quinto ano.

— Primeiro ele insultava a mim ou ao meu pai ou a nós dois, sempre os mesmos insultos, absolutamente nenhuma originalidade ali, maldito assassino! Depois ele me dizia para limpar minha mente e me preparar, se já lá o que isso significasse, e dizia 'Legilimens'.

Harry falou a última palavra numa imitação do sotaque arrastado superior de Snape e Hermione riu. Ele abraçou o casaco com mais força em volta do corpo e caminhou até ela.

— Então ele realmente falou o encantamento?

— Sim. — Harry inclinou a cabeça. — De que outra forma ele faria isso?

— Não verbalmente? — Hermione sugeriu, como se fosse óbvio. — Para que você realmente não saiba que ele está fazendo isso?

— O que? — os olhos de Harry se arregalaram em descrença e ele derramou um pouco de café na varanda. — Isso é possível? Como você pode não saber? Doeu pra caramba, com cada lembrança que ele tirou de mim!

— Isso machuca?

Ela nunca sentiu sua mentora entrando em sua mente. Às vezes Hermione conseguia ver as memórias que a bruxa mais velha estava vendo, mas nem sempre. Sua mentora apenas mostrou o que ela estava olhando para deixar claro. Não porque fosse parte do feitiço.