Capítulo 79

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Hermione não tinha voltado para Hogwarts desde que resgataram os alunos. Estava quieto agora enquanto ela subia a escada em espiral até a Torre de Astronomia, lembrando-se da conversa dos colegas ecoando nas paredes. Ela nunca tinha estado lá de manhã, e o silêncio aliado à luz rosada do amanhecer davam à torre uma sensação estranha, apesar de sua nostalgia.

Em apenas algumas horas, o castelo não estaria mais quieto. Haveria gritos, explosões e morte.

Seria o fim, para melhor ou para pior.

Hermione conhecia sua parte. Mantenha a linha, tire Minerva, Snape, Lavender e qualquer retardatário do caminho. Junte-se a um grupo que varre o castelo. Incapacite, quebre varinhas, mate se necessário.

Ela se sentiu despreparada.

E ainda assim aqui estava ela.

Ela chegou ao último andar, perguntando-se porque Draco escolheu a Torre de Astronomia entre todos os lugares. Talvez porque significasse o início da guerra, pela qual ele se culpava, e um período em que se sentiu completamente desamparado. Ou talvez ele tenha escolhido esse local precisamente porque assumiu o controle de sua vida e lutou para moldar seu futuro em algo que desejasse.

Hermione se aproximou das torres onde os telescópios estavam apontados em diferentes direções ao redor e observou o sol nascer ao longe. Estava quieto e pacífico agora. As folhas de outono tinham um tom brilhante de vermelho, lembrando sangue derramado.

— Hermione.

Ela pulou e se virou. Draco estava relaxado em uma cadeira, com as pernas abertas, em um canto escuro da torre. Seu coração acelerou ao ver sua cabeça loira e seus olhos cinzentos brilhando para ela. Ele estava vestindo suas vestes e luvas de Comensal da Morte e equilibrando a espada da Grifinória pelo punho entre as pernas. Sua máscara estava apoiada em seu joelho.

Hermione ergueu as sobrancelhas.

— Você vai lutar com a espada?

Ele girou a ponta, segurando a espada no lugar com o dedo. A luz brilhou na lâmina, espalhando-se por toda a torre. Depois de observá-lo girar lentamente até parar, ele colocou a palma da mão sobre o cabo e encolheu os ombros.

— Talvez. É uma boa arma secundária e posso escondê-la na minha capa. — Ele sorriu infantilmente. — Decapitar Nagini foi divertido. Você deveria tentar.

— Eu prefiro minha varinha, obrigada.

— Você cantaria uma música diferente depois de arrancar a cabeça de algo.

Ela torceu o nariz em desgosto.

— Duvido.

Ele riu, e suas botas de pele de dragão raspavam no chão quando ele se aproximou dela. Alto, imponente e vestido inteiramente de preto. Seu estômago revirou nervosamente quando ela lembrou que faltavam apenas algumas horas para a batalha, mas ela sorriu afetuosamente para ele.

— Era assim que você estava vestido quando eu lhe dei o galeão pela primeira vez.

Draco olhou para si mesmo, segurando o tecido.

— As vestes são ridículas. Eles podem ser assustadores, mas você não pode correr apropriadamente e elas se prendem a tudo.

— Bem —Hermione respondeu. — Você-Sabe-Quem pode ser um bruxo brilhante e poderoso, mas não parece muito pragmático.

— Deve ser todo aquele sangue virgem de bebê unicórnio que ele bebe — Draco brincou.

Ele se aproximou dela e ela observou a luz laranja e rosa do nascer do sol brincar em suas feições, iluminando seus olhos com fogo. Ele colocou a mão nas costas dela e Hermione se inclinou para ele, inalando seu cheiro, quente e familiar.

From Wiltshire, With Love | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora