From Wiltshire, With Love | Tradução - Dramione

Capítulo 38

— Nosso espião merece o Voto Inquebrável.

Kingsley, Minerva, Remus e Tonks encararam Hermione do outro lado da mesa, mas ela sustentou o olhar impassível de Kingsley. Eles discutiram a moral da Ordem após a vigília pelos prisioneiros assassinados e investigaram a aquisição de fundos por parte de Kingsley de doadores privados em outros países. A reunião chegou ao fim e Hermione não queria mais fugir do assunto.

Ela havia aceitado o raciocínio de Kingsley para não cumprir o voto antes, mas agora suspeitava que havia outros fatores em jogo que ela não entendia. Draco havia se colocado em perigo pela Ordem, pura e simplesmente. Kingsley sabia disso. O raciocínio dele não batia certo, então ela decidiu colocá-lo em uma situação difícil na frente de todos os outros.

Kingsley mexeu-se na cadeira sem quebrar o contato visual.

— Ele ainda não demonstrou confiança–

— Isso não é verdade — Hermione rebateu. — Ele sabia sobre o ataque a Nott e não disse nada.

— Ele mesmo afirmou isso, não? É provável que ele tivesse vários objetivos ao lhe dar o sangue. Ele poderia demonstrar confiança em uma questão menor, bem como eliminar alguém que fosse uma ameaça para ele.

— Proteger um amigo — Hermione corrigiu enfaticamente.

Kingsley acenou com a mão com desdém.

— Semântica.

Hermione discordou, mas deixou passar.

— Ele também nos avisou sobre o ataque — ​​Hermione pressionou. — Eu estaria morta ou esperando a morte em uma masmorra se não fosse por ele. Assim como Harry, Ron e todos os outros em Paddington. Provavelmente o espião foi torturado pelo ataque fracassado. Você-Sabe-Quem pune o fracasso. Isso não é uma demonstração de confiança?

Kingsley balançou a cabeça.

— É um começo e mesmo assim dependerá de suas ações durante a guerra.

Hermione teve uma sensação de enjoo e aperto no estômago e olhou para Tonks, que sabia que Draco tinha vindo até ela depois de executar os prisioneiros, mas a Auror não ajudou.

Assassinato.

Draco poderia obter perdão por assassinato se fosse cometido sob coação? Se não houvesse escolha? Se os prisioneiros fossem mortos de qualquer maneira? Essas circunstâncias não faziam diferença? Kingsley disse que não perdoaria Lucius porque seus crimes eram muito extensos. E os de Draco?

Ela não sabia. Ela não estava familiarizada com as questões legais, mas Kingsley estaria.

— Você não tem ideia do que ele fará quando alcançar um voto inquebrável e conhecer minha identidade — continuou Kingsley. — Se um dia ele decidir que prefere garantir a posição de sua família no exército de Você-Sabe-Quem, ele terá os meios para fazer isso. Muito facilmente. Não podemos correr esse risco.

— Mas ele sabe onde Você-Sabe-Quem está — Hermione retrucou. — Poderíamos emboscá-lo antes que isso se tornasse uma preocupação.

Ela olhou para Tonks em busca de ajuda. Por que isso não era o mesmo que capturar os Comensais da Morte do Círculo Interno? Melhor ainda?

— E o que você fará depois de emboscá-lo? — Tonks rebateu. — Você sabe que ele pode convocar seu exército para o seu lado instantaneamente. Não temos certeza de como essas Marcas Negras funcionam. Nem os Comensais da Morte que capturamos, e não sabemos como matá-lo. Emboscar Você-Sabe-Quem sem saber a resposta para essas perguntas não é uma boa ideia. — Hermione abriu a boca, mas Tonks continuou antes que ela pudesse falar, levantando o dedo. — Pelo menos não agora. Mesmo que de alguma forma o capturássemos e o contivéssemos sem sofrer perdas devastadoras do nosso lado, seus Comensais da Morte ainda comandariam o show. E então? Como poderíamos derrubar o governo deles com tão poucas pessoas? — Hermione cruzou os braços e olhou para o lado. A guerra dependia da obtenção das Horcruxes. E eles ficariam perplexos. — Você sabe o que mais, Hermione? — ela olhou para cima para encontrar o olhar de Tonks. — Digamos que o capturemos e o contivemos. Não estou nem confiante de que seria capaz de interrogar Você-Sabe-Quem. E então? Não quero arriscar Kingsley assim.