From Wiltshire, With Love | Tradução - Dramione

Capítulo 56

Hermione abriu os olhos para ver a luz pálida da manhã entrando pela janela. Ela nunca se cansaria de acordar abraçada por Draco. Deleitando-se com a sensação da pele do peito dele contra suas costas e o calor que a rodeava, ela adorava dormir com as pernas entrelaçadas e os braços fortes dele segurando-a firmemente contra ele. Embora eles tivessem adormecido com ela embalando a cabeça dele contra o peito, seus corpos mudaram durante a noite e agora ela estava completamente envolvida por seu corpo maior.

A cadência de sua respiração indicava que provavelmente ele estava acordado. Hermione se virou para encará-lo, um tanto cautelosa com as consequências de seu colapso. A pele quente de seus braços deslizou contra seu corpo e ela girou em seu abraço. Os claros olhos cinzentos de Draco estavam bem abertos. Ela se perguntou há quanto tempo ele estava acordado, observando e sem vontade de perturbá-la.

Ele parecia ter se recuperado da agonia da noite passada. Mas ela não sabia o que ele estava pensando. Ela estava prestes a falar e suas narinas dilataram de raiva.

— Não vá. — Draco deve ter percebido que ele parecia vagamente ameaçador e mudou para um tom mais arrependido. — Por favor.

Ele ainda estava bravo por ela querer comparecer à festa de verão na Mansão Malfoy. Mas seus olhos eram de um cinza brilhante devido ao sol da manhã. Eles não estavam escuros e perigosos como na noite passada. Eles eram amorosos e preocupados, não controladores e ameaçadores.

— Draco — Hermione perguntou cautelosamente. — Ontem à noite... — ela fez uma pausa. Ela não queria dizer nada que pudesse irritá-lo novamente e procurou em seus olhos qualquer indício daquele brilho ameaçador. Não havia nenhum. — Fiquei com medo. Eu não entendi o que você estava fazendo ou por que isso estava acontecendo.

Ele embalou seu rosto suavemente.

— Eu nunca te machucaria. Se você não quisesse ser espancada, eu teria parado.

— Você tem certeza sobre isso?

— Sim. — Seus olhos se arregalaram de horror quando viu a expressão duvidosa no rosto dela. — Sim! — Sua voz aumentou, insistente. — Por que eu iria...? — ele balançou a cabeça. — Eu estava com raiva porque estava com medo de que você se machucasse. Ou pior. Hermione, minha tia estará lá. Todos eles irão. Ela vai ver através de você e daqueles seus dois idiotas.

Ela estreitou os olhos para ele.

Draco começou a respirar pesadamente enquanto ficava mais agitado. Ele deslizou os dedos em seu cabelo.

— Você não entende. Eu fui torturado. Meus pais também. Meus amigos. Vejo o que eles fazem aos prisioneiros – o que eu faço aos prisioneiros. Hermione, você vai implorar para que eles te matem e eu não poderei fazer porra nenhuma. — Ele parecia mais desesperado. — Pensamentos de você sendo pega e morta estão constantemente no fundo da minha mente e agora você está apenas... caminhando direto para isso. — Seus dedos se curvaram com força, puxando levemente seu couro cabeludo.

Ela estudou seus olhos e a linha sombria de sua boca, e sentiu os músculos de seus braços se contraírem enquanto ele lutava consigo mesmo. Ele queria protegê-la, assim como ela queria protegê-lo. Mas por causa do uso da Maldição Imperius, ele estava lutando contra uma possessividade sombria e profunda. Uma necessidade de controlar.

— É a Maldição Imperius, não é? — as sobrancelhas de Draco lentamente se juntaram com a declaração dela, mas ele não pareceu surpreso. Como ele poderia não ter contado a ela? — Você sabia disso? — incapaz de impedir que sua raiva saísse, sua voz aumentou de volume.