From Wiltshire, With Love | Tradução - Dramione

Capítulo 52

— Então eu salvei a vida do Maconheiro?

Hermione olhou nos olhos de Draco.

Cinza. Eles estavam cinza. Eles ficaram pálidos a noite toda.

— Sim.

— Hum. — Um sorriso provocador apareceu em seus lábios. — Bem, ninguém é perfeito.

Ele riu depois que ela bateu em seu peito com as costas da mão. Hermione colocou os joelhos no banco e passou os braços em volta das canelas, observando as crianças brincarem no trepa-trepa enquanto o sol se punha ao longe. Ele apertou o braço em volta dela, e ela se aninhou ao seu lado.

Draco tinha estado bastante quieto esta noite, perturbado pelos acontecimentos de ontem e muito parecido com ela agora, pensando nas ramificações de Voldemort mexendo com suas memórias, e o que os acontecimentos absurdos do Estádio de Wembley significavam.

Ontem à noite, Hermione estava focada principalmente em Harry, chorando na sala de espera com os Weasley até que ele foi liberado, como novo, e então desabou na cama. O que ela e Alicia confundiram como uma simples laceração continuou a percorrer seu corpo, abrindo uma ferida muito maior. Mary identificou a maldição imediatamente e a tratou antes que ela pudesse se espalhar ainda mais e matá-lo. Ele teve sorte de o feitiço ter atingido seu braço, e não onde estavam os órgãos vitais.

Apesar de alguns ferimentos quase fatais, a Ordem resistiu ao ataque. Ainda não estava claro qual era o objetivo de toda a operação.

— Como você acha que seus amigos reagiriam a mim? — Hermione se virou para encará-lo com curiosidade, mas ele estava observando as crianças brincarem, sua expressão era cautelosa. — A nós — ele esclareceu. Draco nunca havia demonstrado muito interesse em como Harry ou Ron ou qualquer outra pessoa na Ordem processariam seu relacionamento antes. Talvez ficar cara a cara com Harry na batalha o tenha feito pensar em como seria visto. — A nascida trouxa com o grande e mau Comensal da Morte?

Ele soltou uma risada, mas ela ouviu uma pontada de apreensão em sua pergunta.

— Algo parecido. — Eles raramente falavam sobre o futuro. Não era como se o futuro fosse um assunto tabu entre eles, mas Hermione queria evitar o assunto do perdão dele – ou da falta dele – até que ela tivesse respostas e um caminho sólido a seguir. Ela odiava mentir para ele, odiava que ele pensasse que ainda poderia conseguir clemência para seu pai. — Seus feitos durante a guerra compensam o passado — ela o tranquilizou. — Teríamos terminado depois daquele primeiro ataque se não fosse por você. — Ela observou o queixo dele se mover enquanto ele contemplava suas palavras. Draco estava em conflito na última vez que Azkaban e sua culpa na guerra foram mencionadas entre eles, o que a perturbou. Mas ele não disse nada, então ela tentou aliviar o clima. — Honestamente, acho que o seu concurso de mijo no pátio da escola é a única coisa com a qual teremos que lidar. — Ela viu o canto da boca dele se levantar. Talvez se você elogiar suas proezas no Quadribol, isso amenize o-

Ele começou a rir e seu corpo tremeu, empurrando-a para frente.

— Oh, você é preciosa, Hermione. Não estou tão desesperado. — A risada de Draco morreu e ele girou um cacho nos dedos enquanto ouvia as crianças gritando umas com as outras, envolvidas em um jogo de pega-pega. — Potter — Draco continuou suavemente. Ele puxou a mecha de cabelo castanho, observando enquanto ela se desenrolava de seu dedo. — E a Doninha. Eles significam muito para você.

A visão do rosto pálido de Harry na enfermaria foi suficiente para fazer seu coração parar momentaneamente.

— Cada um de nós tem o seu pessoal.

— Nós temos — ele concordou, enrolando o dedo novamente.

E Pansy era uma delas. Draco fez com que a Ordem eliminasse o seu estuprador antes de qualquer outra pessoa, e ela se lembrou de quão cuidadoso ele havia sido com seu corpo inconsciente antes de desaparatar. Draco estava preocupado porque, ao falar sobre o que quer que fosse, eles deveriam encontrar no Estádio de Wembley; ele havia comprometido os dois.