Capítulo 81

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— Você pode curar isso? — Draco grunhiu de dor, olhando para sua mãe com ceticismo enquanto ela alargava o corte da perna de sua calça, revelando todo o ferimento enegrecido. Queimou ainda mais quando exposto ao ar, e ele choramingou.

— Não totalmente — ela franziu os lábios em concentração e lançou feitiços em sua coxa onde era pior. — Mas posso tornar isso menos doloroso. — Ele gemeu de alívio quando ela colocou um feitiço entorpecente sobre o corte aberto em sua coxa, onde um líquido preto e viscoso havia congelado. Olhando para ele, sua mãe passou a mão pelos cabelos dele e segurou seu queixo com ternura. — Melhorou?

Ele assentiu e ela se inclinou para beijar sua testa.

— Então essa era a prostituta? — Seu pai ergueu uma sobrancelha e olhou para eles com desdém. — Aquela sangue-ruim que você torturou na Mansão?

Draco olhou de volta.

— Obviamente não foi um Cruciatus muito eficaz.

— Então é assim que as coisas acontecem? — O escárnio de Lucius estava totalmente exposto na luz fraca da varinha. — Você acabará com séculos de pureza de sangue ancestral por capricho?

A mão gentil que sua mãe colocou em seu peito acalmou a réplica em sua língua.

— Aquela prostituta acabou de salvar a vida do seu filho — explicou Narcissa pacientemente. — Estamos do lado vencedor e escondidos em segurança enquanto ela está lá fora, lutando. Não duvido que ela atravessasse o Véu e voltasse para buscá-lo. Draco poderia fazer muito pior.

— Você não pode estar falando sério — o rosto de seu pai se enrugou de raiva. — Eles terão abortos, Cissy. Doentes e miseráveis.

Draco cerrou os punhos, lutando para seguir o exemplo de sua mãe e não responder às provocações de seu pai. Como ele poderia pensar nos netos em um momento como este? Muito menos no estado deles? Mas, como Hermione explicou, esse era o objetivo da supremacia dos sangue-puros.

Crianças. Herança.

— Você prefere ficar deitado de costas no chão do nosso salão de baile? — Ela retrucou. — Gritando enquanto Nagini ameaça comê-lo? Depois desses últimos dois anos, eu me consideraria sortuda por ter um Aborto como neto...

— Você não está falando sério — seu pai a interrompeu horrorizado.

Draco ficou chocado por sua mãe aceitar tanto Hermione, apesar de sua intolerância. Ou talvez ela tenha percebido a futilidade de tentar ficar entre eles. Ele vinha desafiando Voldemort há mais de um ano. Desafiar seus pais não era nada em comparação.

Independentemente de seu raciocínio, o queixo de sua mãe estava tenso e desafiador na penumbra.

— Eu estou, Lucius. Uma bruxa de raça pura seria preferível, mas nós podemos... — ela respirou fundo, estabilizando-se. — Existem bons curandeiros. Será uma luta, mas podemos superar as dificuldades. Uma coisa de cada vez.

Lucius ficou incrédulo.

— Você não pode curar um aborto doente.

— Abortos não são uma certeza — Narcissa rebateu, levantando a voz. — A garotinha de Andromeda foi para Hogwarts.

— Oh? — Ele parecia cético. — Que casa?

Sua mãe não saberia.

— Lufa-Lufa — Draco respondeu por ela.

Seu pai zombou com escárnio.

— Eu preferiria um aborto.

— Ela se tornou uma Auror — Draco pressionou.

From Wiltshire, With Love | Tradução - DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora