Christine Waller

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Os olhos atentos da adolescente de 16 anos, não paravam de observar cada centímetro de onde estava, enquanto Fernanda falava ao telefone e por segundos, esquecia da presença da menina sentada no sofá.

A janela pequena e redonda, mostrava vasta vegetação gritando do exterior da pequena cabana, e Christine sabia como encontrar a estrada principal. Seu maior problema estava no fato de voltar para sua mãe, já que não sabia dirigir e estava muito longe do Palácio.

- Será que é tão difícil? É só ligar e apertar no acelerador.

Fernanda ouvia mais instruções sobre o que fazer com a menina, e não acreditava que ela iria cogitar fugir e muito menos pegar o carro.

Quando olhou para trás, escutou Christine avisando que iria ao banheiro e que não era preciso vigia, então aceitou e continuou sua ligação até a porta fechar.

A adolescente olhou ao redor e abriu uma das mãos, onde estava com uma chave e no bolso o celular que conseguiu pegar sobre a mesa, e por muito sorte ela sabia o número de Kate em sua memória e ligou.

A Princesa de Gales estava olhando para Fernando, vendo o sangue escorrendo de seu rosto, e por um segundo, isso lhe trouxe satisfação, o que foi explícito em um sorriso antes do celular tocar e ela atender.

- Oi? - disse fria, mas mudando seu tom imediatamente ao reconhecer a voz de sua filha mais velha - Meu amor?

- Oi, mãe! É o seguinte... - falou em forma de sussurro enquanto pulava a janela com a chave do carro e o celular - Como se dirige um carro?

- O que?

A mulher de intensos olhos verdes, estranhou e olhou para Fernando, que estava agarrando uma toalha de rosto e pondo sobre o rosto, além de mandá-la sair de sua casa, algo que prontamente fez, já que estava com sua menina ao telefone e querendo saber sua localização.

Kate saiu apressadamente em direção ao elevador, entrando e ouvindo a mesma pergunta, além de sons de porta sendo fechadas e pisadas em piso cru, vento e árvores batendo uma na outra.

- Onde você está, meu amor?

- Não sei! É por isso mesmo que eu quero saber como se dirige um carro? - falou enquanto olhava para o painel automático - Merda, é automático!

- Não faz nada, me manda sua localização que eu vou lhe buscar - sai assim que a porta se abre.

- É... - olha para frente, vendo Fernanda correr, aos gritos, em sua direção - Não dá não, mãe!

- Abre essa porta, Christine!!!

- Mãe? Como se dirige um carro automático?

- Christine eu não estou brincando, abre essa porta!!!

- Mãe???

Kate apenas ouviu e sentiu seu coração apertar ao ouvir e perceber que sua filha estava em perigo, então falou:

- Aperta o Power, leva o cano ao seu lado para frente e aperta no pedal à sua direita.

- Tá!

A adolescente seguiu cada passo falado pela Princesa de Gales e nada aconteceu, além de ligar o carro.

- Não acontece nada, mãe!

- ABRE ESSA MERDA DE PORTA!!!

- Pisa no esquerdo! - avisou Kate.

Sons de batidas ecoam na lateral do carro, e nesse momento Christine pisou no acelerador e sentiu o carro andar, mas estava rápido demais e poderia bater em alguma árvore.

- MÃE TÁ ANDANDO... MEU DEUS!! - riu, mas pisou no freio ao ver pelo retrovisor a árvore.

- CHRISTINE?? - grita Fernanda correndo em direção ao carro.

- Levar para frente é andar pra frente, mãe?

- Sim!

- Beleza!

A adolescente levou o câmbio para frente e viu o carro andar, então girou o volante e pisou no acelerador, deixando Fernanda para trás e sua mãe apavorada ao celular.

SMILE - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora