SMILE - Vol. 2

Capitulo 75

Uma semana depois

O som de gota de água ecoavam pelo banheiro luxuoso do famoso hotel Pattrico Hotel, localizado no coração de Londres e um dos mais caros da região, enquanto o céu estrelado anunciava que naquela noite seria perfeito para descansar.

Saindo do banho e enrolado por um roupão vermelho, fios lavados e cheirando a lavanda, estava o homem que não poderia nem imaginar que sua vida podia mudar com apenas uma palavra quando abrisse a porta naquele exato momento.

Os passos lentos e despreocupados de Fernando, pai de Christine até chegar em frente a porta do banheiro, eram de um homem confiante no que precisava fazer, com a maior diferença de que não esperava dar de cara com Kate Middleton sentava na poltrona em frente, com as pernas cruzadas em um vestido longo azul royal, fios volumosos, salto alto e mangas tão longas nos braços, que poderiam arrastar no chão quando levantasse.

Fernando ficou parado por alguns segundos, apenas observando a bela e elegante mulher lhe olhando com as mãos no estofado da poltrona preta e branca, sorrindo com a clara certeza de que ela precisava estar ali por alguma razão que o homem não conhecia, mas estava adorando.

- Ser princesa tem suas vantagens, não é? - se aproxima - Uma delas é entrar nos lugares sem pedir permissão? - sorri ao retirar o roupão e demonstrar que estava de cueca box - O que devo a visita a esse horário, Princesa?

Kate sorriu e levantou lentamente enquanto o olhava nos olhos, mostrando que estava muito mais linda do que ele poderia cogitar imaginar. E assim que se aproximou, parou a centímetros de distância, erguendo uma das mãos para tocar no peito nu do mesmo, fazendo ele estranhar freneticamente aquela reação, mas se sentir importante e desejado.

- Minha presença aqui é apenas uma! - o olha e sorri, sentindo os fios partidos ao meio caírem em seu rosto, lhe deixando ainda mais linda - Lhe trazer uma escolha.

- Escolha?

Fernando não compreendeu, mas sorriu e caminhou para o outro lado da cama, continuando de cueca e sem nenhuma pretensão de se vestir, como se isso fosse lhe render algo amais para ambos, mas se calou assim que Kate falou.

- Escolha de continuar livre e ao lado de sua filha.

Um silêncio percorreu o corpo do homem forte e atraente para algumas mulheres, e nesse momento ele olhou para Kate que sorriu e voltou a se sentar, cruzar as pernas e apoiar as mãos no braço da poltrona, como uma legitima rainha da Inglaterra, enquanto Fernando começava a rir e falar:

- Você tem um excelente senso de humor, Princesa - ri, mas percebe que a mulher não estava fazendo o mesmo - É sério?

- Quando eu disse que não acreditava em nada que você falava na livraria... - se levanta novamente - Preciso confessar que eu deveria acreditar - o percebe incrédulo - Você estava certo, e devo um pedido de agradecimento por me alertar sobre o que poderia acontecer com a Christine.

- Você não está bem! - faz uma expressão engraçada, que arranca um riso de Kate, para maior surpresa de Fernando.

- Às vezes é necessário pedir desculpas!

Kate não estava ali para pedir desculpas, mas para fazer com que Fernando entendesse que ele só possuía uma escolha, e era a dela.

- Às vezes precisamos ser solidários perante ao próximo, mesmo sabendo que ele consegue ser muito mais cruel do que poderíamos imaginar. - sorri ao ver a expressão do mesmo mudar - Você conhece a Clarisse?

- Clarisse? Que Clarisse?

- Uma mulher encantadora e que te conhece, ou conheceu.

- Não sei do que você está falando, Kate! - demonstra estar falando a verdade.

A mulher se levanto, usando as mãos como apoio e ficando com seu olhar e poder de superioridade perante Fernando, que não estava entendendo onde aquela conversa iria chegar, e muito menos quem era Clarisse, já que não estava acompanhando os noticiários e com isso não viu sobre a morte da Duquesa do interior da França. Mas o que ele não poderia imaginar, era que Kate sabia de tudo à respeito do verdadeiro passado de Catherine e a razão de ele estar ali atrás de sua filha.

- Não me surpreende você não conhecer a Clarisse, mas me surpreende a sua cara de pau em aparecer na vida da Christine, porque ela é filha da Princesa de Gales e pode tirar seu nome da lama - o vê calado e engolindo em seco - Eu sei que você está atrás da Christine, porque está quebrado, como diria a minha filha - sorri - Pena que eu estava ocupada demais para perceber. Eu estava ocupada demais em afastar você dela, ao invés de fazer você ficar do lado dela. - deixa a bolsa sobre um criado mudo - Seria um problema a menos ter você ao nosso lado, ao invés de contra nós.

- A Princesa está pedindo desculpas por tudo que fez contra mim, é isso? - sorri maliciosamente.

- Não! - sorri no mesmo sentido - Estou lhe dando uma opção de escolher o lado certo e fazer algo de útil para a sua filha, ou sentir na pele o que a mãe da sua filha passou antes de morrer, porque você não me parece gostar da pobreza.

- Me estranha essa reação tão súbita.

- Não é súbita! - se afasta e caminha em direção a janela - É proposital - o olha - Porque a Christine e eu queremos que você nos ajude a acabar com o poder da Camilla, e sabemos perfeitamente que o que lhe move, Fernando, não é o amor pela sua filha desconhecida, mas o dinheiro que a Camilla está lhe dando para fazer você ser o pai que nunca quis ser! - o vê desviar o olhar - Se você quisesse, realmente, ser pai da Christine, não teria abandonado a mãe dela enquanto ela ainda nem estava formada. Mas isso não é o ponto crucial dessa conversa. - vira e caminha em sua direção - Quanto você quer para nos ajudar a acabar com a Rainha?

- Você fala como se fosse fácil se livrar da sua sogra - ri.

- Não, não é! Mas não é impossível - se aproxima - Quanto?

- Não vou me voltar contra a Camilla, porque ela pode acabar comigo, assim como quase fez com o seu querido ator.

- Então você terá bastante dor de cabeça e razões para mudar de ideia - sorri - E não me refiro a mim, mas ao que a Christine irá fazer contra esse não - pega sua bolsa e caminha em direção a porta, tocando na maçaneta e à abrindo com toda sua elegância e superioridade.