SMILE - Vol. 2

Capítulo 77

Os livros empilhados sobre a mesa, cama, sofá e cadeira rentes a parede da casa de Christine no segundo andar da livraria visitada naquela noite, pois a jovem se recusou a ir com os pais a um evento como Princesa, mostravam a falha tentativa de estudar que ia e vinha a cada palavra engraçada que ela e Isabella falavam ao conversarem sobre a adolescência.

Christine já havia voltado para a faculdade, mesmo depois de tudo que descobriu sobre sua verdadeira vida e a história de sua mãe, além de agora ser extremamente rica, com heranças e poses de dois países, mas nem isso a fez largar as roupas largas, palavras faladas sem pensar e a amizade de Isabella, que ria ao perceber que a menina de 16 anos estava pouco se importando com os títulos para ela dado.

Ambas assistiam a filmes e depois comiam pipoca, falavam mal de alguém e Isa, carinhosamente chamado por Chris e Kate, perguntava por quê ela não tinha ido no evento dos "ricaços", e a resposta era simplesmente um:

- Não tenho paciência para gente fresca.

- Ah, mas você vai fazer parte desse mundo agora.

- Não mesmo! - lança uma almofada contra a outra jovem - E não me lança praga!

- Mas é verdade!! - ri - Tenho uma novidade para lhe contar - se arruma no sofá, vendo Christine fazer o mesmo e esperar ansiosa - Sabe aquele menino que você me disse que encontrou, não sei onde, mas que é ruivo.

- Sim! O que tem ele?

- Ele perguntou por você - ri ao ver a reação de susto.

- O que?

- E eu passei seu endereço.

- Você fez o que??

Christine não lembrava o nome do jovem de belos fios ruivos e sorriso meigo que encontrou durante a ida a uma festa com sua mãe e William, mas jamais havia esquecido ele, mesmo que as situações fossem difíceis demais.

Ela não queria nada com ninguém e deixava isso bem claro, mas saber que poderia encontrar o mesmo menino em qualquer momento, porque ele sabia onde ela vivia, lhe deixou com borboletas no estômago e vergonha de não saber como lidar e expulsar ele de sua livraria, apenas para não ganhar intimidade e se tornar algo rotineiro ao fim de surgir um provável namoro.

Christine ficou muda por longos segundos, não vendo a hora passar e voltando ao mundo real quando a outra adolescente disse:

- Ele é lindo, Chris.

- Não sei de nada! - tenta mudar de assunto.

- Ele passou horas falando de o quanto você é o oposto de todas as garotas que conheceu.

- É? - a olha - Como você encontrou ele? Posso saber?

- Simplesmente ele está indo para a mesma faculdade que nós duas - sussurra - Você vai ver ele todos os dias, ebá... - provoca.

- A faculdade é gigante e eu não sou obrigada a cruzar com ele todos os dias! - sorri, se sentindo vitoriosa, mas ao mesmo tempo apavorada com a descoberta.

- Será que a Kate vai gostar dele?

- Gostar de quem?

A voz doce e delicada da Princesa de Gales ecoa pela sala, assim como o solto e o sapato de William, que lançando uma piscadinha para Isabella, demonstrou seu cumprimento enquanto a mulher vestida com um belo e atraente vestido azul, cumprimenta a amiga de Chris com um abraço e beijo na bochecha ao ver ela se levantar para fazer reverência, algo que Kate não permitiu.

Christine tentou mudar de assunto, porque sabia o quanto sua mãe e sua amiga adoravam conversar, e se chegasse no assunto: Menino ruivo, ela seria o centro das atenções de ambas, e até de William.

- Como foi a festa dos ricos?

- Divertida! - diz William, olhando para Kate, que olhava para Isabella - Quem que a Kate vai gostar?

- Eu também quero saber - fala Kate.

- Ninguém! - sorri Chris.

- A Chris tem um admirador secreto muito lindo.

- Ah, é? - pergunta a Princesa toda empolgada - Qual o nome dele?

- Acho que é Pierre. E ele é lindo, tia Kate, fios ruivos e sorriso de Príncipe.

- Não me diga? - sorri a mais velha, vendo sua filha fechar os olhos e fazer uma expressão engraçada - Será que é o mesmo jovem que conhecemos naquele evento, William?

- Não me recordo. Qual evento?

- O que você recebeu uma ligação indesejada - sorri, sabendo bem de quem ela estava falando.

- Ah sim! É o Pierre, filho de importantes condes franceses e um jovem muito educado.

- Já está começando a ganhar pontos comigo.

- E comigo também - ri Isabella, percebendo que Chris não falou nada depois do assunto se iniciar - E ele é super educado e lindo.

- Sim! Ele é! - sussurra Kate, vendo sua filha agarrar uma almofada e tapar o próprio rosto - Você não acha, filha?

- Não acho nada!

A voz de Christine ecoou abafada pelo tecido e segundos depois os olhos da menina encontraram os de Kate, que esperava uma resposta mais concreta para sua pergunta, mas a única coisa que ouviu foi:

- Vocês estão com fome? Quero comer brigadeiro.

A adolescente se levantou, como se não fosse tão importante para ela seu nome estar sendo falado com três pessoas ao mesmo tempo, mas parou quando Kate disse:

- Ele está vindo aqui? Que bom! Podemos conversar com ele, não é William?

- Com toda certeza, Kate!

- Ele o que???

- A Isa acabou de mandar mensagem para ele. - fala Kate.

- Ah, você não fez isso!!?? Eu te mato, Isa!!!

A jovem de 16 anos saiu de onde estava, correndo em direção a sala e vendo sua amiga se escondendo atrás de Kate, que não segurou a gargalhada ao ver sua filha xingando a amiga, e a amiga se escondendo atrás dela para não ser agredida por Chris, que a todo segundo se jogava contra ela para tentar puxar o cabelo de Isabella.

- Para!!! - gargalha Kate, esticando os braços e abraçando sua filha com força para que nenhuma das três se machucasse.

- Eu vou arrancar todo esse seu cabelo perfeitinho!!

- Para, filha!! - continua gargalhando - Para!! Você tá me esmagando!! - ri alto.

- Eu te mato, Isabella!!

- Eu não fiz nada!!

- Para!!! Aí meu peito! - ri ainda mais a Princesa de Gales, enquanto William não aquentava e fingia abrir a porta para ver qual seria a reação de Chris.

Assim que o som do ranger ecoa, a adolescente de 16 anos para subitamente e olha em direção, sentindo o coração acelerado e vendo seu pai rindo e dizendo:

- É! Ela tá nervosa - ri e desvia, porque a adolescente lançou contra ele duas almofadas, fazendo Kate não aquentar e gargalhar o mais alto que conseguia.