SMILE - Vol. 2

Capítulo 105

Um silêncio gritou entre o Príncipe de Gales e a Princesa de Gales, que segundos depois virou e o olhou, deixando uma lágrima escorrer de seus olhos enquanto as duas mãos iam, novamente, até sua barriga.

- Sabe o ruim de tudo isso, William? - o vê negando - Eu já ouvi isso antes, e tudo se repetiu - seca uma lágrima que escorria - Eu não consigo mais acreditar em você. Não dá! - vira e lhe dá as costas, caminhando lentamente.

William, no fundo, sabia que ela estava completamente certa e que não possuía direito nenhum em revidar suas palavras, e isso doeu em seu coração ao vê-la desaparecer pelos corredores verdes e deixar tudo para trás, exatamente como ela havia falado.

Kate respirava fundo a cada passo, voltando pelo labirinto e saindo em frente a enorme mansão clássica, vendo ao longe Christine encostada na parede de vidro e com os braços cruzados, sorrindo com a forma que ela se aproximava e parava em sua frente.

- Você sabia que ele estava aqui, não sabia?

A expressão que Christine fez ao ouvir tais palavras, foi uma clara convicção de que ela não estava fazendo a mínima ideia do que Kate estava falando. E isso foi bem claro quando a mais velha a ouviu perguntando:

- Ele quem?

- William.

- Ele está aqui?? - fecha a expressão, descruzando os braços e procurando ao redor - Quem ele pensa que é?

- Meu marido.

Kate Middleton falou de uma forma tão doce e calma, que chamou a atenção de Christine enquanto a adolescente a via caminhando calmamente em direção a casa, atravessando a porta aberta e tirando as sandálias, até chegar na cozinha, onde pegou um copo com água e a bebeu, deixando na pia segundos depois e voltando a olhar a adolescente.

- Você está bem, mãe?

- Estranhamente sim - sorri, se apoiando na pia e se sentindo leve - Eu não sei explicar, mas eu estou bem.

- Isso é bom?

- Talvez - cruza os braços - Ele se arrependeu, mas...

- Mas?

- Eu não consigo mais acreditar no William. Eu não consigo.

- Então ele não tem chance, não é?

- Não! - afirma, pegando Christine de surpresa com a resposta - Não, enquanto ele não me provar que realmente mudou. - olha para o teto - Ele me magoou muito, filha. - a olha - Sofri o que nunca pensei que iria sofrer. Ele conseguiu arrancar de mim um pingo de respeito que ainda existia entre nós. - percebe Christine se aproximando - Ele conseguiu o impossível.

- E o Tom? O que a senhora sente por ele?

- O Tom? - desvia o olhar - Eu gosto dele de verdade. - sorri - Mas, agora, a minha prioridade é cuidar dessa criança, dos meus filhos... - se aproxima e a puxa para um abraço - E tentar viver minha vida com a maior tranquilidade possível.

- Então você deixa eu resolver o que precisa ser resolvido? - a vê se afastando.

- Do que você está falando?

O silêncio que testemunha o amor verdadeiro entre mãe e filha, é quebrado pela voz doce e calma da mulher que cuidava daquela casa com a sua vida. Que avisando entrou na cozinha:

- Está pronto, Christine.

- Obrigada - olha para Kate.

- O que você vai fazer?

- Tenho uma viagem para ir, mas... - a segura no rosto - Não vou me meter em perigo, prometo.

- Para onde você vai, Christine?

- Você vai saber - a beija na testa, olhando em direção a mulher a alguns metros - Não tire o olho da minha mãe, viu?

- Pode deixar, Senhorita Waller.

- E você, mãe... - a olha - Não se preocupe, que vou ficar bem, tá?

- Christine?

- Lhe trago um presente, juro.