Capítulo 83

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A estrada acompanhava o luxuoso carro de William e lhe trazia a liberdade do vento na cara em fazer o que precisava ser feito para que sua filha não sofresse o que nenhuma mulher merecia.

O homem de intensos olhos azul piscina olhava atento, chamando a atenção pela descrição assim que chegou na entrada da cidade, fazendo o silêncio se tornar o mesmo caos de antes, com outros carros indo e vindo, pessoas caminhando pelas calçadas ou sentadas em restaurantes, cafeterias, sorveterias e outros estabelecimento comerciais daquela manhã.

Ele seguiu até estacionar em frente a livraria, desligando o carro e saindo para voltar ao lugar que estava na noite anterior a sua partida até a universidade que Christine estudava.

Um silêncio estranho tomou o espaço ao abrir a porta, pois o sino que, normalmente avisava sobre a chegada dos clientes, não ecoou no espaço, e ao olhar, percebeu o ponto vazio e livros espalhados por mesas, cadeiras e estantes vazias.

- O que...

Christine estava subindo uma escada quando parou e olhou para trás, vendo o homem alto com as mãos estendidas em visível confusão com tudo que estava vendo.

Kate e Isabella voltavam com baldes de água e esfregões, sendo a imagem do mesmo um momento rápido e um selinho por parte da Princesa de Gales, que usando uma das camisas grandes de sua filha e calça, avisava:

- Você pode pegar os meninos? Estamos dando uma limpeza na loja.

- Claro, mas... - caminha com cuidado - Por que?

- Achamos que existem goteiras no foro, porque tinham poças de água em algumas estantes, estragando alguns livros - falou Isabella, seguindo até Christine, que confirmou.

- E a Christine vai subir no... Ei??

Assim que terminou de falar, William viu a adolescente abrindo um pequeno buraco no espaço branco do teto, mas grande o suficiente para que ela conseguisse entrar, então gritou ao ver ela atravessando para dentro.

- EI??

William caminhou rapidamente em direção a escada, subindo um ou dois degraus e a segurou pela perna, fazendo a adolescente, que iria entrar na parte superior do teto para tentar achar a fonte das goteiras, mas foi pêga de surpresa quando parou bruscamente e teve que voltar para ver quem a segurava com tanta força.

Quando colocou a cabeça para fora, encontrou o homem que, a segundos atrás, estava parado na porta e com os braços abertos, segurando na escada e em sua perna, lhe impedindo de continuar.

- Em que posso ajudar, senhor? - brinca.

- Você não vai entrar aí dentro! - fala firme, enquanto Kate cruzava os braços e acompanhava a tentativa em vão, já que ela havia tentado inúmeras vezes.

- Por que não?

- Porque é perigoso demais! E se você caí? Pensou nisso?

- Claro! Com licença? - tenta voltar, mas William a segura novamente - Pois não, SENHOR???

- Desce! Vou pedir para verem isso.

- Ah, não vou esperar ninguém! - volta, mas para.

- Christine... - olha para Kate - Você não vai falar nada?

- Desisti! - ri enquanto olha para Isabella.

- Eu também.

- Mas eu não! - volta a olhar Christine - Desce, anda!

- William? É o seguinte... - fala a adolescente voltando a olhá-lo - Se eu perder tempo esperando esse povo, eu vou me estressar, vou perder cliente, vou perder dinheiro, mas acima de tudo, vou ficar sem saber onde está esse maldito buraco, então... - sorri e o segura no rosto - Me deixa trabalhar!

William, simplesmente a viu se soltar e sumir dentro do teto da livraria herdada por sua mãe Catherine, enquanto Kate o olhava com o olhar de derrota, assim como Isabella, e ambas abriam os braços e diziam:

- Tentamos!

Foram minutos de diversão somando a medo de Christine atravessar o teto, e sabendo disso, ela gritava de dentro do foro, apenas para apavorar Kate que, imediatamente mandava William subir os degraus e tentar tirá-la de onde estava, mas segundos depois a gargalhada da menina ecoava para ódio da Princesa de Gales.

O relógio marcava 12h em Londres, quando William anunciou que estava indo embora para pegar os meninos no acampamento de descanso, e antes de sair a adolescente sorriu e deu tchau, enquanto Kate um selinho e Isabella um tchau tímido, voltando as três a ficarem na livraria recolocando cada exemplar em seus devidos lugares e ordem de criação.

Kate, sentindo o cheiro forte de poeira e suor, começou a espirrar sem parar, e isso a fez ficar com o nariz extremamente vermelho e formigando, descobrindo naquela longa faxina que era alérgica a pó, pois no Palácio de Kensington tudo era perfeitamente limpo e sem nenhuma sujeira.

Christine percebeu e caminhou até ela, perguntando se ela estava bem e a resposta foi a que a adolescente esperava:

- Acredito que eu seja alérgica a poeira.

- Ah, isso eu tenho certeza! - provoca e percebe a expressão confusa de Kate - Viveu por mais de 10 anos sem conhecer uma faxina.

- Ah, você acredita mesmo que eu nunca fiz uma faxina na vida?

- Tenho certeza! - ri.

- Pois você está extremamente enganada, mocinha. Eu já limpei várias vezes minha primeira casa, antes de casar com o William.

- Então...

- Então?

- Por que da alergia?

- Talvez porque a loja estivesse muito suja - fala e percebe Christine fechar a expressão e cruzar os braços - O que houve?

- Você está chamando a minha livraria de suja??

- Eu, apenas fiz um comentário da situação que encontramos, apenas isso.

- Você acabou de falar que a livraria tava muito suja, e não sei o que! Ah, Kate!!

- Mas eu estou errada? - olha para Isabella - Estou?

- Não!

- E você... - olha para a amiga - Quieta que você faz tudo o que ela pede.

- Não faço não! - ri.

- Você faz sim tudo o que ela...

Christine se calou ao ouvir o sino ecoando no espaço, anunciando que alguém havia chegado e estranhou, pois a loja estava fechada naquele horário e não iria abrir naquela tarde. E assim que virou, seus olhos, assim como os de Kate e Isabella, encontraram Fernando sorrindo tímido e sem jeito, pela primeira vez.

- O que você está fazendo aqui? - pergunta Chris, sentindo o coração acelerar.

- Podemos conversar? - olha para Kate, que estranha.

- Você não é bem-vindo aqui! Sai! - continua Chris.

- Kate? - fala ele ao perceber a Princesa erguendo as duas mãos em claro sinal de trégua.

- Vocês duas subam - olha para sua filha relutante - Chris? Por favor?

- Tá bom! - fuzila Fernando com os olhos - 5 minutos e eu quero esse homem fora da minha casa.

- É bom te ver de novo, filha.

- Eu não sou sua filha! - olha para Kate - 5 minutos.

- Ok!

SMILE - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora