Kate caminhava lentamente por cada caminho que levava ao labirinto perdido do jardim na mansão de Clarice.
Sua mente lhe abraçava e ela conseguia sorrir, mesmo que rapidamente, ao encontrar em seu caminho, uma simples rosa branca ou vermelha, enquanto continuava caminhando até encontrar a saída. E isso não importava se tomaria todo o seu tempo, ela só queria ficar em paz consigo própria e sentir a pequena semente crescendo em seu ventre, pois não havia mais nada que ela pudesse fazer em relação a sua vida atrás daquele enorme campo no interior da Inglaterra.
Middleton sorriu ao chegar ao fim do labirinto, percebendo que a chegada era muito mais linda do que o caminho, e assim ela caminhou com sua calça jeans e camisa listrada em branco e preto, fios presos em um rabo de cavalo e maquiagem discreta.
Bem ao centro, um lindo chafariz com água cristalina era sua única fonte de som, e ela fechou os olhos ao sentir o vento batendo em seu rosto e rapidamente levou as mãos à barriga, sorrindo e sussurrando:
- Um dia você verá o chafariz de sua bisa. Ele é enorme e recebe muito carinho, sabia? - abre os olhos, olhando para a própria barriga - Ela era uma mulher forte e assustava aqueles mais ousados. - olha em direção as águas - Ela iria ficar muito feliz em saber de você, mas... Pena que ela não está mais aqui, meu amor.
O ar limpo e com aroma de brisa, embriagou Middleton, que sorrindo virou para voltar ao mesmo caminho que a levou ali, mas parou ao perceber William parado a metros de distância e com as mãos nos lábios, olhos cheios de lágrimas e roupa social, significando que ele deveria estar em algum compromisso real, mas estava ali, parado à sua frente e visivelmente surpreso e emocionado.
O Principe poderia sim estar muito errado, e a vida sozinho e ouvindo dos próprios filhos que ele era a razão para que sua mãe estivesse longe, fez ele criar coragem para fazer o que nunca pensou fazer em sua vida.
Assim que Christine entrou no carro, muitas horas depois, ele fez o mesmo e a seguiu até chegar em uma imensa mansão e reconhecendo como sendo a da tia de sua filha adotiva.
Não foi fácil entrar, tão pouco não ser visto por Christine, mas quando estava prestes a desistir, William viu, ao longe, Kate caminhando em direção a uma muralha de plantas e ali sumindo. Sendo esse o momento perfeito para segui-la e ficar sozinho na companhia da mulher que lhe fazia sorrir e sentir raiva, ao mesmo tempo.
Seus passos foram a seguindo e assim chegaram ao mesmo destino que ela, mas ao cogitar falar algo, ele a ouviu conversando com alguém, como se não estivesse sozinha, e assim as mãos na própria barriga, indicavam o que o fez desabar em questões de segundos.
Ela estava grávida.
O Príncipe, apenas se calou e a viu virando, percebendo que ele estava ali e ficando sem reação com o fato de William a observar com os olhos marejados e choro na garganta.
Kate Middleton, pela primeira vez, sentiu o coração acelerar tão rápido, que a única coisa que pensou em fazer foi fugir, mas ela já havia fugido por tanto tempo e de tantas pessoas, sendo uma delas ela própria, que a mulher só olhou para o homem à sua frente e perguntou:
- O que você está fazendo aqui?
- Você... Você está grávida?
- Vai embora daqui, William! - vira, dando as costas para ele e começando a caminhar.
- Kate?
O homem alto apressou os passos, conseguindo alcançá-la e a segurar com delicadeza no braço, vendo ela parar e com medo de a machucar, mesmo que ela não estivesse em perigo.
- Desculpa? - se afasta com as mãos erguidas e a olhando, principalmente em direção a sua barriga - Desculpa?
- O que você quer? - arruma a postura, não querendo tocar no assunto falado a segundos atrás.
- Você... Você...
- Você não deveria estar aqui. Como você entrou aqui?
- Eu segui a Christine, e... - sorri ao perceber os olhos dela brilhando - Você está grávida, meu amor? - se emociona.
- Vai embora...
- Kate, por favor?
- Eu não quero falar sobre isso, tudo bem? Agora, se você me der licença, eu preciso que você saia dessa casa e me deixe em paz. - fala firme, vendo ele não aceitar e ignorar seu pedido.
- Você está esperando uma criança - tentou se aproximar - Meu Deus - sorri imensamente.
- William, sai!
- Você e eu vamos ter mais um bebê?
Kate começou a se sentir pressionada a responder que sim, mas a única coisa que fez foi se afastar e o olhar como antes, quando pedia para que ele mantivesse a calma e a deixasse pedir para ficar sozinha. E assim, William percebeu que estava fazendo ela se calar e não ter voz, então se afastou e concordou com um aceno de cabeça, dando longos passos para trás e continuando.
- Desculpa? Eu só preciso saber se esse medo que estou sentido, é verdade? Você está grávida, Catherine?
- Sim! - o vê imensamente feliz - E eu não quero que você e nem ninguém se metam nisso.
- Mas... É meu...
- Ele ou ela, não importa, é meu filho! - fala firme - Estou sozinha no meio de tudo isso, então ele não tem nenhum pai.
- Eu estou aqui, meu amor. - tenta se aproximar, mas ela se afasta.
- Você me virou a cara, me afastou dos meus filhos e fez questão de me chamar de mentirosa e falsa, nem sequer me ligou para perguntar como eu estava depois que eu saí daquele maldito palácio. Então não! Você não está comigo e muito menos é meu amor. - fala firme, vendo ele abaixar a cabeça - Não quero que essa criança seja nosso ponto de paz, porque eu estou cansada de ponto de paz. - se afasta.
- Ele é meu?
- Não importa quem seja o pai - o olha firme e decidida - Ele é meu, e de mais ninguém! Porque eu sempre estive sozinha, William. Somente eu, minha Christine e meus filhos, quando você ter a compaixão de lembrar que sou a mãe deles e me deixar, ao menos, ouvir a voz deles.
William a viu não derramar uma gota de lágrima, e isso partiu seu coração em vários pedaços e o fez querer acabar com a própria existência naquele exato momento. Então perceber que ela estava com o coração partido e sofrendo, lutando para seguir a vida e dar a essa criança que cresce em seu ventre, um mundo sem tantas vinganças e invejas, lhe calou por tempo o suficiente para que ela se afastasse e sumisse pelo mesmo caminho que os levaram ali.
- Eu te amo! E eu fui um covarde, infantil e vagabundo.
A voz de William ecoou entre o som das águas, e isso fez Kate parar, mas se manter de costas para ele, enquanto o mesmo continuava a falar:
- Eu fiquei com raiva de mim próprio por fazer você chegar ao que você nunca chegaria. Você jamais me trairia, e eu sei disso. - vira e a vê parada e de costas - Eu não estou com ódio de você, eu estou com ódio de mim, apenas de mim por chegar ao nível de agir como o meu pai ágil com a minha própria mãe. - a vê respirar fundo - Vi o quanto ela sofreu, e eu não quero perder o pingo de dignidade que ela me deu. - respira fundo - Eu entendo você nunca mais querer olhar para mim, Kate. E eu mereço essa raiva, esse ódio, porque eu prometi e descobri várias vezes. Eu desonrei as palavras que prometi para a minha própria mãe, e pra quê? Para perder a mulher da minha vida por pura burrice.
Kate Middleton fechou os olhos, respirando fundo e segurando as lágrimas em seus olhos, mas erguendo a cabeça para cima, forçando com que as lágrimas ficassem em seus olhos. Mas no fundo, ela estava sensível e a um passo de o olhar.
- Me perdoa? Sei que não seremos felizes para sempre, mas... Me perdoa?

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SMILE - Vol. 2
De Todo*Vol. 2 de A Vendedora de Livros* O sorriso nos lábios da Princesa de Gales, Kate Middleton, exaltava a liberdade de ser uma mulher comum acima da Coroa Britânica, e só existiu graças a uma adolescente de 15 anos, que mudou sua vida em 360 graus. So...