Capítulo 30

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- A Christine tá demorando.

A voz de Kate ecoa entre as paredes do quarto cerca de 10 minutos após a saída de sua filha mais velha do local que estava esperando pelo medicamento indicado, mas ela não voltou.

O sentimento de mãe, mesmo que a adolescente de 16 anos não tenha vindo de seu ventre, gritava em alerta de que havia algo de errado com a demora. E essa confirmação veio ao ouvir a porta se abrir, os passos apressados de Christine ecoar e ela entregar uma sacola a médica, ficar em silêncio depois seguir para o banheiro, bater a porta e gritar:

- DESGRAÇA!!!!

Kate se assustou, assim como todos no cômodo e imediatamente saiu da cama, caminhando, mesmo que fraca, em direção a porta e começando a bater para que a jovem abrisse, mas a única coisa que ouviu foi:

- Eu vou ficar bem!

- Abre essa porta, Christine!

- Eu vou ficar bem!!

Todos que ali estavam, se olharam em busca do que fazer diante da cena, e a única coisa que fizeram foram sair lentamente do quarto, percebendo que a Princesa de Gales estava bem e levando o que levaram para o atendimento, fechar a porta e caminharem pelo correr a passos apressados para que não se envolvessem em um assunto que demonstrava ser mais complexo do que muitas coisas.

Christine abriu a porta, depois de 5 minutos, e o primeiro olhar que encontrou foi o de Kate, parada e de pé lhe esperando em frente a porta, com os braços cruzados e questionando:

- O que foi que aconteceu?

- Foi aquela infeliz, dos infernos, desgraçada e filha de uma...

- Christine???

- Foi a Rosy! A Rosy fez isso, porque aquele demônio está nesse hotel!!!

A mulher arregalou os olhos ao pensar que o limite do ódio de Rosy era lhe ver morta, além de não acreditar que ela estava ali, no Egito, seguindo sua família sem medo de ser vista.

Seus passos se afastaram, seguindo em direção a estante e nesse momento ela olhou o próprio reflexo no espelho, percebendo os olhos vermelhos devido ao acontecimento e sentindo a raiva lhe torturar em querer saber porquê? Por que tanto ódio contra ela? Por que querer acabar com a sua família? Por que lhe querer morta?

Seus pensamentos gritavam e nesse instante ela se deixou levar pela raiva, agarrando um vidro de perfume e o arremessando contra o vidro, fazendo Christine se afastar para não ser atingida pelos minúsculos pedaços que voavam pelo ar, além de a ouvir gritar:

- EU CANSEI!!!! CANSEI!!!! - segura mais outro frasco, lançando contra a parede - CANSEI!!!!

Christine deu mais um passo para trás, pois nunca viu sua mãe chegar ao extremo como estava vendo, então se afastou, mas criou coragem para se aproximar, segurar em seu rosto e a olhar no fundo dos olhos, percebendo que tudo estava descrente de qualquer coisa relacionado a ela.

Kate não aguentava mais o medo de não saber o que poderia acontecer com ela ou sua família. Não queria mais sofrer com ameaças, porque ela havia ganhado um título de uma enorme quantidade de pessoas, e não porque desejou isso. Ela só queria viver um dia de cada vez com quem ama e ser feliz.

A adolescente segurou em seu rosto, olhando no fundo dos seus olhos e dizendo:

- O que você vai fazer vai ser o seguinte. Você vai erguer a cabeça, mostrar que é a Princesa e futura Rainha dessa droga de Monarquia, vai se arrumar e vamos tomar café. Você vai surgir linda, elegante e sendo você mesma. Sendo a mulher que me adotou, e não a mulher que eles querem! Está me ouvindo?

- Sim!

- Então, Princesa Rebelde! Vamos, porque temos um café da manhã com a sua família... - aponta em direção ao seu peito - ... lhe esperando lá embaixo, além de um voo de volta para Londres e para aquele maldito palácio, além da droga da conversa com o Rei, por eu ter batido na Rainha dos Abutres, em algumas horas. E você me prometeu que iríamos sair juntas, somente eu e você, lembra?

- Lembro! - ergue a cabeça, sorrindo e envolvendo Christine em seus braços - Lembro, e vamos antes de voltarmos para Londres.

- Tá! Prefiro antes de ser presa.

- Por que você seria presa?

- Pôr bater na Rainha e na frente do Rei.

- Pelo amor de Deus, Christine!

Os minutos passaram e quando estava prestes a se levantar e caminhar em direção ao quarto, William para ao encontrar Kate surgindo ao lado de Christine e envolvida por um vestido azul Royal, que marcava suas curvas, mas não era formal ao ponto de parecer um compromisso Real, fios soltos e perfeitamente arrumados, além da rasteirinha preta com pérolas e seu inconfundível sorriso, enquanto ao seu lado, Christine olhava ao redor e percebia os olhares de todos sendo lançados para ela e sua mãe, mostrando para Rosy, que se atreveu a continuar no mesmo lugar que eles, que Kate Middleton, a Princesa de Gales e futura Rainha da Inglaterra, estava bem, viva e se reunindo com sua família. Estava com seu marido e filhos, sentada ao redor de uma mesa e sorrindo feliz, enquanto ela estava frustrada pelo seu plano ter falhado e ela quase apanhar de uma criança de 16 anos de idade.

William percebia que Kate estava estranha, mas a alegria dela em suas poucas e leves palavras, lhe deixaram claro que poderia ser, apenas o cansaço e a mudança de fuso, explicando os olhos vermelhos de, talvez, sono, pela noite que passaram juntos e ela ter que acordar cedo.

- Vou sair com a Christine, e voltamos antes de partimos.

- Posso ir com vocês, mãe? - pergunta Charlotte.

- Claro, meu amor. Hoje, antes de voltarmos para Londres, teremos algumas horinhas juntas. Homens com homens e mulheres com mulheres, que tal amor?

- Eu aceito! - diz William, olhando para Louis e George, que se animam - Card?

- Card!!

- Vamos, apenas terminar o café e partiremos - fala Kate, olhando ao redor por acidente e encontrando Rosy a metros de distância - Vamos nos divertir.

- Vamos sim, amor. Vamos sim.

Londres

Vozes masculinas e femininas ecoavam entre os muros do Palácio, além de serem conhecidas por milhares de pessoas.

Camilla, incansável com sua capacidade irritante de querer tudo o que almeja, estava diante de Tom Cruise, convidado pela Coroa para um almoço real, dizendo o quanto o homem era uma lembrança frequente na mente da Princesa de Gales, por sua atitude em relação a Christine quando estava no hospital.

Tom ouvia com um belo sorriso desenhado nos lábios, mas no fundo conhecia nem as artimanhas de alguém que não falava para ver o lado bom de sua narrativa, mas para fazer de suas palavras uma arma destrutiva.

O ator notou as várias vezes em que a insinuação de Camilla em lhe jogar Kate era tão alta, ao ponto de ela dizer:

- No fundo vocês formam um casal bonito, não posso negar.

- E eu seria muito feliz se tivesse a sorte que o Príncipe tem. Mas o amor da Kate por William é mais forte que isso, Majestade.

- Todo amor tem sua fraqueza. E a dela, ela já deixou bem claro ser voc.

SMILE - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora