Capítulo 52

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O coração de Kate batia como em um ritmo de música eletrónica ao perceber que sua filha havia mentido tão perfeitamente dentro do carro, que se perguntou se fazer e aceitar a mentira era bom.

Christine, por sua vez, voltou a sua posição atual, sorrindo maliciosamente para sua mãe enquanto ela era observada pelo espelho retrovisor, assim que William focou suas atenções na avenida em frente, não se importando e acreditando nas palavras de sua filha.

Foram longos minutos até que o carro blindado atravessou os portões do Palácio de Kensington, estacionando em frente ao bloco do Príncipe, e dele a família inteira saiu calma e normal, entraram e a adolescente seguiu até o quarto de sua mãe, vendo seu pai ficar na sala para falar com algumas pessoas enquanto Kate entrou, trancou a porta e a olhou sério.

Era nítida que a atitude arriscada de Christine em atender a ligação de Tom e ao lado de William havia atingido a Princesa de Gales ao ponto de ambas se encararem sem piscar por longos segundos.

O medo de William ou até mesmo Camilla saber sobre o que aconteceu entre ela e o ator, era camuflado pela delicadeza de Kate, mas naquele momento seu coração acelerou tanto dentro do carro, que ela se aproximou de sua filha e negou, olhando e sussurrando:

- O que deu em você?

- Por que?

- O William estava ao nosso lado, Christine.

- E daí?

- É perigoso!

- Não é pra tanto, Kate - sorri, se afastando e voltando a olhar sua mãe que não havia achado engraçado - O que?

- Você me colocou em uma situação complicada, filha! E sabe disso.

- Não estou entendendo.

- Minha mãe não vai mandar nada de importante e o William vai saber, porque ele vai perguntar à ela se eu não dizer o que ela mandou. - se aproximou ainda mais - Minha mãe não vai sabe o que dizer, porque não era ela.

- Você consegue contornar a situação, Princesa - sorri.

- Por que você atendeu?

Christine sentou na ponta da cama do casal real, olhando para sua mãe e com uma das mãos batendo ao seu lado, como se fosse para ela se sentar e equilibrar a distância entre elas.

Kate se aproximou, fazendo exatamente o que sua menina havia pedido, e segundos depois estavam se olhando novamente e trazendo o silêncio entre elas. E para a surpresa da Princesa, Christine se inclinou em seu colo, abraçando-a na cintura e dizendo:

- Vamos esquecer os problemas? Não vai acontecer nada e ele não vai saber o que aconteceu entre você e o Tom, eu prometo. - a abraçou ainda mais.

- Só me diga por quê?

- Nada demais! - a olha - Só me dá um abraço?! - faz uma expressão meiga.

Kate riu ao perceber a facilidade que sua filha conseguia mudar de assunto e lhe fazer refém de suas palavras certas e carinho dedicado a ela, então a abraçou, repousando seu queixo no seu ombro e a ouvindo dizer:

- Lembra da vizinha que cuidava de mim quando minha mãe ia tocar na noite?

- Sim! A que apareceu na sua casa e disse que o Fernando estava atrás de você?

- Essa mesma!

- Aconteceu alguma coisa com ela? - a beija na cabeça.

- Ela sumiu!

Kate Middleton, a Princesa de Gales, apenas a olhou fixamente sem entender o "sumiu", falado de uma forma estranha e demonstrando algum tipo de pensamento de Christine.

- Sumiu?

- Sim! - se afasta, sentando e segundos depois deitando na cama de sua mãe - Eu tentei falar com ela essa semana, para desejar Feliz Natal e um belo Ano Novo, mas ela sumiu.

Kate se deitou em frente a adolescente, tentando formular uma fala para continuar as de sua filha, mas a única coisa que vinha em sua mente eram as palavras da vizinha em dizer que Fernando havia procurado a filha.

Ambas deitaram de costas na cama, olhando para o teto perfeito do imenso lugar e tentando entender o que havia acontecido, e enquanto pensavam, ficaram de mãos dadas e pareciam pensar exatamente as mesmas coisas e demonstrando a ligação forte entre mãe e filha quando falaram ao mesmo tempo e olhando uma para a outra:

- Vamos até a casa dela!

- Vamos até a casa dela!

Kate e Christine se olharam em estranheza, mas depois começaram a rir da situação inusitada, até que a Princesa voltou a olhar para o teto e pegar sua filha de surpresa ao sussurrar:

- Sonhei com a sua mãe.

- Como foi?

- Ela me disse que estou fazendo um bom trabalho - sorri orgulhosa - Ela está orgulhosa de você - vira a cabeça para olhar a adolescente, tocando em seu rosto e voltando a olhar para o teto - Depois ela me fez perceber que eu estou seguindo pelo caminho certo.

- Ela falou mais alguma coisa?

- Que está agradecida por eu não ter desistido.

- Sério?

- Sim! - ergue a mão de Christine, levando até seu peito e sorri ao olhar a menina novamente - Às vezes eu fico pensando: "E se eu não lhe visse no dia da coroação do Rei? Será que iríamos nos conhecer?".

- Claramente não! - ri - Você sabe que eu detesto a família real. - sorri.

- Iríamos ser duas desconhecidas.

- E eu iria lhe achar metida.

- Credo, filha! - ri.

- É sério! - olha para o teto - Mas, acho que tudo o que Deus faz tem alguma razão.

- É... Tem! - olha para o teto novamente.

- Mas, por que essa conversa estranha?

- Não sei! Acho que a virada de ano sempre me deixa assim, porque parece que estou revendo tudo o que já passei e tentando buscar o lado bom de tudo - a olha - E desse ano, meu maior presente foi você.

- Ah, Princesa! Não fala assim senão eu choro.

- Você, chorando? Quero muito ver! - brinca.

- Não! Suas palavras não são capazes disso - brinca.

- Mas... - vira de lado, ficando frente a frente com sua mãe - Obrigada, tá?

- De nada, meu amor.

Christine se aproximou lentamente, abraçando sua mãe e sentindo o aconchego lhe envolvendo, mas parou quando sussurrou:

- Eu estou grávida.

Kate se afastou tão rápido, que por frações de segundos não caiu de costas da cama, parando apenas porque a menina a segurou no braço e a puxou de volta, mas não segurando a gargalhada e rindo tão alto que sua barriga começou a doer. Algo diferente de Kate, que estava com os olhos arregalados e coração preso na garganta:

- O q... O que???

A primeira coisa que passou na mente de Kate foram os longos períodos em que a menina estava na faculdade, pois não sabia o que ela fazia ou deixava de fazer, então isso foi primordial para seu ataque de pânico ao imaginar que sua menina de 16 anos estava grávida.

- O que??? - escuta Christine gargalhar - Não tem graça nenhuma, Christine!!

- Ganhei meu dia!! - ri sem parar.

- Não tem graça nenhuma!!

SMILE - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora