Capítulo 47

98 16 5
                                    

A calça extremamente larga de Christine arrastava no chão frio, enquanto sua camisa de uma banda de rock lhe aquecia naquele frio noturno de Londres.

A adolescente, sozinha e estranhamente calma depois do que aconteceu, caminhava até a cozinha com pequenos saltos até chegar à geladeira, abrir e não encontrar o que estava tanto desejando comer: chocolate ou algo doce.

- Preciso fazer compras.

O som da porta se fechando ecoa baixo, mas ela se mantém na cozinha olhando ao redor em busca de um plano B para sua vontade, mas nada vinha em seu campo de visão.

A campainha ecoa e ela segue em direção a porta sem medo algum, mesmo que horas antes alguém tentasse lhe matar, e assim que a abre encontra William sorrindo e erguendo uma caixa de bombom, algo que ele não deveria estar fazendo por ordens de Kate.

O Príncipe de Gales percebeu a estranheza nos olhos de sua filha, que segundos depois saiu para olhar ao redor em busca de algo, como se estivesse procurando Kate devido a rara presença dele.

Um riso se formou nos lábios do homem que entrou e continuou vendo Christine buscando alguém:

- Sua mãe não está, Christine.

- Você veio sozinho? - o olha extremamente surpresa - Aconteceu alguma coisa com ela? Ela tá bem? Você nunca aparece aqui sozinho.

- São muitas perguntas para apenas uma visita do seu pai adotivo, não acha? - ri.

- Perguntas importantes para alguém que mal vem à minha casa, ainda mais sozinho - ri, fechando a porta e agarrando a mesma caixa com doces - A Kate brigou com você?

- Christine? Para!

A risada ecoa dos lábios de William, que senta no sofá com sua roupa informal e simples, enquanto a menina continuava o olhando em busca de respostas.

- Tudo bem! A Kate disse que vinha dormir com você, porque ela não iria conseguir dormir sabendo que você está aqui sozinha, mas eu me candidatei a essa tarefa, porque é mais seguro, ela está no Palácio e eu estou aqui com você.

- Ah, você vai empunhar uma espada quando o invasor chegar?

- Tenho uma arma e sei lutar, serve?

- Dá para alguma coisa.

- Só você mesmo, Christine.

Ambos começaram a rir e era tão linda a forma como tudo estava começando a se encaixar para que a adolescente entendesse como era ter um pai preocupado com seu bem estar e sua saúde, que ela sentou ao lado do Príncipe de Gales e alguém que jamais imaginaria estar sozinha, e ergueu a mesma embalagem para que juntos comecem, mas ele recusou e falou:

- Me fale um pouco sobre sua mãe biológica.

Christine o olhou e sorriu com muito orgulho do que iria falar e de quem.

- O que você quer saber?

- Não sei! O que a Kate não sabe? - ri, fazendo Chris também rir.

- Acho que a Kate sabe tudo, mas lhe contarei. - olha para frente - Minha mãe me criou sozinha, assim como fundou essa livraria. Ela era gentil, educada e carinhosa com qualquer pessoa. Era admiradora da sua família enquanto eu odiava.

- Você não gosta da Realeza?

- Não e ainda gosto de ler sobre como acabar com a Monarquia.

William a olhou incrédulo, mas acabou rindo, porque era tão surreal e insano que rir era a única solução para tais palavras vindas de uma menina que era, literalmente, uma Princesa da Inglaterra mas detestava a Monarquia.

SMILE - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora