Capítulo 100

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Os portões do Palácio eram fechados para que ninguém, usando câmeras e celulares, atravessasse e conseguisse uma entrevista inédita sobre qualquer coisa relacionada ao escândalo que a Família Real Britânica, estava passando em toda sua existência.

As palavras de Kate Middleton foram fortes o suficiente para fazer com que tudo virasse de cabeça para baixo, e isso incluía abandono das Redes Sociais, revistas e visitas surpresas em instituições apoiadas ou administradas pela Coroa.

Ninguém ousava sair de suas casas, nem mesmo entrar no celular ou aparecer nas janelas das residências de parentes da falecida Rainha Elizabeth.

Tudo havia se tornado um completo silêncio e incertezas de como todos iriam prosseguir suas vidas e seus compromissos, mesmo dois dias depois da recusa de Kate em falar com Camilla, que naquele exato momento, lançava sobre a parede um de seus raros vasos espanhóis, avaliados em milhões de libras.

- Desgraçada!!!!

- Não fique estressada, Camilla. Isso dá rugas.

Christine estava atravessando, sem nenhum medo, as imensas portas do salão principal onde a mulher se encontrava em estado de ódio. E era tão bom ver o descontrole de alguém que imaginava sempre estar no controle, que ela, ousadamente, bateu palmas e sorriu, sabendo que sua presença ali era uma afronta ao ego da Rainha.

Camilla não estava acreditando que, depois de quase uma semana sem ter notícias de Christine, a pessoas que, para ela, acabou com a sua família, ela teve a coragem de surgir em sua casa, sorrindo e batendo palmas para seu estado de nervos. E essa sensação lhe fez agarrar mais um vaso e o erguer em direção a ela, mas parar ao ouvir:

- Além de tudo que você está sendo acusada, você ainda quer mais uma condenação nas suas costas? - fala incrédula, mas deixando claro que ela estava sendo debochada - Tentativa de assassinato é algo sério, Camilla. Quer morrer na cadeia e sem seus fios egípcios?

A mais velha lança o vaso a metros de distância de Christine, que sentiu uma falsa pena da peça, justamente por ser uma de suas obras favoritas de Da Vinci.

- Você quebrou um Da Vinci. Deveria pagar por isso, porque é uma raridade, sabia?

- O que você faz aqui, desgraçada???

- Olha o tom de voz! - aponta em sua direção - Fala baixo e com educação, por favor.

- Eu quero que você e aquela sua mãe morram!!

- Mas como você não vai ter isso, abaixe o tom!

Christine caminhou normalmente até o sofá ao lado de onde Camilla se encontrava de pé e ainda mais incrédula com a petulância e afronta que a adolescente de 16 anos estava diante dela.

Era clara a expressão de vitória nos olhos de uma menina tão jovem, mas que olhava com a certeza de que suas palavras iriam ser muito piores do que tudo que já estava acontecendo.

- Sai da minha casa!!

- Certeza? - sorri - Vai, Camilla. Sente, porque você não tem mais idade para ficar tanto tempo de pé. - aponta para o sofá à frente - Sente, a casa é sua.

- Cadê a sua mãe?

- Não estou aqui para falar dela, então... Sente-se.

- Vai pro inferno, sua fedelha!

Christine estava tentando ser a pessoa mais pacífica e paciente que seu corpo conseguia ser, mas se tinha algo que a tirava completamente do sério, é o fato de ela precisar falar a mesma coisa mais de uma vez. E ela já havia falado duas vezes, sendo a terceira o estopim para que ela soltasse:

- Senta na porcaria dessa cadeira, sua velha desgraçada!!! - se levanta e a encara - Eu não estou pedindo!!!

Camilla sorriu ao ver a "força" que ela achava ter sobre ela, então se sentiu na poltrona à frente da mesma, alimentando a imensa vontade de agarrar o pescoço da adolescente e o apertar, mas antes que ela pudesse dizer isso, Christine começou:

- Lembra da Fernanda? A irmã do Fernando, o homem que você mandou matar?

- Eu não mandei matar ninguém!

- Ah, Camilla! Sem mentiras, porque serei honesta com você.

- Você acha que eu vou ter uma conversa dessas com uma fedelha como você? - ri, cruzando as pernas e se mantendo elegante e superior, mas vendo Christine se inclinando e falando em forma de sussurro.

- Acho! - sorri, voltando a mesma postura de antes - Tanto acho que você não vai falar uma palavra sequer.

Christine estava se divertindo com a afronta que tanto quis fazer em Camilla, enquanto a mais velha sorria pela audácia e acreditava que tudo não passava de ameaças.

- Sabe a Fernanda, bom... - a olha - Ela me contou tudo o que você mandou fazer. - percebe a mais velha rindo - Ou melhor, ela me mostrou - ri, percebendo a expressão mudar em segundos - Pse, Camilla! Você se acha tão esperta, não é?

A mulher de fios grisalhos poderia achar que tudo não passava de um blefe de Christine para conseguir arrancar dela uma confissão perigoso. Então não levou a sério nenhuma palavra que ecoou de sua boca.
Ela era cuidadosa demais para dar brechas tão grandes.

- E você quer que eu acredite? - sorri - Por favor, Christine !?

- Por favor, digo eu Camilla. Você acha que estou mentindo? - sorri - Não preciso mentir. - agarra o celular, colocando um áudio que descreve perfeitamente, e com a mesma voz de Camilla, um plano.

- Não!

- Sim! - sussurra Christine percebendo a alegria toda desaparecer - Cadê todo aquele poder? Não existe mais é?

- Me dê esse celular!!

- Não vai adiantar em nada você apagar tudo isso, porque eu sei bem perfeitamente cada palavras e eles também estão com as autoridades necessárias.

SMILE - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora